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Alan Falciani

A história de Cristo é a mais épica obra literária humana - Parte 3



Ainda bem que voltaram, bem a tempo. Onde tinha parado?... Isso! Papai se fez humano.


A infância de Jesus é um pouco nebulosa, mas gosto de pensar que ele foi uma criança travessa, um adolescente irritante e um jovem adulto inexperiente, vivendo, assim, uma vida humana.


Foi assim, aprendendo a amar, a descobrir, a cuidar, a ser humilde e justo que ele também aprendeu o que é fome, miséria, tristeza, morte, doença, exploração, escravidão e poder. Jesus aprendeu o que é ser humano. Ele aprendeu o que nos faz alegres e o que nos faz tristes. Aprendeu que, para viver, os humanos precisam de recursos e quem os possui detém poder. Dessa forma, aprendendo o que são egoísmo e cobiça, ele aprendeu o que é ser individualista.


Foi assim que ele lembrou quem era. Finalmente entendendo o que tanto nos magoava, ele resolveu nos dar uma última lição.


Ele se rebelou contra os padres por tornarem a crença num produto. Idem contra os soldados por cederem seus braços em troca de uma falsa promessa de segurança. Por fim, ele se rebelou contra o Império Romano por escravizar seu povo, para que, assim, as pessoas aprendessem a se revolucionar.


Jesus ressuscitou um homem, mas isto é apenas um truque de mágica. Ele percebeu que o verdadeiro milagre foi fazer as pessoas terem esperança e confiar umas nas outras.


Ele curou um leproso, multiplicou pães e peixes e tornou água em vinho, mas o verdadeiro milagre foi fazer o povo voltar a ter empatia, a se enxergar no próximo, não é à toa que seu mandamento foi: Ame ao próximo como amas a ti mesmo. Jesus estava dizendo para literalmente termos empatia e coragem.


Jesus sabia que sua hora ia chegar e precisava ensinar seus filhos a lutar. Então, ele passou aos seus amigos mais fiéis mais umas lições. Ele os convidou para jantar e anunciou que um deles o trairia. No fim da ceia, quando os soldados vieram buscar Jesus, Judas o beijou, entregando-o. Essa seria a primeira lição da noite: Jesus não tinha raiva de Judas; ele estava feliz por ele. Afinal, ele fora coagido a tal ato. Jesus ficou feliz que Judas estava bem e que fizera daquilo algo para diminuir o fardo.


Em seguida, veio a segunda lição da noite: Jesus ficou feliz com a traição, pois assim o Império todo declarava que ele era o inimigo número um, pondo a si mesmo diante dos olhos da História. Além disso, a traição encurtou o caminho a percorrer para levar sua revolução ao imperador.


Veio, enfim, a terceira lição da noite. Enquanto os soldados o levavam, ele pediu para que não se armassem, para não revidarem. Seja porque não é por meio da violência que conquistarão o amor e a independência, seja por serem fracos demais para lutarem sozinhos contra o exército. Espalhar a palavra seria mais efetivo.


Jesus sofreu. Não há palavras menores que eu possa usar para aliviar a dor de quem vier a ler. Ele sofreu. Sendo ele fictício ou real, ele sofreu. A qualquer momento, poderia ter parado o sofrimento. Ainda possuía seus poderes. Com um pensamento, poderia fechar os ferimentos, tornar-se invulnerável ou até mesmo sumir. Escolheu, em vez disso, sofrer como um de nós, pois estava na hora da lição derradeira. Ele precisava de nossa confiança. Ele queria que nós o enxergássemos como um dos nossos. Mesmo com todo seu poderio, ele se limitou a ser mortal, a ser de carne, a ser humano, a ser impotente, a nos mostrar que ele aprendeu e entendeu o que é ser um de nós e que estaria finalmente e verdadeiramente ao nosso lado.


Ele escolheu sofrer para que nós sofrêssemos junto dele, para que a raiva contra a injustiça surgisse em nós, para que o fogo revolucionário se acendesse em nosso peito. Jesus escolheu morrer como um de nós. Agindo assim, tornou-se mais poderoso do que o imperador jamais seria. Ele tornou verdadeiras s as palavras de Ozymandias (2).


Quando Jesus morreu, tornou-se verdadeiramente divino. Ele se tornou verdadeiramente um nós. Ao morrer, ele espalhou seu véu por cada um de nós.


Quando Jesus apareceu diante dos apóstolos após seu funeral, ele era e não era Jesus ao mesmo tempo, pois este é o poder do Espírito Santo. Aquele homem ou mulher herdou a luta de Jesus ao adotar seus métodos, seus ideais, sua visão. Jesus, nosso pai, nos deu uma última lição: sejam como eu.


Hoje, igrejas dizem que Deus é a salvação, que Jesus é a salvação. Fujam dessas igrejas! Elas idealizam a Deus e a Jesus, tornando-os em tudo que for necessário para que você seja seu servo.


A palavra de Jesus, a lição de amor, empatia, sabedoria e revolução são a nossa salvação. Jesus morreu para ser um de nós, nada mais justos que nós vivamos para ser como Jesus.


YHWH: Eu sou o que sou.


Alan Falciani



(1) “O paradoxo de Fermi, assim nomeado em homenagem ao físico italiano Enrico Fermi, é uma contradição relacionada à nossa total falta de informações sobre a existência de civilizações extraterrestres face a um número infinitamente grande de estrelas e planetas possivelmente capazes de abrigar vidas inteligentes.” (Fonte: www.brasilescola.uol.com.br )

(2) Célebre soneto publicado em 1818 e que fala sobre a grandiosidade de um escultor e sua obra.

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