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Aquilombar 2024: Raízes Culturais para um Futuro Inclusivo e Sustentável



Aquilombar 2024: marcha destaca a importância das raízes culturais na construção de um futuro inclusivo e sustentável
Créditos: Tarcisio Boquady/MinC

A segunda edição da Marcha Aquilombar, realizada em Brasília nesta quinta-feira (16), reuniu milhares de quilombolas de todo o país para celebrar a cultura afro-brasileira e debater os desafios e perspectivas do futuro. Com o tema "Ancestralizando o Futuro", a Marcha reforça a importância das raízes culturais na construção de um Brasil mais justo, inclusivo e sustentável.

Na abertura do evento, realizada na Funarte, a ministra da Cultura, Margareth Menezes, destacou o compromisso do governo com a preservação e valorização da cultura afro-brasileira. 

"O Brasil tem na sua raiz cultural o sangue negro, o sangue indígena e precisamos respeitar e fazer ações de reparação permanentes para legalizar todos os quilombos do Brasil e garantir os direitos do povo brasileiro, do povo quilombola", afirmou.

O Censo 2022 revelou que o Brasil possui uma população quilombola de 1,32 milhão de pessoas, equivalente a 0,65% da população total. A maior concentração está no Nordeste (68,19%), com 905.415 pessoas. No entanto, apenas 4,3% dos quilombolas vivem em territórios regularizados.

Para a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, a Marcha Aquilombar é um espaço fundamental para o diálogo com a comunidade quilombola. "A política de igualdade racial é feita fora do gabinete. É feita com as pessoas. A gente só consegue acordar e tocar missões e ações porque a gente sabe o que é estar do outro lado. A gente é o começo, o meio e o começo, pois o nosso povo resiste", disse.

Durante a cerimônia, o Ministério da Cultura e a Fundação Cultural Palmares entregaram a oito comunidades quilombolas a Certidão de Autodefinição de Comunidades Remanescentes de Quilombos. O documento reconhece a identidade étnica e cultural das comunidades, baseando-se em sua autodefinição como quilombolas.

Para Miriane Coelho, da Federação das Organizações Quilombolas de Santarém, no Pará, a Marcha Aquilombar e as certificações representam uma importante conquista. "Esse encontro fala de ancestralidade e há 40 anos nós tivemos vergonha de assumir que éramos quilombolas e hoje temos orgulho de assumir. O Governo Federal está trabalhando para trabalhar em prol do interesse do povo negro", afirmou o presidente da Palmares, João Jorge.

A Política Nacional Cultura Viva (PNCV) é uma das principais ações do MinC que dialoga com a pauta da diversidade e com as manifestações culturais feitas nos territórios, incluindo os quilombos. Atualmente, 49 comunidades ou associações de quilombolas estão cadastradas como Pontos de Cultura na plataforma da Rede Cultura Viva. 

As políticas culturais são fundamentais para a visibilização e proteção dos conhecimentos, valores, formas de fazer e viver nesses territórios, bem como forma de acesso a essas comunidades as políticas públicas, como explica a secretária Márcia Rollemberg. 

"É muito importante esse segundo Aquilombar e gradativamente avançar no reconhecimento desses territórios. Estamos trabalhando, a fim de buscar uma sinergia de fomento e o Cultura Viva como uma porta de acesso democrático de acesso para essas comunidades", explicou.

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