As estéticas femininas serão para sempre julgadas em um padrão de estilo e comportamento?
- Caroline Lardoza
- 15 de mar.
- 2 min de leitura

O problema aqui não é a roupa, mas sim um passado que nos limitou e ainda resiste em 2025. Sentimos a pressão no que escolhemos usar, falar e mostrar. Somos direcionadas a usar determinado estilo se quisermos estar alinhadas ao que se espera da nossa idade. Em uma análise histórica, conseguimos perceber sem grandes dificuldades que o verdadeiro problema, numa sociedade patriarcal, é o simples fato de sermos mulheres.
Desde cedo, em nossos espaços de convivência, nos ensinam que há uma linha tênue entre ser adequada e ser ridícula ou lida com adjetivos desconfortáveis. Na onda da performance e imagem ideal e estratégica, vestir o lúdico ou o divertido traz o peso do descrédito.
Se envelhecemos, somos descartáveis. Se nos vestimos de forma séria, somos velhas. Questionam se isso ou aquilo não condiz com sua idade, seja ela qual for.
Veja bem..
O erro nunca é nosso, mas sim existir sob um sistema que impõe regras impossíveis e nos aprisiona a cada escolha. A verdade é que mulheres nunca podem simplesmente ser. As estéticas femininas são vigiadas em cada fase da vida, e o envelhecimento, que deveria ser um processo natural, vira sentença. Moldamo-nos a caber no blazer, na saia mais longa, até repensamos o corte de cabelo.
É exaustivo. Mas a boa notícia é que temos força coletiva para questionar não só padrões estéticos, mas narrativas hegemônicas. Podemos nos lembrar que a nossa aparência e o nosso vestir não deveriam ser um campo de batalha. E eu quero que você comece refletindo, a partir desse texto, o que já ouviu por aí por simplesmente escolher se vestir de si.
Caroline Lardoza
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