
A atriz sul-coreana Kim Sae-ron, 24 anos, foi encontrada morta em sua residência em Seongsu-dong, Seul, neste domingo (16). Segundo informações da polícia, um amigo que a visitava encontrou o corpo e acionou as autoridades. De acordo com a polícia de Seongdong em Seul e a Yonhap News Agency, a morte foi considerada suicídio.
"Acreditamos que ela fez uma escolha extrema e estamos tratando o caso como suicídio", disse a polícia aos repórteres.
Trajetória de Kim Sae-ron
Kim Sae-ron ganhou destaque na indústria cinematográfica ainda na infância. Aos 9 anos, estrelou o drama "A Brand New Life" (2009), interpretando uma órfã, papel que lhe rendeu aclamação internacional. Em seguida, consolidou sua carreira com atuações marcantes em filmes como "The Man from Nowhere" (2010) e "A Girl at My Door" (2014), além de séries como "Mirror of the Witch" (2016) e "The Great Shaman Ga Doo-shim" (2021).
No entanto, sua trajetória foi interrompida por um incidente ocorrido em maio de 2022. A atriz foi flagrada dirigindo sob influência de álcool e colidiu seu veículo contra uma árvore e um transformador, causando uma queda de energia na região. O episódio gerou grande repercussão na Coreia do Sul, levando Kim a se afastar dos holofotes. Em abril de 2023, ela foi condenada e recebeu uma multa de aproximadamente US$ 14 mil. Após o escândalo, a atriz deixou a série "Trolley" e encerrou seu contrato com a agência Goldmedalist, que gerenciava a carreira dela.
Kim tentou retomar sua carreira ao participar do K-drama da Netflix "Cães de Caça" (2023), mas teve sua presença na produção reduzida devido à repercussão do caso. Essa foi a última aparição da atriz na TV.
Saúde mental na Coreia do Sul
A morte de Kim Sae-ron ocorre em um contexto de muita preocupação com a saúde mental dos artistas na indústria do entretenimento sul-coreano. Nos últimos anos, outras celebridades enfrentaram desafios semelhantes. O ator Song Jae-rim foi encontrado morto em novembro do ano passado, aos 39 anos. O cantor Moon Bin, membro do grupo ASTRO, faleceu aos 25 anos no ano passado. Casos anteriores, como o da cantora e atriz Sulli (2019) e Kim Jong-hyun (2017), do SHINee, também geraram debates sobre a pressão extrema vivida por artistas no país.
Segundo especialistas, a cultura altamente competitiva e a expectativa de perfeição - tanto dos fãs quanto das empresas - continuam a afetar profundamente as estrelas sul-coreanas, apesar das empresas terem implementado medidas para ajudar a saúde mental dos artistas ao longo dos anos. A morte de Kim Sae-ron e de outros artistas reforçam a necessidade de ampliar discussões sobre bem-estar emocional e os desafios enfrentados pelos artistas na Coreia do Sul.
Por: Isadora Wandermurem
Comments