A fervorosa discussão sobre audiência nas redes sociais tornou-se um verdadeiro espetáculo à parte. Que intrigante perceber que, mesmo com números expressivos, alguns consideram uma novela da Globo, por exemplo, um "Flop" quando não atinge os tão aclamados 30 pontos. Pergunto-me, desde quando marcar 28 ou 29 pontos é sinônimo de fracasso? Essa pontuação representa a atenção de metade dos televisores sintonizados na Globo! E, pasmem, se considerarmos as demais emissoras juntas, não alcançam nem a metade dessa marca.
Entretanto, há um detalhe que muitos esquecem: nem todos os telespectadores possuem o cobiçado medidor do Ibope em casa. Se contabilizássemos todos os espectadores fora dessa coleta, a audiência seria substancialmente maior. A realidade é que apenas um seleto grupo detém esse instrumento de medição.
Acredito que as emissoras, sábias em sua evolução, redirecionaram seu olhar sobre a audiência. Hoje, não se trata apenas de números frios; a verdadeira métrica está na repercussão nas redes sociais, nos acessos ao site oficial e nos aplicativos. Tudo conta! Talvez seja hora de repensar a medição do Kantar Ibope Média para obter resultados mais condizentes com a dinâmica atual.
A medição do Ibope, uma prática consolidada desde 1950, e o tempo real, presente desde 1988, são essenciais para emissoras como Globo, Band, Record, SBT e RedeTV, que investem para obter dados das 15 praças medidas, o famoso PNT.
No entanto, há quem prefira trilhar caminhos diferentes. Alguns canais dispensam o medidor e focam em analisar a audiência em suas próprias plataformas. Um exemplo é a Rede CNT, que paga pela medição apenas nas praças do RJ, SP, PR, Bahia e Caxias do Sul. Certamente, a emissora avalia cuidadosamente os resultados em seu site e aplicativo.
Enquanto o custo para a medição das 15 praças pode ultrapassar 1 milhão de reais por mês, aqueles que optam por não seguir esse padrão desembolsam valores consideravelmente mais baixos. Em resumo, CNT e Gazeta, que medem em locais específicos, pagam um montante bem inferior se comparado às emissoras que abrangem as 15 praças.
Em meio às críticas dos "juízes das redes sociais" e às métricas tradicionais, o essencial é perceber a mudança de paradigma nos canais. A audiência vai muito além dos números; é um reflexo da interação nas plataformas digitais e do engajamento do público, uma revolução que merece ser reconhecida e compreendida por todos nós.
Por Arllan Sìlva
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