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  • Marcelo Teixeira

Axé e arrebatamento

Atualizado: 15 de abr.

Marcelo Teixeira

 

            Não sou fã de Ivete Sangalo. Sempre tive um pé atrás com a moça. Ela é, a meu ver, arroz-de-festa. Está em todas. Enjoa e desgasta.

 

            Sei que ela é carismática, bonita e talentosa. No entanto, como bem observa o jornalista, advogado e ativista social baiano Jailton Andrade (siga ele nas redes sociais, eu recomendo), Ivete é uma espécie de Disneylândia musical. Poderia aproveitar a projeção que tem para conscientizar um pouco as pessoas, mas prefere apenas ficar jogando confete e ganhar rios de dinheiro.

 

            Ela fez bem em macetar o apocalipse da Baby do Brasil? Fez! Baby não pode usar uma festa pública para enfiar sua fé pela goela alheia. Naquela multidão que seguia o trio elétrico de Veveta (acho esse apelido ruim), decerto havia católicos, umbandistas, candomblecistas, ateus... Se Baby acredita que haverá arrebatamento daqui a alguns anos, que diga isso no púlpito da igreja evangélica que ela frequenta, e não em praça pública. Por isso, Ivete foi certeira e encerrou o assunto com talento e presença de espírito. Mas o fez também para promover o hit, bem como as empresas que a patrocinam. Afinal, senso de oportunidade é algo que não lhe falta, e a grana que rola de patrocínio no carnaval de Salvador é bem polpuda.

 

            Por falar em grana, os cordeiros (profissionais encarregados de tomar conta da corda que isola o pessoal que comprou abadá dos que pulam na “pipoca”) irão receber, por dia de trabalho, somente R$ 80,00. Ano passado, essa quantia foi de R$ 60,00, que só foi paga no sábado seguinte à folia. Mesmo assim os cordeiros ficaram sentados um bom tempo no meio-fio e debaixo de sol esperando o dinheirinho aparecer. E pelo que observa o Jailton no Instagram, o trio de Ivete atrasou, naquele dia, por causa de questões envolvendo o pagamento dessa diária nada atraente. Um total contraponto aos rios de dinheiro que vão parar na conta dos artistas na forma de consideráveis cachês.

 

            Para encerrar o assunto, em matéria de cantoras de axé, fico com Daniela Mercury e Margareth Menezes. Ambas têm um repertório muito melhor e são engajadas em várias causas sociais. Margareth, inclusive, é a atual ministra da Cultura.

 

            E quanto à Cláudia? Bem, o leite azedou faz tempo.




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