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Black Sabbath e Ozzy Osbourne se despedem dos palcos em evento histórico em Birmingham

  • Foto do escritor: Manu Cárvalho
    Manu Cárvalho
  • há 4 dias
  • 3 min de leitura

Por Manu Cárvalho

Black Sabbath e Ozzy Osbourne
Fileira superior (da esquerda para a direita): Rex Brown; Tobias Forge; David Draiman; James Hetfield; Tony Iommi; Robert Trujillo; Phil Anselmo; Geezer Butler; Sammy Hagar; Kirk Hammett. No meio: Steven Tyler; Ozzy Osbourne. Fileira inferior (da esquerda para a direita): Mike Inez; Zakk Wylde; Bill Ward; Lars Ulrich; Billy Corgan. Fotografia: Black Sabbath/Ross Halfin

O sábado, 5 de julho de 2025, entrou para a história da música. Foi em Birmingham, cidade natal dos integrantes do Black Sabbath, que a banda — ao lado do lendário Ozzy Osbourne — fez sua última apresentação ao vivo. O evento, intitulado Back to the Beginning, reuniu dezenas de milhares de fãs no estádio Villa Park, em uma celebração que durou o dia inteiro e prestou tributo não só à trajetória da banda, mas ao próprio nascimento do heavy metal.


Após quase seis décadas de carreira, os pioneiros do som pesado encerram seu ciclo de forma simbólica: onde tudo começou.


Ozzy e os parceiros: presença intacta, mesmo com limitações

Mesmo enfrentando problemas de saúde — incluindo Parkinson e mobilidade reduzida —, Ozzy Osbourne subiu ao palco com a aura que sempre carregou. Sentado em um trono, mas com o microfone em punho e a energia característica, emocionou o público com hits como Crazy Train e Mr. Crowley antes de se reunir aos companheiros originais do Sabbath: Tony Iommi, Geezer Butler e Bill Ward.


O público vibrou com a execução ao vivo de clássicos como Iron Man, War Pigs, N.I.B. e Paranoid, esta última encerrando o show com fogos de artifício e uma atmosfera de celebração e saudade.


Homenagens de peso: Metallica, Guns e mais no palco

A despedida do Sabbath contou com participações especiais de gigantes do rock e metal. O line-up foi uma verdadeira constelação:

  • Metallica emocionou com um cover poderoso de Sabbra Cadabra e agradeceu à banda por "nos ensinar o que era peso".

  • Guns N’ Roses trouxe uma versão surpreendente de Never Say Die! e incendiou o público com seus próprios sucessos.

  • Tool, Slayer, Pantera, Anthrax, Alice in Chains, Halestorm e outros nomes completaram o festival, com todos incluindo ao menos uma música do Sabbath em suas apresentações.


Os artistas vestiam preto, como os fãs, e deixaram claro: o Black Sabbath não é apenas uma banda — é uma fundação do gênero.


Um tributo à cidade que viu tudo nascer

A cidade de Birmingham mergulhou na homenagem. Murais com imagens icônicas da banda foram espalhados pelas ruas. Exposições, painéis interativos e até uma réplica do primeiro estúdio usado pela banda estiveram abertos ao público durante a semana do evento. A prefeitura declarou o dia 5 de julho como o “Dia do Black Sabbath”, eternizando ainda mais a relação da cidade com seus filhos ilustres.


A cerimônia no estádio também teve momentos institucionais, como a entrega simbólica de Cidadania Honorária aos quatro integrantes.


Mais que música: um legado cultural e emocional

Black Sabbath é, para muitos, o início de tudo. Quando lançaram a faixa Black Sabbath, em 1970, apresentaram ao mundo um som sombrio, distorcido e denso que redefiniu os limites da música popular. Eles abriram caminho para subgêneros inteiros e influenciaram artistas por gerações.


Para os fãs, o evento foi mais do que um show: foi um rito de passagem, uma despedida digna de lendas vivas. Alguns viajaram do outro lado do mundo só para ver Ozzy e companhia uma última vez. Muitos choraram, outros cantaram em coro — todos saíram marcados.


Black Sabbath e Ozzy Osbourne
Ozzy Osbourne se apresentando no Back to the Beginning, no Villa Park. Fotografia: Black Sabbath/Ross Halfin

O que vem depois?

Em entrevistas recentes, os integrantes deixaram claro que este foi o último show ao vivo, mas não descartaram gravações futuras. Tony Iommi, inclusive, mencionou estar trabalhando em riffs novos, que poderiam originar faixas de estúdio inéditas com a banda ou em outros projetos paralelos.


Ozzy, por sua vez, segue como um símbolo do rock — e mesmo com a saúde debilitada, ainda participa de podcasts, documentários e mantém presença digital.


Um adeus sem fim

O Back to the Beginning não foi apenas um show. Foi um ritual de celebração, respeito e gratidão. Para a música, foi o encerramento de um capítulo essencial. Para os fãs, uma memória eterna. E para o Black Sabbath, a prova definitiva de que o tempo pode passar, mas lendas não morrem — se tornam eternas.


Obrigada, Black Sabbath. Obrigado, Ozzy. Vocês nos ensinaram que até o som mais sombrio pode ser libertador. 

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