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Marcelo Teixeira

Brasil comemora os 80 anos de Chico Buarque

   

Chico Buarque completa 80 anos

       Parece que foi ontem, mas já se vão 80 anos que Francisco Buarque de Holanda, um dos maiores compositores e cantores brasileiros, nasceu para encher de talento a música do Brasil e do mundo.

 

            Carioca da gema e filho de uma família de classe média alta e intelectualizada, Chico surgiu no cenário musical na década de 60 do século passado, e com um grande sucesso logo de cara – a canção “A banda”, que venceu o II Festival de Música Popular Brasileira, em 1966.

 

            Lembrando uma retreta daquelas que se apresentam nos coretos das praças, “A banda” fala de um mundo onírico, no qual todos esquecem as agruras do cotidiano para se alegrarem ante a passagem de uma banda de musica. No entanto, tão logo ela se vai, tudo volta ao melancólico normal de tédio e solidão, tão comuns no dia a dia.

 

            Depois de “A banda”, choveram sucessos compostos por Chico Buarque, ora em parceria com nomes como Tom Jobim e Gilberto Gil, ora só por ele mesmo. A lista é longa e pródiga: “Eu te amo”, “Carolina”, “Cálice”, “Valsinha”, “Atrás da porta”, “Vai passar”, “Todo sentimento”, “Futuros amantes”, “Apesar de você”, “Partido alto”, “Quem te viu, quem te vê”, “O que será?”, “Bastidores”, “Sob medida”, “Olhos nos olhos”, “Meu guri”... E sempre interpretadas por nomes de peso, como Maria Bethânia, MPB 4, Nana Caymmi, Simone, Gal Costa, Fafá de Belém, Ney Matogrosso, Elis Regina, Caetano Veloso, Milton Nascimento, Cauby Peixoto, Elza Soares, Beth Carvalho, Quarteto em Cy, Clara Nunes, Francis Hime, Danilo Caymmi, além dele mesmo, é claro. Um riquíssimo acervo disponível para públicos de todas as idades e que é sempre regravado, estudado e interpretado.

 

            Chico Buarque também tem feito bonito no teatro. “A ópera do malando”, por exemplo, já foi encenada diversas vezes, desde que estreou pela primeira vez, na década de 70. E trouxe ainda mais um repertório de significativas canções: “Geni e o zepelim”, “Folhetim”, “O meu amor” e “Homenagem ao malandro” caíram no gosto popular e são cantadas até hoje. Além dela, “Roda viva”, que sofreu forte repressão à época da ditadura militar (e que gerou uma canção homônima belíssima), “Cambaio” e “O grande circo místico”, que ganhou, inclusive, uma versão para o cinema, tal qual “A ópera do malandro”.

 

            Toda essa obra musical e teatral ganhou as cores da escola de samba Mangueira, em 1998. Chico foi enredo e fez a verde-e-rosa sagrar-se campeã num desfile inesquecível. E com a presença dele e de muitos outros artistas, que gravaram suas canções. Uma apoteose!

 

            Por fim, para deleite de muitos, Chico enveredou para a literatura e publicou, até agora, os romances: “Budapeste”, “Estorvo” e “Leite derramado”. Todos premiados e aclamados pela crítica.

 

            Recentemente, nosso Chico Buarque foi agraciado, em Portugal, com o Prêmio Camões, que foi instituído pelos governos do Brasil e Portugal para estreitar os laços entre os países de língua portuguesa. Um reconhecimento e tanto para um artista que muito tem feito pela nossa pátria e pelo idioma.

 

            Por isso tudo e muito mais, comemorar os 80 anos de Francisco Buarque de Holanda é celebrar também o que temos de melhor. O aniversariante é ele, mas o presente é de todos nós.

 

            Feliz aniversário, Chico Buarque!

 

Marcelo Teixeira

 

 

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