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Cacique de Ramos: berço do samba raiz

Manu Cárvalho

Especial Carnaval 2025 - Por Manu Cárvalho

Cacique de Ramos
Foto: Reprodução/Site/Cacique de Ramos

Se você acha que samba é só coisa de escola de samba, tá muito equivocado! O Cacique de Ramos chegou para te mostrar que o samba não tem hora, não tem lugar e, claro, não tem frescura. Fundado nos anos 60, na Zona Norte do Rio, o bloco é o verdadeiro espírito do samba descomplicado, cheio de história e repleto de alma. E se você ainda não sabe, vou te contar: ali não é só uma roda de samba, é uma verdadeira festa de resistência, de garra e de alegria sem fim.


Imagina o cenário: sol quente, aquele calorzão carioca, a galera chegando e já sentindo o clima. Pandeiro na mão, cuíca chorando e o samba rolando com vontade, como se o tempo estivesse ali para servir a festa. No Cacique, a galera se sente parte de uma tradição que não morre nunca. Não é só o Carnaval, é o dia a dia, a vibe que te agarra e te faz querer dançar até amanhecer. E olha, não é pouca coisa não: é um bloco que arrasta multidões, mas não é pelo glamour. É pela essência do samba, pela bagunça boa e pela energia lá em cima.


Cacique de Ramos
Foto: Reprodução/Site/Cacique de Ramos

O Cacique de Ramos não é só um bloco de carnaval, é uma roda de samba com cara de favela, onde todo mundo é bem-vindo, do malandro ao corda de samba. Gente de todo canto se encontra ali, com a cara e a coragem, para celebrar as raízes e a cultura afro-brasileira. Quem não curte o samba ali, não sabe o que está perdendo, porque o bloco é sinônimo de aprendizado, de cultura e, claro, de muito ritmo. Não é à toa que grandes nomes do samba já passaram por essa roda. Zeca Pagodinho, Jorge Aragão, Beth Carvalho… Sério, se você é fã de samba, é lá que o negócio acontece. A música não é só um som, é um convite para fazer parte dessa história.


E se você pensa que samba é só coisa de quem já está no meio, se engana. O Cacique de Ramos é para todos: do iniciante ao veterano, do carioca raiz ao gringo animado. Quem chega já sabe: a festa não tem pressa de acabar, porque ali cada batida do tambor, cada grito de “ôôô, aleeegria”, é um testamento de resistência. O bloco foi, é e sempre será um escudo cultural. Enquanto o mundo lá fora tenta apagar a cultura negra, dentro do Cacique, ela explode, se expande e ganha asas.


Cacique de Ramos
Foto: Reprodução/Site/Cacique de Ramos

Hoje, o Cacique de Ramos é mais do que tradição, é lenda viva. O Carnaval ainda é o auge, mas quem frequenta o bloco sabe que a energia do samba vive o ano todo. A rua é nossa, o samba é nosso, e a festa também. Não importa se é terça-feira ou sábado, no Cacique, a batida não para e a galera não cansa de sambar.


Se você ainda não teve o prazer de conhecer o Cacique de Ramos, meu chapa, prepare-se: você vai entender de onde vem esse calor humano, essa energia que contagia, esse samba que não dá mole. Porque o bloco é isso: um soco no peito e uma gargalhada no rosto. Ah, e tem mais: não tem problema se você não sabe sambar direito. No Cacique, o importante é se jogar na roda e deixar a música te levar. Porque no fim das contas, o que importa mesmo é celebrar a vida e a cultura que nunca vai morrer.


Então, da próxima vez que alguém te convidar para o Cacique de Ramos, só vai. Se joga. Porque no final, o samba vai ser seu o seu guia.

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