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Alan Falciani

Diferença de classes: excêntrica ou louca do vilarejo



Olá camarada leitor, como lhe encontro hoje? Até quem não assiste ao BBB deve ter sabido sobre o que aconteceu nos últimos dias. Não vou criar mistérios desnecessários, Vanessa Lopes deixou a todos intrigados com suas afirmações e atos, achando que todo mundo podia ser um ator, talvez com a finalidade de enganar ela, ou com os pronunciamentos do pai.


O que houve na casa mais vigiada do Brasil foi uma evidência de problemas de saúde mental que são abordados hoje, mas não a seriedade necessária. Em 2020 o planeta sofreu, para alguns de leve e para outros de forma ainda mais pesada, a sensação de estar confinado, seja em lugar grande ou pequeno, com poucas ou muitas pessoas. Todos os que tiveram o privilégio de ficar em casa sofreram com o confinamento.


Outra discussão necessária é a separação e distinção da pessoa e seu “problema”. Quem não possui bom ou mau caráter devido à sua individualidade e características mentais. Alguém malvado o será mesmo que acometido ou não; o contrário também é verdadeiro. Partindo desse pressuposto, quando nos encontramos no nosso limiar entre a calma e a explosão, não necessariamente esse é o nosso comportamento padrão, não devemos ser julgados moralmente pelas condições em que nos encontramos, mas apenas materialmente, e se necessário for, sermos analisado por olho e escuta clínica.


E agora chegamos ao ponto em que quero falar sobre os acontecimentos. Bruna Louise brinca de forma correta: “Se ela não fosse rica e famosa seria a doidinha da praça”. Faz tempo já que observamos milionários, bilionários, atores, cantores e quem quer que esteja numa plataforma performando ou apenas existindo cometerem atrocidades a torto e a direito.


Elon Musk, certa vez, ficou incomodado com o trânsito, e no lugar de cuidar da infraestrutura do transporte público da cidade que o incomodou, resolveu criar uma série de túneis subterrâneos, mas apenas para quem fosse dono de um Tesla. Após gastar milhões com o projeto, agora os donos de Teslas podem enfrentar um trânsito particular abaixo da terra sem a chance de resgate em casos de emergência.


É tanta desgraça que eles provocam que a palavra rico se tornou sinônimo de maldoso e egoísta. Até o atual momento, possuímos literalmente milhares de anos de documentos históricos para comprovar essa afirmação. Estamos tão acostumados a enxergar o rico podendo comprar a maldade da vez que ficamos anestesiados com a situação. Mas, tanto como nós, eles também precisam de terapia.


Nós não podemos nos permitir fazer terapia pelo custo e o Estado não se preocupar em dar atendimentos públicos e gratuitos. Mal fornecem alguns remédios para os poucos afortunados que conseguem uma sessão no psiquiatra. Que dirá receitar qualquer coisa que sirva para que o robozinho volte a operar sem muitos problemas para fazer a grande roda girar (Metrópolis, 1927). Saúde mental plena e gratuita deveria ser um direito humano fornecido pelo Estado, não pelo nosso pouco pagamento. A sua falta nada mais é que mais uma corrente imposta pelo chefe para evitar que nos rebelemos.


Da mesma forma que não devemos deixar uma pessoa incapaz de dirigir tocar no volante, também é nosso dever observarmos e nos rebelarmos ao fato de pessoas com poder para gerar guerras ou mandar milhares para a rua operarem com problemas mentais. Observemos o caso do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden que mal sabe para onde anda, e o do senador norte americano Mitch McConnel que simplesmente paralisou diante das câmeras. Ou vamos relembrar a megalomania de Henry Ford, que conseguiu remodelar todas as ruas dos Estados Unidos para destruir o transporte público e tornar mais viável o uso de carros para que a indústria dele ganhasse mais poder. Ou o nosso mais recente caso quando, em múltiplas ocasiões, o ex-presidente Jair Bolsonaro fez piada das pessoas acometidas pela Covid-19.


Precisamos tomar de volta as rédeas de nossa sociedade, nem que seja para que quem tenha o controle sobre a vida de pessoas esteja em condição para tomar tais decisões e para que nós sejamos capazes de reconhecer os grilhões em nossos pescoços.


Alan Falciani

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