Entre Montanhas (The Gorge) | Análise
- Felipe Barreto
- 28 de fev.
- 3 min de leitura

A Apple TV+ tem feito conteúdos tão bons, que a gente tem que começar elogiando o trabalho de um serviço de streaming. Não tem jeito, ela tem acertado e dá pra perceber bem com Ruptura, Silo, Napoleão, e alguns outros filmes e séries que tem saído de lá. E esperamos que se mantenha assim, pois é o entretenimento que vale a pena.

Entre Montanhas (The Gorge), dirigido por Scott Derrickson (O Exorcísmo de Emily Rose, Doutor Estranho, Telefone Preto), não foge desse escopo e entrega um romance secreto, e cheio de mistérios de uma forma muito tranquila e divertida. É um filme padrão, mas que ganha seu ponto, no quesito de conquistar a atenção do espectador. Ele tem todos os pontos que acertam o espectador que almeja um momento para descansar e viver uma "aventura" tensa, com um romance cheio de heroísmo e humanidade. Bem típico também de um roteiro de video games.
Sim! The Gorge (Entre Montanhas), começa com o Levi (Miles Teller), um ex-soldado com problemas de saúde e traumas de guerra, que não deseja mais trabalhar como mercenário e Drasa (Anya Taylor Joy), uma assassina de sangue frio que aceita um trabalho para ajudar seu pai que está morrendo de câncer e que planeja se suicidar no dia dos namorados para reencontrar a sua esposa. Ambos, agentes e atiradores de elite, são contratados pela Bartholomew (Sigourney Weaver), para ir para um local remoto, sem nenhum tipo de contato com o mundo, para manter posição em uma torre e proteger um desfiladeiro nebuloso. Mas de que?

Não é possível ter localização daquele local. Satélite, celular, nada funciona. Apenas as duas torres, uma de cada lado entre o desfiladeiro e em cada torre há um rádio que só funciona quando os empregadores entram em contato. E a partir daí a trama desenrola. E falando sério? É muito bem entregue! As vezes lembra até The Last of Us.
A atuação da Anya Taylor Joy e Miles Teller, e a conexão entre eles dois durante o filme todo, faz com que o filme te prenda pelo carisma leve e firme que os dois têm enquanto atores e personagens. Você é absorvido pela história de cada um, se identificando com eles e os seus sentimentos, e não sente a trama sendo entregue de maneira corrida. Diálogos precisos, cenas bem roteirizadas e uma fotografia agradável porém, melancólica, formam a construção do Levi e da Drasa muito bem.

O romance nasce daí. Da criatividade. Ambos curiosos para saber o que se passa naquele local, eles "fuçam" cada canto de suas torres em busca de mais informações, até que suas lunetas se encontram. Deste momento em diante, eles começam a trocar mensagens escritas e se vão se envolvendo cada vez mais até decidirem se encontrar. Ah, posso não ter comentado, mas é terminantemente proibido uma torre se comunicar com a outra! O resto você vai ter que assistir.

A "motivação do desfiladeiro" é a única coisa que pode ter como um leve ponto negativo, mas seria um ponto facilmente contra argumentado. O roteiro faz a entrega ser muito bem, deixando tudo bem explicado, criando um ar interessante e curioso. É também, algo inesperado que você cogita, várias vezes, se o que tem naquele desfiladeiro vai ser algo completamente sem sentido ou algo sobrenatural.
O Entre Montanhas (The Gorge) é um filme de ficção científica com um romance carinhoso e humorado que serve muito bem para uma tarde ou noite romântica com o seu par. É um filme que vai te divertir e divertir quem quer que esteja assistindo com você! Divertido, apaixonante, criativo e muito bem escrito! Está disponível na Apple TV + e vale muito a pena!
Comentários