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Da redação

Imperatriz Leopoldinense: Uma Celebração à Ancestralidade em "Itan para Oxalá"


Desfile das Campeãs do Carnaval 2024  no Sambódromo da Marquês de Sapucaí - 17/02/2024 -  Imperatriz - Créditos da Foto: Alex Ferro | Riotur

A Imperatriz Leopoldinense retorna à Sapucaí com uma reverência profunda à ancestralidade e à espiritualidade afro-brasileira. Atual vice-campeã do carnaval do Rio, a escola revive a mitologia dos orixás com o enredo “Ómi Tútu Ao Olúfon – Água fresca para o senhor de Ifón”, uma homenagem a Oxalá, o orixá da paz e da sabedoria. Depois de quase cinco anos afastada de temáticas afro-religiosas, a Rainha de Ramos traz à avenida o itan de Oxalá, conduzido pela obra poética de Me Leva, Thiago Meiners, Miguel da Imperatriz, Jorge Arthur, Daniel Paixão e Wilson Mineiro.

O desfile celebrará o frescor das águas, elemento sagrado que conecta o espiritual ao humano, lembrando o papel vital das águas e dos saberes ancestrais que sustentam nossa cultura. Mais do que um espetáculo, será um ato de resistência e renovação, oferecendo ao público uma experiência que inspira respeito e celebra a liberdade de cultuar raízes e tradições tão presentes no coração do carnaval carioca. Em 2024, a Imperatriz convida todos a mergulharem no axé de Oxalá e a beberem dessa água sagrada.


Vai começar o itan de Oxalá.

Segue o cortejo funfun pro senhor de Ifón, Babá.

Orinxalá, destina seu caminhar.

Ao reino do quarto Alafin de Oyó.

Alá, majestoso em branco marfim.

Consulta o ifá e assim,

No odú, o presságio cruel,

Negando a palavra do babalaô.

Soberano em seu trono, o senhor,

Vê o doce se tornar o fel.

Ofereça pra Exú… um ebó pra proteger.

Penitência de Exú, não se deixa arrefecer.

Ele rompe o silêncio com a sua gargalhada.

É cancela fechada, é o fardo de dever.

Mas o dono do caminho não abranda.

Foi vinho de palma, dendê e carvão.

Sabão da costa pra lavar demanda.

E a montaria te leva à prisão.

O povo adoeceu, tristeza perdurou,

Nos sete anos de solidão.

Justiça maior é de meu pai Xangô.

No dendezeiro, a justiça verdadeira.

(Meu pai Xangô mora no alto da pedreira).

Onde o banho de abô pra purificar,

Desata o nó que ninguém pode amarrar.

Transborda axé no ibá e na quartinha.

Pra firmar tem acaçá, ebô e ladainha.

Oní sáà wúre! Awure awure!

Quem governa esse terreiro ostenta seu adê.

Ijexá ao pai de todos os oris.

Rufam atabaques da Imperatriz.

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