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Lexa transforma dor em arte e lança homenagem emocionante à filha Sofia: "Você e Eu"

  • Foto do escritor: Ana Soáres
    Ana Soáres
  • 18 de abr.
  • 4 min de leitura

Lexa transforma dor em arte e lança homenagem emocionante à filha Sofia: "Você e Eu"
Capa da música no Spotify - Reprodução/Instagram @lexa

Na última quinta-feira (18), a cantora Lexa emocionou o público com o lançamento da canção "Você e Eu", uma delicada homenagem à sua filha, Sofia — fruto de uma gestação complicada, que partiu pouco depois do nascimento, mas que jamais deixará de existir em seu coração. O clipe, que une imagens suaves, simbologias maternas e a vulnerabilidade de um luto íntimo, transformou-se rapidamente em assunto nas redes sociais, tocando desde adolescentes sensíveis à arte até mães que se reconhecem em cada verso.

Lexa transforma dor em arte e lança homenagem emocionante à filha Sofia: "Você e Eu"
Reprodução/Instagram @lexa

“Você e Eu” é mais que uma canção — é um abraço de mãe, um sopro de esperança, um tributo à força do amor que ultrapassa a ausência. Emocionada, Lexa entrega ao público uma das faixas mais íntimas de sua carreira, dedicada à pequena Sofia, sua filha que partiu três dias após nascer.


Com uma melodia suave, arranjos delicados e uma letra que toca fundo no coração, Lexa transforma a dor do luto em arte, e compartilha com o mundo a sua jornada de superação e conexão espiritual com a filha.


“Mesmo sem te ver,

eu sinto você aqui

Te carrego no peito,

minha eterna flor

Você e eu, pra sempre em mim”


A música traz a narrativa de uma mãe que, apesar da perda, segue amando, cantando e vivendo com a certeza de que os laços de afeto nunca se rompem. Lexa revela vulnerabilidade e força, e inspira tantas outras mulheres que passaram por situações semelhantes a encontrarem também sua voz.



A música, no entanto, vai além de uma homenagem. É um ponto de virada. Um sopro de amor no meio do caos. Uma tentativa honesta e corajosa de colocar em palavras aquilo que tantas vezes sufoca em silêncio: o luto.

Para compreender a dimensão emocional de uma perda gestacional — e como a arte pode ser caminho de cura — a Revista Pàhnorama conversou com Carla Salcedo, psicóloga, neuropsicanalista e terapeuta especializada em luto. Com mais de 15 anos de experiência na escuta e acolhimento de pessoas que enfrentam perdas, Carla fala com sensibilidade sobre o impacto da dor e os caminhos possíveis de recomeço.

“O luto é uma expressão do amor. Ele não é fraqueza, nem fração de loucura. Ele é, muitas vezes, o único gesto possível para dizer: 'você importa'."

Segundo ela, o luto é um processo emocional absolutamente legítimo e necessário.

“Quando falamos de perda gestacional, entramos num território ainda mais delicado, porque muitas mulheres são privadas do direito de viver essa dor com o espaço que ela merece. Há um silenciamento social. A dor é minimizada, como se um bebê que ainda não nasceu não pudesse deixar marcas profundas”, afirma Carla.

E é por isso que a atitude de Lexa ressoa com tanta força. Porque ela deu rosto, nome, canção e cor a uma ausência que, para muitas, continua invisível.

A música "Você e Eu", com letra tocante e arranjos que mesclam doçura e saudade, não fala só de morte. Ela fala da presença que continua. De laços que não se desfazem com o tempo. De conexões que atravessam dimensões e resistem ao silêncio.

“O luto bem elaborado não apaga a dor, mas dá a ela um lugar na nossa história”, pontua Carla. “Quando transformamos a dor em memória, em arte, em legado — como Lexa fez — estamos dando um passo importante no processo de integração da perda à nossa identidade.”

Quando o silêncio se transforma em música

Lexa, conhecida por seu alto astral e hits dançantes, escolheu trilhar o oposto desta vez. A canção nasceu da necessidade de falar sobre algo profundo, íntimo e, ao mesmo tempo, universal. Na letra, ela se dirige diretamente à filha, com uma doçura que só quem ama profundamente consegue transmitir.

Carla Salcedo explica que a expressão emocional, por meio da música, da escrita ou de rituais simbólicos, pode ser uma ferramenta terapêutica poderosa para quem vive o luto. “Quando as palavras nos faltam, a arte fala por nós. É uma forma de continuar o vínculo. De manter vivo o amor que não pode mais ser vivido da mesma forma”, diz.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde, o luto prolongado já é reconhecido como um transtorno que pode desencadear ansiedade, depressão e até problemas de saúde física. Por isso, o acolhimento, o tempo e a escuta são tão fundamentais. “Cada pessoa vive o luto de um jeito. E ninguém deve ser pressionado a ‘superar’”, reforça a especialista.

Ressignificar, sem apagar

A canção de Lexa convida o ouvinte a ressignificar. A entender que recomeçar não significa esquecer. Que seguir adiante não é trair a memória de quem se foi. Que a ausência pode, sim, caminhar ao lado da esperança.

“Recomeçar é um ato de coragem”, afirma Carla. “É aprender a sorrir de novo, mesmo sabendo que falta um pedaço. E tudo bem se, às vezes, esse pedaço ainda doer.”

Ao compartilhar sua dor publicamente, Lexa não apenas homenageia a filha, mas cria um espaço seguro para outras mulheres, famílias e jovens que também enfrentaram perdas — gestacionais ou não — se reconhecerem, se acolherem e se permitirem sentir.

E talvez seja esse o maior poder da arte: transformar ferida em afeto, ausência em presença, dor em melodia.

Clipe de Você e eu, lançado hoje (19).


 "Você e Eu" está disponível em todas as plataformas digitais. Uma canção para ouvir com o coração aberto, seja você mãe, filho, filha, apaixonado por música ou simplesmente alguém em busca de recomeços.


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