Caro leitor, nem tudo que fez sucesso é lembrado e ganhou direito a reprise. A coluna "Na Tela" foi buscar no Túnel do Tempo um exemplo que merece ser lembrado. Estou falando da novela "Transas e Caretas", uma produção praticamente esquecida, mas que foi um sucesso na época. Há exatamente 40 anos, ia ao ar o primeiro capítulo de "Transas e Caretas", uma novela de Lauro César Muniz. Exibida entre 9 de janeiro até 20 de julho de 1984, em 167 capítulos e 28 semanas.
"Transas e Caretas" foi um grande sucesso do horário das 19h na década de 80, obtendo média geral de 46 pontos no Ibope, quando a meta estipulada para a época era de 40, no entanto, não é muito lembrada.
Na trama, Francisca Moura Imperial (Eva Wilma) é a empresária de sucesso que vê seus dois filhos, Jordão (Reginaldo Faria) e Thiago (José Wilker), distanciarem-se da família e dos negócios. Enquanto Jordão vive no imperial clima brasileiro do século passado, com convicções monarquistas, Thiago está imerso no cibernético mundo novo. Ambos são solteirões convictos, completamente alheios ao casamento, compartilhando Marília (Natália do Valle) como grande amor.
A abertura da novela remete aos anos 80, com destaque para o video-game Atari e a canção do Trio Los Angeles, febre na época. A trama, que substituiu "Guerra dos Sexos" e foi sucedida por "Vereda Tropical" no horário das 19h, nunca foi reprisada pela Globo, nem no Vale a Pena Ver de Novo, canal Viva, ou no catálogo Globoplay.
Apesar do sucesso, a novela foi esquecida na gaveta da emissora. Uma falha inexplicável, considerando sua boa qualidade, trilha sonora impecável, elenco talentoso e uma história cativante. A ausência de "Transas e Caretas" nas reprises permanece curiosa, e a única possibilidade levantada é a perda do material, semelhante ao ocorrido com "Olho no Olho". A novela, que faz parte dos grandes sucessos da época dos anos 80, merece ser recordada pelos 40 anos de sua exibição, e mesmo que não receba destaque na Globo, é lembrada aqui na coluna "Na Tela", especialmente para quem viveu essa época. Quanto aos outros sucessos, fica para a próxima.
Arllan Sìlva
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