A história contada pelo rapper Oruam sobre o disparo de uma espingarda calibre 12 não bate com o que a perícia revelou. Segundo informações do Metrópoles, uma análise anexada ao inquérito policial apontou inconsistências no que o cantor disse ao deixar a Cidade da Polícia, na zona norte do Rio, na manhã da última quarta-feira (26).

Oruam foi levado para a delegacia depois que a polícia encontrou em sua mansão no Joá, zona oeste do Rio, Yuri Pereira Gonçalves, que estava foragido da Justiça. Os agentes foram até o local para cumprir um mandado de busca e apreensão, expedido após o cantor postar um vídeo disparando uma espingarda em um condomínio de luxo em Igaratá, no interior de São Paulo.
O artista foi liberado por volta das 10h40, depois de assinar um termo circunstanciado. Na saída, ao ser questionado pela imprensa, garantiu que a munição usada era de borracha.
Só que a investigação mostrou um cenário bem diferente. Segundo o inquérito obtido pelo Metrópoles, a perícia analisou o vídeo e encontrou sinais claros de que Oruam estava usando munição real. As imagens mostram uma bola de fogo saindo do cano da arma, além de um cartucho vermelho e um recuo forte da espingarda — coisas que não acontecem com munição de borracha.

Pra reforçar ainda mais a tese, uma pesquisa no site da Companhia Brasileira de Cartuchos (CBC) confirmou que o tipo de munição usada no disparo é indicado para caça.
Com essas evidências, os investigadores enquadraram o rapper no artigo 15 do Código Penal, que fala sobre disparo de arma de fogo em local habitado ou via pública, desde que não tenha o objetivo de cometer outro crime. A pena prevista varia de dois a quatro anos de prisão, além de multa.
O Ministério Público de São Paulo (MPSP) também corroborou as conclusões da polícia e destacou que a perícia no vídeo deixou claro que a versão do rapper não se sustenta.
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