"A Sexualidade Feminina colocada à serviço das expectativas alheias".
Olá, Deusa poderosa!
Está ansiosa para continuar nossa conversa sobre sexualidade sagrada né? Então, bora continuar nosso bate-papo da semana passada.
A gente não é livre para ser quem é (principalmente nós mulheres) desde que nascemos, porque as pessoas precisam se assegurar, ainda que inconscientemente, que conseguiremos dar continuidade à linhagem familiar. Parece até que não temos o direito de ser simplesmente quem somos, do jeito que somos. Desde bebê já somos incumbidos da responsabilidade de corresponder às expectativas alheias. E "ai" da gente se isso não acontecer.
Porém, a sexualidade, genuinamente, se apresenta desde o nascimento porque sentimos prazer em explorar o corpo e nosso entorno. Para uma criança tudo é um orgasmo. É sério! O próprio Freud já afirmava essa premissa, então não venha me chamar de pervertida, ahahahaha. Entretanto, infelizmente, nós mulheres somos anuladas nos nossos limites e possibilidades de prazer, e como tudo que está relacionado ao prazer é sexualidade, e sexualidade faz parte da nossa identidade, então somos anulados na nossa integridade desde bebês, carregando por toda a vida o fardo da validação alheia. A sexualidade é o momento presente. Mas quem disse que isso é incentivado na gente? Deus me livre você parar cinco minutos do dia para se olhar e se amar não é mesmo, mana?.
Ninguém bate na mãozinha de um bebê do sexo feminino porque quer mamar, mas praticamente toda mãe dá tapinhas na mãozinha do bebê do sexo feminino se ele tocar seus órgãos genitais, é ou não é? Já para um bebê do sexo masculino que assim o faça, será validado e honrado como um verdadeiro “macho” e todos ficarão orgulhosos.
Triste realidade! Aí vamos crescendo e cada vez mais somos oprimidas por uma banalização da violência dos nossos corpos de criança, da nossa autonomia e independência, sendo reprimidas e desqualificadas. Um exemplo bem prático: se uma garotinha está brincando com seu vestidinho e aparece a calcinha, ela é repreendida, na mesma hora, ainda que seja somente criança buscando PRAZER DE BRINCAR. Ou seja, essa menina está sendo privada de seu pleno desenvolvimento, do seu direito, veja bem, eu disse d-i-r-e-i-t-o de encontrar a sua sexualidade, olhar profunda e verdadeiramente para si mesma, se divertir consigo mesma, amar a si mesma. E essa é a mais cruel sentença que um ser humano pode receber, entretanto, a nós mulheres configura uma realidade. Pense a respeito dessa nossa conversa e na próxima semana continuo aqui para meter o pau nessa sociedade de fachada, nesse engodo social.
Te espero. Até a próxima semana.
Um beijo.
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