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A coragem da 2ª temporada de The Last of Us!

  • Foto do escritor: Felipe Barreto
    Felipe Barreto
  • 29 de abr.
  • 7 min de leitura

Atualizado: 1 de mai.

Os três estão disponíveis na MAX, e já podemos debater sobre o que estamos assistindo?

Pedro Pascal entregando uma atuação incrivelmente adequada no papel do Joel
Pedro Pascal entregando uma atuação incrivelmente adequada no papel do Joel (Foto: Reprodução / Max)

Finalmente foi lançada na MAX (e há uma semana atrás o jogo na steam) a parte 2, vulgo, segunda temporada da série The Last of Us, baseada no jogo da Naughty Dog, com o mesmo nome. Mas como sempre eu venho aqui pra trazer aquele debate massa, quero saber de vocês: estão curtindo?


"Mas por que está perguntando isso?" É um debate talvez extenso, talvez curto, baseado apenas em gosto. E usando esse argumento, acaba por limitar ou cortar qualquer debate, já que gosto, em parte, "não se discute". Comento isso, por que estou percebendo pessoas que não jogaram o jogo e as que não conhecem do universo, sendo impactadas de primeira vez! Tanto pelo amor paterno e teimoso do Joel e quanto pelo desenvolvimento da Ellie, e tendo as mais deliciosas e diversas reações! É muito bom ver isso como um jogador de vídeo games.

Catherine O'hara como psicóloga, funciona, mas será que fará sentido?
Catherine O'hara como psicóloga, funciona, mas será que fará sentido? (Foto: Reprodução / Max)

O título desta postagem já diz tudo: a segunda temporada tem, definitivamente, coragem. Pois, usar três episódios, modificar certos plots em certos momentos, é uma coragem que a Naughty Dog pode ter tranquilamente, depois de entregar os jogos The Last of Us e Uncharted para nós (esqueçam aquele filme com o Tom Holland, tá?). Porém, essa coragem está confrontando parte dos jogadores do jogo e até algumas pessoas as quais só conhecem a história pela série. Coisa boa? Definitivamente. Está sendo bem executada? Talvez.


Só um parêntesis aqui: já digo que a série está muito boa, tá? Com um grande "PORÉM", mas está deliciosa de se assistir. O por que disso? Vou trazer para vocês a partir do próximo parágrafo.


A partir daqui, darei spoilers, beleza? Cabe a você decidir seguir.

Momentos que formam a construção da trajetória do Tommy.
Momentos que formam a construção da trajetória do Tommy. (Foto: Reprodução / Max)

A ideia de mudança, me agrada um pouco. Pois, na minha cabeça, a resposta é bem simples: "se eu quisesse ver igual, eu ia jogar o jogo". Claro que com muito mais argumentos, mas vamos nesses mais simples que é melhor. Mudar significa readaptar e criar uma nova oportunidade de conquista e abertura de possibilidades. E acredito que The Last of Us Parte 2 na Max, consegue entregar essa abertura. Mas lembra do "porém"? Tem coisas ali que estão com lacunas imensas e espero sincera e honestamente, que faça sentido essas narrativas e plots estarem ali.


A gente começa com o Tommy (Gabriel Luna), irmão do Joel (Pedro Pascal), tendo um filho, após ele e a Maria perderem um na primeira temporada. Que inclusive foi uma cena muito sutil, tranquila e sentimental que entregou muito da motivação que o personagem da série aparentemente vai ter (a partir daqui podemos supor inúmeras coisas). A leve mudança de personalidade do Tommy, entrega muito o pensamento que o Joel tinha em relação a Sarah, filha que ele perdeu durante o dia que a pandemia estourou. Isso o deixa mais "sensível" e mais protetor. O que foge completamente do Tommy do jogo. Muito mais frio e obstinado.

Tommy e Ellie criando laços pro futuro
Tommy e Ellie criando laços pro futuro (Foto: Reprodução / Max)

Essa mudança brusca leva a gente a entender algumas costuras que a série criou pra amarrar o enredo, sem perder a alma, e podermos até fechar algumas lacunas subjetivas que o próprio jogo criou na nossa cabeça. Os "e se's" também estão nessa equação. Tommy está muito mais próximo da sua esposa e filho, e também da Ellie. Uma união que torna a sensação familiar muito mais presente do que no jogo. Ellie, que está brigada neste momento com o Joel, o que já é algo esperado, e é o papel do Tommy estar ali pra tentar jogar panos quentes e ajustar pontos entre os dois.


Durante o segundo episódio ele demonstra isso claramente, quando se preocupa muito mais com a sua mulher e deixa Jackson firme para poder proteger os seus, enquanto Joel, Ellie, Dina e Jesse, estão patrulhando. O que é importante debater aqui também a forma como a execução da invasão a Jackson foi feita. Os infectados são inteligentes? Acham brechas? Formam bando? Algumas perguntas ficaram em aberto pela forma como foi apresentada essa invasão e provavelmente explicado futuramente, mas é aquela coisa, é uma adaptação e a gente tem que entender as entrelinhas e a forma como eles estão criando a série. Agora...

 Uma luta sem sentido com pouco climax e muita sorte
Uma luta sem sentido com pouco climax e muita sorte (Foto: Reprodução / Max)

No terceiro episódio, temos mais uma aparição da Gail, personagem da Catherine O'hara, (que atua maravilhosamente) entrando na mente dos nossos personagens e tentando desconstruir eles de uma maneira inteligente, mas "mais mastigada" pros espectadores. Claramente tentando fazer a série ser mais palatável pro público maior. O que obviamente vai afetar a visão que as pessoas que jogaram o jogo tem sobre os personagens. Acrescentamos aqui a necessidade do Joel e da Ellie terem interações com essa personagem.


Entre eles, até que faz sentido colocar uma certa análise pro Joel ficar mais atento as coisas da Ellie como pai e tudo mais, mas não há sentido algum o Tommy ir conversar com ela. Por qual motivo ela existe ali? São pontos que desmotivam bastante o público jogador, ao ver os personagens terem diálogos tão mastigadinhos e motivações tão detalhadas.

A ambientação da série é de uma qualidade indescritível!
A ambientação da série é de uma qualidade indescritível! (Foto: Reprodução / Max)

"Ah, mas isso é choro, mimimi! É uma mídia diferente" Eu entendo e concordo! Comecei esse debate aqui falando isso. Mas precisamos colocar a questão subjetiva do jogo. O jogo traz um soco no estomago pela experiência, que, quem está assistindo a série, vai sentir de maneira diferente. Quem joga o jogo tem a experiência de viver como a Ellie e a Abby. Portanto, vão sentir na pele esses sentimentos mais intensos e haverá mais tempo pra executar diálogos específicos que construirão de maneira individual essa experiência. A "mastigação" da motivação e da construção dos personagens é feita por você! É o que cada um entende sobre a vida. Um debate maior que não entraremos aqui.


Mas por que? Ainda não sei, mas não consigo sentir empatia ou raiva por nenhum personagem nessa segunda temporada. As atuações estão muito boas, mas o roteiro e a narrativa precisam surpreender, pois, estão deixando a desejar. Esses pontos são visíveis e particularmente me incomodam. Tenho conversado com pessoas e comentado no trabalho e o resultado é o mesmo. A amostra de pessoas que está gostando da série é bem pequena. Tenho medo do resultado para se forçar uma terceira temporada.

Abby, manipulação, motivação, porém, pouco roteiro.
Abby, manipulação, motivação, porém, pouco roteiro. (Foto: Reprodução / Max)

Precisamos falar do elefante colorido no meio da sala: Abby (Kaitlyn Dever). A personagem está muito bem feita, com uma atuação muito boa, com uma diferença sutil, porém fácil de notar. No jogo ela é bruta. Na série, enquanto mata o Joel, ela apresenta uma mesquinhez muito além da necessidade de aprovação e validação de si e da sua vingança! Absurdamente além do que a personagem original quer. A Abby do jogo é subjetiva. Desagradável a visão do jogador/espectador.


Algo que serve para nós pensarmos: isso é bom ou ruim? Lembra que falei sobre gosto? Então, aqui é a área que a gente pode ponderar e deixar tudo certinho e alinhado sobre o que estamos gostando. Particularmente, eu prefiro a Abby mais bruta e menos mesquinha com necessidade de esfregar as coisas na cara. Prefiro a Abby do jogo, mais pura raiva mesmo. Claro que ela foi cutucada pelo Joel, né? Mas deixemos o espaço pra vocês.


A cena do Joel morrendo não me deixou com a sensação de desejo de vingança tal qual o jogo fez. Me fez sentir a vontade de largar a série pela chatisse da Abby na série, enquanto personagem. O diálogo entre os dois mostrou exatamente o que expliquei nos paragrafos acima. O diálogo tá muito mastigado! Deixa os atores interpretarem, deixem eles passarem o sentimento e não entrega isso assim. O jogo não fala muito, mas entrega tudo muito claramente. Mas penso eu: será que isso é realmente argumento ou é "mimimi" por querer algo mais sério além do apresentado ali? É outra mídia, né? Chatisse de jogador de video game? Será? Reflito muito enquanto debato solitariamente neste texto.


Então...

Ellie e Dina conseguirão segurar a série a partir de agora?
Ellie e Dina conseguirão segurar a série a partir de agora? (Foto: Reprodução / Max)

Como é que a gente fala da Ellie (Bella Ramsey)? Por que ela está definitivamente igual a Ellie! Chata, ranzinza, reclamona igual ao pai! A atuação da Bella está sendo definitivamente bem parecida com a realidade que a Ellie do jogo nos entregou. E lembrando: A Ellie é uma adolescente! A Ramsey faz uma Ellie mais verdadeira, traduzindo a personagem muito bem! Tanto que está em alta falar e criticar ela. O que é bom! Se a atuação dela está chata, é por que você não entendeu a Ellie do jogo e idealizou exatamente aquilo que você queria da gameplay. Lembra do que eu falei da subjetividade do jogo? Pega visão!


Ela e a Dina (Isabela Merced) estão fazendo uma dupla bem divertida pra os acontecimentos da adaptação. A Ellie bem chata e a Dina bem firme e rochedo no que acredita, apoiando a mulher que está descobrindo que ama. O desenrolar da aventura de vingança das duas é o ponto mais interessante da série até o momento, mesmo com algumas cenas bem empurradas e chatinhas. Também estão focando em muitos personagens e ampliando demais o alcance.

Os diálogos da Dina são os mais sentimentais e humorados pra contra balancear a ranzinza da Ellie!
Os diálogos da Dina são os mais sentimentais e humorados pra contra balancear a ranzinza da Ellie! (Foto: Reprodução / Max)

A entrega está ruim? Jamais! O que é algo BOM de atuação. A atuação do cast é completamente imersa, reativa e raivosa. Visceral. E mais uma vez acrescento um "porém", aqui: o roteiro deixa toda essa atuação maravilhosa a desejar. Eu tô definitivamente mordendo e assoprando durante esses 3 episódios. Tentando entender o mix de sentimentos do "jogo x série". Ainda faltam alguns episódios. Então, vou voltar pra debater isso mais uma vez. E espero muito poder falar com alegria o quanto a série me agradou no final.


É um debate sobre gosto e sobre diferença criativa de uma mídia e outra. É algo que a gente tem que entender. A visão do Neil Druckmann, ainda é muito nublada para nós, mas esperamos que a série consiga acertar nos pontos como acertou na primeira temporada. E depois disso tudo dito, e ainda faltando coisas, esse texto vai se resumir a você ler e dizer: "Gostei / Não gostei". É sobre gosto, né?


The Last of Us está saindo todos os domingos, às 22h no streaming da Max!

3 Comments

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eerickrrfael
Apr 30
Rated 5 out of 5 stars.

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camilla.evelyn94
Apr 30
Rated 5 out of 5 stars.

Ainda não tive a oportunidade de ver a segunda temporada (gostei bastante da primeira e fiquei muito impressionada com o jogo parte 2). Você comentou que eles modificaram alguns plots, e espero que eu tenha novas surpresas e boas, assim como eu tive ao ver o jogo. Não quis pegar spoiler, mas assim que assistir os episodios volto para dar a minha impressão.

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Gil Hotomi
Gil Hotomi
Apr 30
Rated 5 out of 5 stars.

Vim aqui por curiosidade e gostei das palavras nas quais você escreveu Jonny sobre a série. Eu ainda pretendo assistir e ver mais de perto todo o envolvimento da trama de The last of us. Kissus!

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