Reflexões a partir das experiências de Quitéria Chagas. Explorando as celebrações da branquitude que afetam mulheres negras por enfrentarem a dor da invisibilidade e do não reconhecimento por conta da cor da pele como desafio.
Sempre achei curioso como o Dia dos Namorados parece vir acompanhado de uma espécie de invisibilidade para muitas mulheres negras, especialmente aquelas que são mães solteiras e chefes de família. É como se a sociedade decidisse ignorar nossas necessidades e desejos, como se nossas vidas amorosas fossem menos importantes ou até mesmo inexistentes.
Recentemente, tive a oportunidade de assistir à uma palestra com Quitéria Chagas, uma mulher negra incrível, linda, inserida na arte, na cultura, psicóloga, mãe, com inúmeras qualidades. Ela compartilhou algumas das suas experiências e reflexões sobre como foi, ao longo da vida, a experiência de ser mulher negra e foi bastante comovente ouvir sua perspectiva.
Ela mencionou como, muitas vezes, se sentiu invisível. Enquanto o mundo parece se encher de felicidade, flores, beleza e glamour, ela se viu, como muitas de nós, lidando com as responsabilidades do dia a dia, sem a mesma atenção ou reconhecimento. É como se o mundo fosse feito para um padrão de mulheres brancas, tradicionais, deixando de fora aqueles que não se encaixam nesse molde.
Apesar desses desafios, ela também falou sobre a importância de se amar e se valorizar, mesmo quando o mundo ao seu redor parece ignorar sua existência. E encontrar maneiras de celebrar quem se é, celebrar sua vida de várias formas, seja através do trabalho, amor que tem por seus filhos, pela família ou pelos amigos.
Ouvir a história de uma mulher negra que é um ícone do Carnaval carioca me fez refletir sobre como a invisibilidade negra afeta tantas mulheres como ela, que enfrentam batalhas diárias sem receber o reconhecimento merecido. É importante reconhecer e valorizar as diversas formas de beleza que existem, especialmente aquelas que muitas vezes são deixadas de lado. Somos diversos, somos miscigenados, e cada um de nós possui uma beleza especial.
Então, enquanto buscamos caminhos para introduzir respeito, antirracismo e tolerância entre a humanidade precisamos também lembrar daqueles que podem se sentir invisíveis e fazer um esforço para incluí-los e reconhecê-los. E que possamos todos encontrar formas de amor e gratidão em nossas vidas, independentemente das circunstâncias.
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