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A lei do ex foi implacável: João Pedro elimina o Fluminense no Mundial

  • Foto do escritor: Manú Cárvalho
    Manú Cárvalho
  • 9 de jul.
  • 3 min de leitura

NA DISPUTA!Por Manu Cárvalho

João Pedro elimina o Fluminense no Mundial
Reprodução/@Maxppp

O Fluminense entrou em campo nesta terça-feira (8) carregando o sonho de alcançar uma inédita final de Mundial de Clubes. O palco era grandioso, o adversário imenso — e a torcida tricolor acreditava que a mágica da Libertadores poderia se repetir diante do Chelsea, atual campeão da Champions League. Mas a noite, que começou com esperança, terminou com um roteiro que só o futebol é capaz de escrever: João Pedro, ex-Fluminense e cria da base de Xerém, marcou os dois gols da vitória dos ingleses por 2 a 0, e garantiu os Blues na final do torneio.


Mais do que a derrota em si, o que machucou o torcedor foi ver o algoz vestindo azul, mas com raízes tricolores. João Pedro, vendido em 2019 ao Watford e recentemente contratado pelo Chelsea, foi o responsável direto por tirar o Flu do maior sonho de sua história recente.


O reencontro que virou pesadelo

João Pedro precisou de poucos minutos para provar por que foi contratado a peso de ouro. Logo aos 18 do primeiro tempo, recebeu na entrada da área e, com frieza e talento, colocou a bola no canto de Fábio, sem chances para o goleiro. O gesto contido na comemoração, mãos erguidas e semblante respeitoso, não impediu a dor: o Fluminense sentia na pele o efeito da chamada “lei do ex”.


No segundo tempo, quando o time carioca tentava crescer na partida, veio o golpe final. Aos 11 minutos, em contra-ataque rápido, João Pedro arrancou com liberdade e finalizou com precisão, marcando o segundo gol e encerrando de vez as esperanças tricolores. Duas finalizações, dois gols. E uma ferida aberta no coração do clube que o revelou.


Um Fluminense valente, mas abaixo do ideal

Apesar do placar, o Fluminense fez uma partida corajosa. Tentou manter sua identidade de posse de bola, paciência na construção e aposta no talento de Ganso, Arias e Cano. Mas o Chelsea, com seu elenco milionário e muito mais físico, impôs dificuldades em cada setor do campo. A diferença de intensidade e precisão ficou evidente em momentos decisivos.


Mesmo assim, o Flu teve chances. John Kennedy teve boa oportunidade no primeiro tempo, e Arias tentou de longe, obrigando o goleiro Petrovic a uma bela defesa. Mas, como costuma acontecer contra adversários de elite, o erro mínimo foi fatal — e o talento individual fez a diferença do outro lado.


Chelsea firma sua força, mas com sotaque brasileiro

A atuação do Chelsea foi consistente e madura. Sob o comando de Enzo Maresca, a equipe demonstrou disciplina tática e controle emocional. Mas o brilho maior foi mesmo de João Pedro, que em sua primeira partida como titular pelos Blues, cravou dois gols e saiu ovacionado até por parte da torcida brasileira presente no estádio.


O elenco inglês ainda conta com outro brasileiro conhecido: Thiago Silva, ídolo do Fluminense, que entrou nos minutos finais para ajudar a segurar o resultado. Dois ex-tricolores em campo, dois sinais de como o Flu forma grandes nomes — mesmo que eles, um dia, joguem do outro lado.


Fim de sonho, início de reflexão

A eliminação na semifinal do Mundial dói, mas não apaga o feito histórico do Fluminense em 2023 e 2024. A conquista da Libertadores, a campanha aguerrida no Mundial e a postura ofensiva mesmo diante de gigantes reforçam o novo patamar do clube carioca no cenário internacional.


O que fica agora é a necessidade de olhar para frente. Com o elenco envelhecido e alguns jogadores em reta final de carreira, o Flu terá que encontrar um equilíbrio entre reverenciar quem o levou até aqui e preparar a base para uma nova era. O trabalho de Fernando Diniz, mesmo criticado por muitos, mostrou um time com identidade, coragem e alma.


João Pedro: de menino de Xerém a carrasco mundial

Em meio ao turbilhão de sentimentos, é impossível não reconhecer a história que João Pedro escreveu. O garoto que surgiu sorridente com a camisa tricolor, marcou gols no Maracanã e encantou torcedores, agora vive um novo capítulo: o do homem que eliminou o clube do coração em uma semifinal mundial.


E o futebol, como sempre, revela sua beleza e sua crueldade. Para o Fluminense, resta se orgulhar de ter formado mais um grande nome. Para João Pedro, a certeza de que voltou ao Brasil não apenas como protagonista — mas como símbolo de que o passado nunca deixa de nos alcançar.

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