Oi, Cherries!🍒
Nos últimos dias, o TikTok explodiu com debates intensos por causa de um vídeo da criadora de conteúdo Gabrielle Tedeschi. Nele, ela faz duras críticas a influenciadoras como Antonela Braga, Soso Careca e Liz Macedo, apontando que elas promovem um estilo de vida “luxuoso” que pode ser nocivo para jovens impressionáveis. A repercussão foi instantânea. De um lado, seguidores defenderam Gabrielle, concordando que a internet muitas vezes cria expectativas irreais. Do outro, muitos questionaram se o problema é mesmo das influenciadoras ou da forma como consumimos conteúdo nas redes.
Onde começa o problema?
Gabrielle trouxe um ponto sensível: a responsabilidade que influenciadoras têm ao exibir uma vida aparentemente perfeita. Mas será que elas são as únicas responsáveis? Ou será que estamos lidando com uma questão mais profunda, que envolve como a sociedade, as redes e até mesmo a família lidam com expectativas e sonhos?
É aqui que entra a discussão sobre a responsabilidade dos pais. Muitos apontaram que cabe à família orientar os jovens a entenderem que a realidade mostrada online é, na maioria das vezes, apenas uma versão editada da vida. Segundo uma pesquisa de 2023 da Common Sense Media, 78% dos adolescentes acreditam que as redes sociais mostram uma versão idealizada da realidade, mas apenas 36% dizem conversar com seus pais sobre o que consomem na internet. Esse número expõe um problema: muitos jovens estão enfrentando essa “realidade digital” sozinhos.
A influência das redes: vilãs ou ferramentas?
É inegável que o TikTok, Instagram e outras plataformas moldam comportamentos e influenciam tendências. Mas será que a culpa é só das redes? Ou como as usamos é o verdadeiro problema? Liz Macedo, uma das influenciadoras citadas por Gabriele, respondeu à polêmica em um vídeo: “Eu compartilho minha vida porque é o que eu vivo. Não é sobre luxo, é sobre meu dia a dia. Não posso ser culpada por isso.”
De fato, as redes sociais não criaram a comparação, mas a amplificaram. Psicólogos como Jean Twenge, autora de iGen, alertam que a exposição constante à vida “perfeita” de outras pessoas pode levar a sentimentos de inadequação, especialmente entre os mais jovens. Mas isso não significa que precisamos excluir essas plataformas das nossas vidas. O desafio está em aprender a usá-las de forma consciente, entendendo que o que vemos ali é apenas uma parte da história.
Comparação com outros casos
Essa polêmica também lembra debates anteriores sobre influenciadores e responsabilidade social. Lembra do caso da “vida fitness” promovida por criadores como Belle Delphine? Ou das discussões sobre como celebridades influenciam padrões de beleza? Esses episódios mostram que não é apenas uma questão de luxo, mas de como idealizamos qualquer aspecto da vida.
Por outro lado, Gabrielle levanta um ponto válido: quando o foco está apenas em ostentar, os impactos podem ser ainda mais severos. Uma pesquisa de 2022 da American Psychological Association revelou que 60% dos jovens entre 13 e 18 anos já se sentiram pressionados a ter um estilo de vida diferente por causa de influenciadores digitais. E o pior: muitos acreditam que essa pressão vem acompanhada de um sentimento de fracasso por não conseguirem alcançar esse “ideal”.
O que realmente importa?
Essa discussão não tem uma resposta fácil. Afinal, as influenciadoras estão erradas por compartilhar suas vidas? Gabrielle está errada por criticar? Ou será que estamos todos errados ao transformar a comparação em uma regra não escrita da internet?
No fundo, talvez a solução esteja em educar para o consumo consciente. Isso envolve tanto os pais quanto as escolas, além das próprias plataformas digitais. E, para nós, jovens que passamos horas rolando o feed, talvez seja hora de lembrar que a vida real é bem mais complexa — e interessante — do que qualquer vídeo de 15 segundos.
Enquanto o debate continua, fica o convite para refletirmos: o que realmente queremos ser? Uma cópia de um ideal inalcançável ou a melhor versão de nós mesmos? Talvez o mais libertador seja seguir o conselho que parece óbvio, mas é muitas vezes esquecido: ser você mesmo nunca sai de moda.
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