top of page

A Revolução do Sentir: o que o Sol em Câncer revela sobre nós, o mundo e o que precisamos curar

  • Foto do escritor: Cigana Carmem
    Cigana Carmem
  • 20 de jun.
  • 4 min de leitura

Com colaboração de Rita Nildes Pessanha

Com a chegada do Sol em Câncer, atravessamos um dos períodos mais sensíveis e simbólicos do ano astrológico. Mais do que previsão, o momento pede introspecção, responsabilidade afetiva e reflexão sobre como nos relacionamos com o lar, com o outro e com a ancestralidade emocional de um país inteiro.

Sol em Câncer
Créditos: Luiz Grateol

"Não dá mais pra fugir de si": o céu grita e a Terra escuta

“Estamos diante da maior crise de empatia da história.” Foi assim que a socióloga e escritora Angela Davis abriu uma de suas conferências mais recentes em Nova York. E se ela não se referia diretamente à astrologia, o céu confirma: a temporada canceriana de 2025 chega como um alerta para o Brasil e para o mundo.

No dia 20 de junho, o Sol ingressou em Câncer. Para além do mapa astral individual, esse ciclo representa um chamado coletivo para um novo paradigma: o do sentir com maturidade. Com Júpiter em conjunção e Saturno tensionando o Astro-Rei, o momento é de expansão emocional com responsabilidade. Sentir, sim — mas sem se perder; acolher, sim — mas sem absorver tudo como se fosse nosso.

Astrologia política: o que o céu revela sobre a sociedade que estamos construindo

A astrologia não prevê eleições, mas antecipa movimentos internos e sociais. O signo de Câncer rege o lar, o passado, a ancestralidade, as bases. E se pensarmos no Brasil como um corpo coletivo, essa temporada pede que olhemos para nossa fundação emocional: a desigualdade racial, a precariedade dos afetos e a falta de políticas públicas que garantam dignidade mínima para milhões de lares — lares que, na prática, nem sequer existem.

Segundo o IBGE, mais de 24 milhões de brasileiros vivem sem saneamento básico. Como falar de “acolhimento” sem moradia digna? Como meditar sobre afeto com o estômago vazio? A astrologia, se não for social, é só privilégio travestido de misticismo.

O lar como metáfora de país: e se a astrologia apontasse para as favelas?

Câncer é o signo que nos conecta ao ninho, à mãe, ao território. E no Brasil de 2025, os territórios estão sob ataque. Em São Paulo, uma pesquisa do Instituto Polis revelou que o déficit habitacional cresceu 23% apenas no último ano. Enquanto isso, no Rio, as chuvas recentes desabrigaram centenas de famílias, com a resposta do poder público chegando tarde — ou nunca.

Conversamos com Carla Mara Moreira, 52 anos, moradora do Complexo do Alemão. Ela é pisciana com Lua em Câncer e Marte em Capricórnio. E disse, com a voz trêmula, mas firme:

“Aqui, o lar é trincheira. A gente não faz feng shui, a gente faz reza, muro e marmita pra segurar os filhos em casa. Porque lá fora tem bala, fome e abandono.”

Esse é o verdadeiro mapa do Brasil profundo.

Curar o pessoal é revolucionar o coletivo

Enquanto Câncer nos chama para o passado, Saturno exige responsabilidade e Júpiter quer expansão. Esse tripé astrológico forma um convite claro: precisamos cuidar — sim — mas com estrutura. E isso começa no micro e reverbera no macro.

  • Pais que nunca aprenderam a dizer “eu te amo” vão precisar reaprender a linguagem do afeto.

  • Casais que vivem de aparências sentirão o colapso de vínculos ocos.

  • Governantes que ignoram a dor da população verão o custo de promessas vazias.

Como escreveu a psicanalista Maria Rita Kehl: “Quem não foi suficientemente amado, tenta o poder.” O céu pede: basta de autoritarismo emocional.

O que o Sol em Câncer ativa em você: signo por signo

Com o Sol iluminando áreas distintas do zodíaco, cada nativo terá uma jornada a enfrentar. Mas o ponto em comum será o mesmo: se não curarmos dentro, o caos se instala fora. Veja onde a revolução emocional acontece para cada signo:

Áries: Encare as raízes que você sempre ignorou. O lar não é um lugar físico — é um território emocional.

Touro: Aprenda que ouvir é mais transformador do que controlar. Sua voz precisa de pausa.

Gêmeos: Dinheiro não compra segurança emocional. Questione o valor das suas trocas.

Câncer: É o seu renascimento. Mas, atenção: crescer dói. Só não se transforme em mártir.

Leão: A força do rei está em saber recuar. O trono mais poderoso é o da escuta.

Virgem: Não há planilha que organize afeto. Solte o controle, abrace o caos criativo.

Libra: Brilhar no trabalho não te isenta de cuidar do mundo. Reputação sem propósito é vaidade.

Escorpião: Suas feridas também são portais. A cura vem pela vulnerabilidade.

Sagitário: Liberdade não é fuga. Olhe nos olhos de quem você deixou esperando.

Capricórnio: Parcerias são espelhos. E talvez você não goste do reflexo. Coragem para mudar.

Aquário: Seu maior experimento agora é amar sem fórmulas. Acolha a incerteza.

Peixes: Crie sem idealizar. O mundo precisa de beleza, sim — mas com pé no chão.

Oráculo da semana: a revolução começa onde dói

  • Tarô de Marselha — A Lua: Emoções nebulosas, confusão e a necessidade de ouvir a intuição.

  • Baralho Cigano — A Casa: Foco no lar, na base, nos valores familiares.

  • Tarot das Bruxas — 5 de Copas: Luto emocional, mas também oportunidade de recomeço.

Essas cartas apontam que a cura não é linear. Mas é possível. E começa agora.

O céu aponta, a Terra sente. E a mudança, começa em nós.

Em tempos de retrocessos políticos, extremismos e apagamento das sensibilidades coletivas, falar de astrologia é, sim, falar de política. O céu não determina — mas orienta. E quando ele grita tão alto como neste Sol em Câncer, ignorar o chamado é perpetuar a dor.

Portanto, neste ciclo, ao invés de correr atrás de previsões para o amor, pergunte-se:

“Como posso amar melhor a mim, ao outro e ao mundo?”

Porque, no fim, a verdadeira revolução começa dentro da gente — e se espalha como constelação.

Comments

Rated 0 out of 5 stars.
No ratings yet

Add a rating
bottom of page