“A Serena Onda que o Mar me Trouxe”: Afeto, Masculinidade Negra e Protagonismo em Cena
- Ana Soáres

- 25 de set.
- 3 min de leitura
No próximo dia 25 de setembro, o Rio de Janeiro será palco de uma estreia que promete emocionar, provocar reflexão e ampliar o debate sobre masculinidade negra e afeto. O premiado documentário “A Serena Onda que o Mar me Trouxe” (2023), dirigido por Edson Ferreira, entra em cartaz na Estação Net Botafogo, sala 2, às 17h25, com sessões seguidas até 1º de outubro. Após cada exibição, haverá um bate-papo com o diretor, mediado pelo cineasta e pesquisador Clementino Junior, doutor em educação e fundador do Cineclube Atlântico Negro (CAN).

Uma História de Afeto e Herança
O documentário não é apenas uma obra audiovisual; é uma viagem íntima pela história do próprio diretor. Edson revisita a trajetória do pai, um homem negro que, em meio a desafios sociais e hierárquicos, construiu sua vida valorizando o afeto, o cuidado e a empatia, rompendo com estereótipos de violência e dureza atribuídos à masculinidade negra.
“Meu pai desafiou a lógica de tudo que uma sociedade opressora espera de um homem negro”, afirma Edson. A narrativa se desenrola por meio de fotos, cartas, entrevistas com familiares e amigos, oferecendo uma experiência de imersão sensível e profundamente humana. Ao acompanhar o cotidiano e as lembranças do pai, o público é convidado a refletir sobre ancestralidade, paternidade e os laços que moldam nossa identidade.
Premiações e Reconhecimento
Distribuído pela Borboletas Filmes, o longa já foi reconhecido internacionalmente e premiado na categoria melhor roteiro no Festival OffCine 2024, além de ter sido selecionado em festivais no Brasil e na Índia. Para Edson, este é o primeiro filme de sua carreira a entrar em circuito comercial, um marco que simboliza conquistas importantes para o cinema negro no país.
Segundo Camila de Moraes, CEO da Borboletas Filmes:
“Queremos reconhecer nossas histórias e vivências nas telas. Estamos cansados de ver representações que quase sempre partem de um recorte de dor e violência, sem nenhuma conexão com a profundidade de quem somos.”
Protagonismo Negro e Representatividade
Com 20 anos de carreira, Edson Ferreira é ator, cineasta e roteirista, tendo colaborado com nomes de peso do audiovisual nacional, como Elisa Lucinda, Luis Miranda, Vilma Melo, Guti Fraga e Milhem Cortaz. Natural de Brasília e residente há 30 anos no Espírito Santo, ele transforma sua experiência de vida em narrativa cinematográfica, trazendo para as telas histórias de negros que desafiam estereótipos e inspiram novas gerações.
A produção também recebe apoio da Lei Paulo Gustavo, via edital da Secretaria de Estado da Cultura do Espírito Santo, destacando a importância de políticas públicas na democratização do acesso ao cinema e na valorização da diversidade cultural.
Serviço
Exibição do filme: “A Serena Onda que o Mar me Trouxe”
Direção: Edson Ferreira
Estreia: 25 de setembro, às 17h25, com presença do diretor e do cineasta Clementino Junior
Local: Estação Net Botafogo, sala 2 – Rio de Janeiro (RJ)
Em cartaz até: 1º de outubro
Valores: Segunda a Quarta, R$ 16 | Quinta a Domingo, R$ 18
Horário: 17h25
Este documentário é mais que uma obra audiovisual; é um convite à reflexão sobre como a masculinidade negra, o afeto e a ancestralidade podem ser vistos de forma profunda, sensível e inspiradora. Ao assistir, o público é chamado a questionar: como podemos ressignificar os estigmas e construir narrativas que valorizem a complexidade e a riqueza da experiência negra?







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