Em um samba de enredo vibrante e espiritual, a Vila Vintém invoca a força de Egbé Iya Nassô, Xangô e os Orixás, exaltando a resistência afro-brasileira e a tradição do Candomblé como raízes profundas da identidade carioca
O samba-enredo da Unidos de Padre Miguel celebra a ancestralidade e a força espiritual do Candomblé, especialmente reverenciando Iya Nassô, a matriarca do culto afro-brasileiro. Com a poderosa voz de Bruno Ribas, o samba leva o público a um mergulho na resistência e na cultura de matriz africana, evocando figuras de Orixás como Xangô, Oxóssi e Oxum, que representam a bravura, a justiça e a proteção. A letra destaca a fé enraizada nas tradições, que atravessaram o Atlântico com a diáspora africana e encontraram no Brasil um novo solo fértil, reforçando a resiliência e união da comunidade afrodescendente.
A narrativa é carregada de símbolos, como "Awurê Obá Kaô," um saudação para Xangô, e expressa o respeito pelas tradições e pelos antepassados. O samba explora a força das mulheres e das Iyalorixás no candomblé, figuras centrais que preservam e perpetuam a religiosidade e a cultura. Esse enredo tem um poder espiritual e comunitário, trazendo um samba forte e emocional, como um grito de resistência e orgulho da Vila Vintém.
Autores: Thiago Vaz, W. Corrêa, Richard Valença, Diego Nicolau, Orlando Ambrosio, Renan Diniz, Miguel Dibo, Cabeça Do Ajax, Chacal do Sax, Julio Alves, Igor Federal, Caio Alves, Camila Myngal, Marquinhos, Faustino Maykon e Claudio Russo.
Intérprete: Bruno Ribas
AWURÊ OBÁ KAÔ! AWURÊ OBÁ KAÔ!
VILA VINTÉM É TERRA DE MACUMBEIRO!
NO MEU EGBÉ, GOVERNADO POR MULHER…
IYÁ NASSÔ É RAINHA DO CANDOMBLÉ!
EIÊÔ! KAÔ KABESILÊ BABÁ OBÁ!
COURAÇA DE FOGO NO ORÔ DO VELHO AJAPÁ
A RAÇA DO POVO DO ALAFIN, E ARDE EM MIM..
RUBRO VENTRE DE OYÓ
NA ESCURIDÃO, NUNCA ANDAREI SÓ
VOVÓ DIZIA: SANGUE DE PRETO É MAIS FORTE QUE A TRAVESSIA!
SAUDADE, QUE INVADE! FOI MARÉ EM TEMPESTADE
SOPRA A ANCESTRALIDADE NO MAR (Ê RAINHA)
PRECEITO É HERANÇA SEM MARTÍRIO
AIRÁ GUARDA SEUS FILHOS NO ILÊ DA BARROQUINHA
É A SEMENTE QUE A FÉ GERMINOU, IYÁ ADETÁ
O FRUTO QUE O AXÉ CULTIVOU, IYÁ AKALÁ
YIÁ NASSÔ, Ê BABÁ ASSIKA
YIÁ NASSÔ, Ê BABÁ ASSIKA
VOU VOLTAR MAINHA, EU VOU
VOU VOLTAR MAINHA, CHORE NÃO
QUE LÁ NA BAHIA
XANGÔ FEZ REVOLUÇÃO
OXÊ… A DEFESA DA ALMA NA PALMA DA MÃO
NO CLÃ DE OBATOSSI, HÁ BRAVURA DE OXOSSI NO MEU PANTEÃO
É D’OXUM O ACALANTO QUE GUARDA O OTÁ
DO VELHO ENGENHO, XIRÊ QUE MANTENHO NO MEU CAMINHAR
TOCA O ADARRUM QUE MEU ORIXÁ RESPONDE
OLORUM, GUIA O BOI VERMELHO SEJA ONDE FOR
GIRA SAIA AIABÁ, TRAZ AS ÁGUAS DE OXALÁ
JUSTIÇA DE AGODÔ, TAMBOR GUERREIRO FIRMA O ALUJÁ
Comments