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Da redação

"Awurê Obá Kaô!" – Unidos de Padre Miguel Celebra a Força e Ancestralidade do Candomblé

Em um samba de enredo vibrante e espiritual, a Vila Vintém invoca a força de Egbé Iya Nassô, Xangô e os Orixás, exaltando a resistência afro-brasileira e a tradição do Candomblé como raízes profundas da identidade carioca


Enredo 2025 Unidos de Padre Miguel - Créditos: Divulgação

O samba-enredo da Unidos de Padre Miguel celebra a ancestralidade e a força espiritual do Candomblé, especialmente reverenciando Iya Nassô, a matriarca do culto afro-brasileiro. Com a poderosa voz de Bruno Ribas, o samba leva o público a um mergulho na resistência e na cultura de matriz africana, evocando figuras de Orixás como Xangô, Oxóssi e Oxum, que representam a bravura, a justiça e a proteção. A letra destaca a fé enraizada nas tradições, que atravessaram o Atlântico com a diáspora africana e encontraram no Brasil um novo solo fértil, reforçando a resiliência e união da comunidade afrodescendente.

A narrativa é carregada de símbolos, como "Awurê Obá Kaô," um saudação para Xangô, e expressa o respeito pelas tradições e pelos antepassados. O samba explora a força das mulheres e das Iyalorixás no candomblé, figuras centrais que preservam e perpetuam a religiosidade e a cultura. Esse enredo tem um poder espiritual e comunitário, trazendo um samba forte e emocional, como um grito de resistência e orgulho da Vila Vintém.

Autores: Thiago Vaz, W. Corrêa, Richard Valença, Diego Nicolau, Orlando Ambrosio, Renan Diniz, Miguel Dibo, Cabeça Do Ajax, Chacal do Sax, Julio Alves, Igor Federal, Caio Alves, Camila Myngal, Marquinhos, Faustino Maykon e Claudio Russo.


Intérprete: Bruno Ribas


AWURÊ OBÁ KAÔ! AWURÊ OBÁ KAÔ!

VILA VINTÉM É TERRA DE MACUMBEIRO!

NO MEU EGBÉ, GOVERNADO POR MULHER…

IYÁ NASSÔ É RAINHA DO CANDOMBLÉ!


EIÊÔ! KAÔ KABESILÊ BABÁ OBÁ!

COURAÇA DE FOGO NO ORÔ DO VELHO AJAPÁ

A RAÇA DO POVO DO ALAFIN, E ARDE EM MIM..

RUBRO VENTRE DE OYÓ

NA ESCURIDÃO, NUNCA ANDAREI SÓ

VOVÓ DIZIA: SANGUE DE PRETO É MAIS FORTE QUE A TRAVESSIA!

SAUDADE, QUE INVADE! FOI MARÉ EM TEMPESTADE

SOPRA A ANCESTRALIDADE NO MAR (Ê RAINHA)

PRECEITO É HERANÇA SEM MARTÍRIO

AIRÁ GUARDA SEUS FILHOS NO ILÊ DA BARROQUINHA



É A SEMENTE QUE A FÉ GERMINOU, IYÁ ADETÁ

O FRUTO QUE O AXÉ CULTIVOU, IYÁ AKALÁ

YIÁ NASSÔ, Ê BABÁ ASSIKA

YIÁ NASSÔ, Ê BABÁ ASSIKA



VOU VOLTAR MAINHA, EU VOU

VOU VOLTAR MAINHA, CHORE NÃO

QUE LÁ NA BAHIA

XANGÔ FEZ REVOLUÇÃO



OXÊ… A DEFESA DA ALMA NA PALMA DA MÃO

NO CLÃ DE OBATOSSI, HÁ BRAVURA DE OXOSSI NO MEU PANTEÃO

É D’OXUM O ACALANTO QUE GUARDA O OTÁ

DO VELHO ENGENHO, XIRÊ QUE MANTENHO NO MEU CAMINHAR

TOCA O ADARRUM QUE MEU ORIXÁ RESPONDE

OLORUM, GUIA O BOI VERMELHO SEJA ONDE FOR

GIRA SAIA AIABÁ, TRAZ AS ÁGUAS DE OXALÁ

JUSTIÇA DE AGODÔ, TAMBOR GUERREIRO FIRMA O ALUJÁ




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