Goleada com protesto: Seleção Feminina cobra Conmebol por falta de estrutura na Copa América
- Da redação
- há 5 horas
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Apesar da vitória por 6 a 0 sobre a Bolívia, jogadoras e técnico criticam desorganização e condições precárias no torneio
Por Elaine D’Ávila

A goleada do Brasil por 6 a 0 sobre a Bolívia, nesta quarta-feira (16), pela Copa América Feminina, não impediu a Seleção de acender um alerta importante fora das quatro linhas: a precariedade da organização do torneio. Jogadoras e comissão técnica criticaram abertamente a Conmebol por problemas estruturais enfrentados antes e durante as partidas.
Um dos principais pontos levantados foi a proibição de utilizar o campo para aquecimento antes dos jogos. A situação afetou diretamente o desempenho da equipe, gerando confusão até com o time adversário, além de colocar em risco a integridade física das atletas. O técnico Arthur Elias já havia alertado sobre o impacto dessas restrições ainda na estreia, quando não pôde contar com Kerolin, poupada por questões físicas. Contra a Bolívia, os transtornos se repetiram.
Camisa 10 da Seleção e um dos maiores nomes do futebol mundial, Marta foi firme ao criticar a desorganização e pedir respeito:
— Cobram desempenho das atletas e um nível alto de trabalho, mas também temos que cobrar um alto nível de organização. Temos o direito de cobrar a organização — declarou.
Segundo Marta, as condições afetam diretamente a preparação física e emocional das jogadoras:
— Não entendo o motivo de não poder aquecer no campo. Isso é ruim para a gente, principalmente aqui, onde é abafado, com altitude. Esperamos que a Conmebol reveja isso.
A meia Ary Borges também se manifestou de forma contundente. Em entrevista após a partida, ela comparou negativamente a estrutura da competição com a da Copa América Masculina:
— O que a Conmebol está fazendo é ridículo. Até jogos de várzea são mais organizados. Pergunto se o Alejandro [Domínguez, presidente da Conmebol] conseguiria aquecer em 10 metros quadrados com cheiro de tinta. A gente merece coisa melhor — disparou.
Apesar do placar elástico, o clima no vestiário brasileiro foi de indignação com a falta de condições básicas para uma competição continental. Jogadoras, comissão técnica e até ex-atletas acompanham com preocupação a repetição de erros históricos em torneios femininos, mesmo diante do avanço técnico da modalidade.
A Seleção Brasileira folga na terceira rodada e volta a campo na próxima terça-feira (22), quando enfrenta o Paraguai, às 21h, com transmissão do sportv.
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