Walter Salles, Fernanda Torres e uma obra que já entrou para os livros da nossa cultura.
Prepare a emoção, porque o cinema brasileiro acaba de fazer história! Pela primeira vez, um filme do Brasil está na disputa pela cobiçada estatueta de Melhor Filme no Oscar. ‘Ainda Estou Aqui’, dirigido pelo consagrado Walter Salles, não apenas colocou o país no centro do mapa cinematográfico mundial, como também abriu espaço em outras categorias de peso, como Melhor Filme Internacional e Melhor Atriz, com a brilhante indicação de Fernanda Torres.

A produção, que já vinha colecionando prêmios em festivais internacionais, finalmente alcançou o maior palco da indústria do entretenimento. E, cá entre nós, não poderia ser em um momento mais emblemático: o filme resgata temas universais como amor, perda e a força de recomeçar, tudo isso temperado com a autenticidade e sensibilidade do cinema nacional.
Uma obra que fala ao coração do mundo

Baseado no romance homônimo de Marcelo Rubens Paiva, ‘Ainda Estou Aqui’ é uma daquelas histórias que tocam fundo. O filme narra a relação de uma mãe e seu filho que, ao longo dos anos, enfrentam os altos e baixos da vida enquanto lidam com a ausência do pai, um desaparecido político da ditadura militar.
Walter Salles, conhecido por obras como Central do Brasil e Diários de Motocicleta, traz toda sua experiência para criar uma narrativa que combina a beleza melancólica das relações humanas com uma cinematografia impecável. As paisagens urbanas e as sutilezas dos gestos entre os personagens tornam a trama universal, mesmo carregando traços tão brasileiros.
Fernanda Torres entrega uma performance comovente, digna de uma atriz no auge da maturidade artística. Sua indicação ao Oscar de Melhor Atriz não surpreende: cada expressão, cada palavra dita ou mesmo o silêncio em cena carrega uma profundidade que só grandes intérpretes conseguem alcançar.
O peso da indicação ao Oscar
Até hoje, o Brasil havia participado do Oscar em categorias específicas, como Melhor Filme Internacional (antiga categoria de Filme Estrangeiro) com títulos marcantes como O Pagador de Promessas (1962), Central do Brasil (1998) e Cidade de Deus (2003). Mas a nomeação de ‘Ainda Estou Aqui’ para a principal categoria da premiação é um marco inédito.
Este reconhecimento chega em um momento crucial para o audiovisual brasileiro, que enfrenta desafios relacionados a financiamento e políticas públicas. É uma vitória que não celebra apenas o talento individual dos envolvidos, mas também o esforço coletivo de uma indústria que, mesmo em meio às adversidades, nunca deixou de produzir histórias poderosas.
O que torna ‘Ainda Estou Aqui’ tão especial?
Segundo críticos internacionais, a obra de Salles equilibra perfeitamente a delicadeza emocional com uma abordagem política sutil. O tema da ditadura militar brasileira, embora específico, ganha uma dimensão universal ao abordar as consequências do autoritarismo e as cicatrizes que ele deixa nas famílias.
Além disso, o filme é tecnicamente impecável. A direção de fotografia, assinada por Hélène Louvart, é um espetáculo à parte, com luzes e sombras que reforçam a narrativa. A trilha sonora, composta por Antonio Pinto, mistura sons brasileiros com melodias universais, criando uma atmosfera que conecta o público ao enredo de forma visceral.
O impacto para o Brasil e o cinema nacional
O reconhecimento do Oscar já está movimentando as salas de cinema e as redes sociais. A hashtag #AindaEstouAquiNoOscar é tendência mundial, com fãs celebrando a conquista e torcendo para que a produção traga a tão sonhada estatueta para casa.
Para o Brasil, essa indicação representa mais do que um momento de orgulho: é uma reafirmação do potencial criativo do nosso cinema. Em um mercado globalizado, onde as produções norte-americanas dominam, ver uma história brasileira conquistar esse espaço é motivo de celebração para artistas, técnicos e espectadores.
E agora, o que esperar?
Com a cerimônia do Oscar se aproximando, a torcida só aumenta. O filme já ganhou notoriedade entre os votantes da Academia e vem sendo apontado como um dos favoritos na categoria de Melhor Filme Internacional. Ainda assim, a concorrência é acirrada, especialmente na categoria principal, onde enfrenta produções como Oppenheimer e Killers of the Flower Moon.
Mas, independente do resultado, ‘Ainda Estou Aqui’ já cumpriu sua missão: colocou o Brasil em evidência no cenário cultural global e mostrou que nossas histórias têm o poder de alcançar corações pelo mundo.
No fim das contas...
Essa indicação é uma vitória de todos nós. É a prova de que o Brasil, com toda sua diversidade e criatividade, é capaz de brilhar nas telas mais importantes do planeta. Então, se você ainda não viu ‘Ainda Estou Aqui’, corra para o cinema mais próximo e se emocione com uma das maiores histórias já contadas pelo nosso cinema. Afinal, este momento é histórico – e nós estamos aqui para vivê-lo juntos.
E você, já está pronto para torcer pelo Brasil no Oscar? A cerimônia da 97ª edição do Oscar acontece em 2 de março, em Los Angeles, EUA.
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