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Inúmeros jogos todos os anos: isso é positivo ou negativo para nós jogadores?

Felipe Barreto
Video games em representação animada
Uma representação de quantos consoles e jogos temos hoje (Foto / Reprodução: Vecteezy)

Estamos em 2025 e em breve passaremos por uma enxurrada de lançamentos de jogos, como todos os anos passamos. Diferente e empolgante ou já virou mais do mesmo? É uma análise que eu faço anualmente, baseado na quantidade de jogos que joguei, que foram lançados e que me chamaram atenção no ano anterior. Não necessariamente que eu os compre em totalidade, claro.


Lembrando a vocês, que esta análise é apenas um texto de opinião e visão de mercado, tá? Não sou crítico, não trabalho na indústria de desenvolvimento e sou apenas um criador de conteúdo, que fala bobagem, que quer dar risada e fazer a galera rir, na internet.


Se eu não me engano de 2019 pra cá, nós começamos a ver um mercado comprometido, um público ansioso e um grande e intenso interesse de entrega. Tanto de quem vai produzir, quanto a espera por quem e para quem vai consumir, fazendo as empresas se forçarem a produzir mais, a lançarem mais jogos e cada vez mais consoles, portáteis e hardwares (alô Nvidia com a 5090!)! Se incluirmos o pós pandemia, houve uma explosão absurda, e a partir daí começamos a ser bombardeados por uma quantidade exacerbada de jogos todos os anos, coisa que antigamente se levava 2 anos para lançar um jogo bom, para satisfazer o desejo e a necessidade do público, além de arrecadar "hype" e pontos positivos nas ações das empresas. O que não é errado, né?

Mas perder a mão enquanto entrega e consumo, talvez seja o motivo desse texto.


Gameplay do Cyberpunk 2077
Gameplay de Cyberpunk 2077 (Foto / Reprodução: PCMag)

Eu acho que lembro quando começamos a receber esse tipo de explosão de lançamentos jogos: depois do Cyberpunk 2077 (e pasmem, eu só tive 2 probleminhas e não me impediu de jogar o jogo, porém isso é uma outra história). Mas o que mais pegou, foi que, a tão espera do jogo, que lançado no meio da pandemia, frustrou muitas pessoas com os defeitos e bugs que o acompanharam. E seguindo por esta linha temporal, começamos a ver empresas lançando jogos quebrados e as vezes inacabados, tentando compensar os erros enquanto o jogo estava rodando no mercado, não sendo divertido pra quem consome vídeo games. Podemos chamar de "efeito cyberpunk"?


Lembrando que depois de God of War 2018, o elefante colorido no meio da sala foi o Cyberpunk. Adiado uma vez e que chegou cheio de bugs, deixando a expectativa ansiosa do público, muito frustrada.


Aí que vem ponto: a nossa espera e o nosso hype, indo e vindo principalmente pelas postagens e lembretes das redes sociais, nos influencia a ir buscar mais sobre àquilo que queremos muito, certo? E isso também não é o nosso tiro no pé? Cobramos muito as empresas, falamos muito delas, as adoramos quando lançam os produtos e serviços que nos dão carinho e conforto que queremos dentro daqueles universos, MAS, no momento que elas erram, nós damos murros e gritos e surras, feitos crianças birrentas (é o que parece realmente), por causa das más otimizações e por muitas vezes incompatibilidades com nossos sistemas (digo isso mais pela galera do PC) e isso gera um movimento completamente tenso e ansioso do mercado.

Playstation 4 e seu império
Crescimento do mercado de consoles e jogos de 2020 pra 2024 é gigante! (Foto / Reprodução: Olhar digital)

Hoje em dia, tudo é hype, tudo é pressa pra lançamento e agonia pra que a gente possa consumir logo e que a empresa já embarque em outra jornada e nos entregue mais e mais e mais e mais e mais... peraí, pô! Calma! Vai devagar que é mais gostoso!


O meu pensamento é: mas isso é culpa das empresas, que vão lançando os jogos "a migué" ou nossa, pessoas consumidoras de jogos e entretenimento de cultura pop? A gente pode levar esse mesmo pensamento pra filmes e séries, mas vou me manter aqui nos jogos. A ansiedade é tanta atualmente, que vejo uma frustração grande e uma cacetada de séries, filmes, quadrinhos, jogos que falham na sua entrega pelo simples fato de terem sido adiantadas ou adaptadas ao famoso e fraquejado "fã service" (mea culpa aqui, por que de vez em quando eu me "lasco" por que gosto também).


São tantos jogos, tantas coisas lançadas uma em cima da outra, que a gente não tem tempo de curtir e debater aquele jogo, pois já estamos imersos em outros 3 que saíram e estão também no hype. Será que é por isso que os indies estão fazendo a diferença hoje em dia? Será que é por que os AAA já não estão entregando as melhores histórias, os melhores gráficos e as melhores otimizações? Ou será algo que vem da gente?


Foto de jogos online competitivos
Jogos online e seu crescimento (Foto / Reprodução: Tudo Ai)

Na minha visão, somos nós, consumidores, a maior motivação do mercado estar assim. Como citado acima, nossa pressa pelos conteúdos e pelas compras, movimenta as empresas a serem as primeiras a lançarem ou divulgarem algo antes de todo mundo, para terem 5 minutos de destaque e crescimento de mercado. É como o jogo é jogado, infelizmente. Isso ainda piora quando nós, consumidores finais, esperamos por conteúdo, mas quando ele nos é entregue, somos do maravilhoso NADA, críticos e opinadores sobre tudo! "Precisamos" debater e acabamos colocando movimento e discurso desmotivador e de ódio, baseado em apenas copy paste de opinião, para uma empresa que está ali fazendo o que fazia desde zilênios. Faziam JOGOS. Entretenimento. É uma época estranha. Por que, você se pergunta? Pelo simples fato de estarmos deixando de nos divertir para virarmos críticos de algo. Mas calma! Não deveríamos criticar? Sim, claro que devemos. Mas com este movimento de crítica e da pressa das desenvolvedoras pra corrigir, pra satisfazer um público, vira a mesma coisa quando se é pra entregar. Por causa de acionistas que precisam que o jogo seja lançado de qualquer forma. E aí o "efeito cyberpunk" acontece. As empresas perdem porcentagem de ações, os jogos são adiados para "polimento", e a bola de neve já está girando e nós, jogadores, criticando que "estamos sem jogos para jogar" ou que estamos com uma história medíocre e sem explosões de sentimento.

Nostalgiaq de video games
Nostalgia de video games (Foto / Reprodução: G2A)

Antigamente, a gente jogava realmente por prazer.


Talvez a gente precise desacelerar um pouco para podermos nos divertir e aproveitar mais os jogos, em vez de buscar somente gráficos e otimizações e fã service. Histórias, gameplays e resenhas sobre os universos e sobre como realmente são divertidos, é algo que sentimos falta hoje em dia. Os jogos, as vezes precisam ser jogados, e não somente analisados. Os jogos precisam ser criados e não somente vomitados para satisfazer acionistas de uma empresa.


Mas aí, me pergunto depois dessa opinião: será que isso é visível ou só eu vejo isso?



2 Comments

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Leitor de Mapa
Leitor de Mapa
Jan 13
Rated 5 out of 5 stars.

Muito bem colocado

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camilla.evelyn94
Jan 13
Rated 5 out of 5 stars.

Super concordo, com excesso de lançamentos muitas vezes prejudica a conexão com as histórias o que gera o odio de muita gente que se prende nas historias. Mas deve ser mais pela experiência e o que o jogo traz para você do que apenas ser o crítico sem ter experimentado.

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