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Moana 2 e o debate sobre o excesso de gírias: um mar de opiniões

Manu Cárvalho

Atualizado: 2 de jan.

Por Manu Cárvalho


Reprodução Disney - Moana: Um Mar de Aventuras
Oficial Disney - Moana: Um Mar de Aventuras

Desde o anúncio da sequência de Moana: Um Mar de Aventuras, a expectativa do público estava em alta. A princesa polinésia, que encantou o mundo com sua coragem e conexão com o oceano, retornou em Moana 2. Porém, desta vez, em meio a um mar de críticas envolvendo a linguagem do filme. O uso excessivo de gírias contemporâneas tem dividido opiniões e levantado um debate sobre a evolução da narrativa nas animações da Disney e da Pixar.

Um oceano de linguagem moderna

Ao longo do filme, diálogos recheados de expressões populares como "é sobre isso" e "você que lute" dominaram a interação entre os personagens. A intenção era clara: aproximar o público jovem, espelhando a forma como as novas gerações se comunicam. No entanto, para muitos, essa abordagem se transformou em uma distração que comprometeu a essência da história.

“Parece que os roteiristas se preocuparam mais em serem 'cool' do que em criar um diálogo atemporal e genuíno”, comentou uma usuária nas redes sociais. Outros apontaram que o excesso de gírias pode datar rapidamente o filme, tornando-o menos relevante com o passar dos anos.

Reprodução Disney - Moana: Um Mar de Aventuras
Oficial Disney - Moana: Um Mar de Aventuras

A busca por conexão ou um passo em falso?

Os defensores do filme argumentam que o uso de gírias reflete a tentativa de dialogar com um público mais jovem, em um momento em que a cultura pop e as redes sociais moldam grande parte das interações. “É legal ver a Disney reconhecendo o vocabulário da juventude. Isso cria uma proximidade maior”, escreveu um fã no Twitter.

Por outro lado, críticos destacam que essa aproximação parece forçada, prejudicando a profundidade emocional dos personagens. “Moana é um ícone cultural. Reduzir seus diálogos a memes tira a autenticidade da personagem”, afirmou um crítico especializado.

Reprodução Disney - Moana: Um Mar de Aventuras
Oficial Disney - Moana: Um Mar de Aventuras

O dilema das animações modernas

A crítica sobre o uso de gírias em Moana 2 faz parte de um debate maior sobre como as animações têm evoluído para agradar tanto crianças quanto adultos. Produções como Shrek e Frozen foram elogiadas por equilibrar humor contemporâneo com temas universais. Contudo, o risco de exagerar na modernização é evidente.

A linguagem, por mais simples que pareça, desempenha um papel fundamental na construção de personagens e na narrativa. No caso de Moana, que inicialmente era celebrada por sua conexão com tradições e raízes culturais, a introdução de um vocabulário atual pode soar como uma ruptura com o espírito original da história.

Reprodução Disney - Moana: Um Mar de Aventuras
Oficial Disney - Moana: Um Mar de Aventuras

Reflexo ou ruptura?

O questionamento que surge é: será que o público está preparado para aceitar mudanças tão bruscas na forma como os personagens se comunicam? Ou prefere que o cinema de animação continue sendo um espaço onde a atemporalidade prevalece?

Enquanto isso, Moana 2 segue sua jornada nos cinemas, arrecadando números expressivos de bilheteria, mas também provocando reflexões. O oceano, que sempre simbolizou a conexão de Moana com o mundo, agora parece refletir também os dilemas culturais e narrativos enfrentados pela Pixar.

Seja você do time que curtiu a modernização ou daqueles que preferem o clássico, uma coisa é certa: o debate sobre a linguagem no cinema infantil está longe de acabar. E, nesse caso, talvez Moana ainda tenha muito a nos ensinar sobre como navegar por mares tempestuosos.

Reprodução Disney - Moana: Um Mar de Aventuras
Oficial Disney - Moana: Um Mar de Aventuras

Nota da redatora:

Como alguém que cresceu encantada com as histórias da Disney e sua habilidade de transmitir mensagens atemporais, sinto que Moana 2 tentou surfar em ondas modernas, mas talvez tenha perdido um pouco da profundidade de seu oceano original. Gírias são um reflexo do agora, mas as histórias que realmente nos marcam são aquelas que ecoam em qualquer tempo. Ainda assim, há beleza na tentativa de dialogar com novas gerações. Afinal, cada onda carrega um pedaço da história do mar. – Manu Cárvalho

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