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MP denuncia Augusto Melo e ex-diretores do Corinthians no caso VaideBet e pede indenização de R$ 40 milhões

  • Foto do escritor: Manú Cárvalho
    Manú Cárvalho
  • 11 de jul.
  • 3 min de leitura

NA DISPUTA!Por Manu Cárvalho

Augusto Melo
Reprodução: Rodrigo Coca / Corinthians

O Corinthians volta a ser protagonista nos tribunais — e não por suas atuações em campo. Nesta semana, o Ministério Público do Estado de São Paulo (MP-SP) apresentou uma denúncia por improbidade administrativa contra o presidente Augusto Melo e ex-diretores do clube, devido às irregularidades relacionadas ao contrato de patrocínio com a casa de apostas VaideBet.


O MP pede ainda que o clube receba R$ 40 milhões em indenização, valor que corresponde ao montante que teria sido desviado ou mal gerido durante a negociação com a empresa. A denúncia foi protocolada na Vara da Fazenda Pública, e o processo pode provocar sérias consequências tanto na esfera administrativa quanto na reputação da diretoria corinthiana.


Entenda o caso VaideBet

O escândalo veio à tona em abril de 2024, quando documentos internos e informações vazadas para a imprensa indicaram que parte da comissão paga pelo patrocínio máster do clube foi destinada a uma empresa de fachada, a Rede Social Media Design, registrada em nome de um laranja — um estudante de 19 anos, que alegou nunca ter tido relação com o negócio.


O contrato original entre Corinthians e VaideBet previa cerca de R$ 370 milhões por três anos de exposição da marca na camisa do time. Contudo, R$ 25 milhões foram repassados à intermediadora Neoway Sports, que então redirecionou aproximadamente R$ 11 milhões para a empresa de fachada — valor que até hoje não teve destino claro.


O caso gerou repercussão nacional e culminou no rompimento unilateral da VaideBet com o clube em junho, alegando quebra de cláusulas contratuais e desvio de finalidade na execução do acordo.


Denúncia e argumentos do Ministério Público

Na denúncia apresentada na última terça-feira (9), o Ministério Público aponta que houve negligência, má-fé e omissão dos dirigentes, especialmente do presidente Augusto Melo e de nomes ligados ao setor de marketing e jurídico do clube. Segundo o MP, as falhas na checagem das empresas envolvidas e na condução do contrato configuram improbidade administrativa, passível de punição civil.


Além da condenação dos envolvidos, o MP solicita que:

  • O Corinthians seja ressarcido em R$ 40 milhões;

  • Os dirigentes percam seus direitos políticos por até 8 anos;

  • Haja proibição de contratar com o poder público;

  • E que os bens dos acusados sejam bloqueados até o limite do valor estimado como prejuízo ao clube.


O valor de R$ 40 milhões foi calculado com base no que o MP considera como “dano ao erário” do clube, incluindo repasses indevidos, custos de imagem, prejuízos com a rescisão antecipada e perdas de credibilidade institucional.


Posicionamento do Corinthians

A atual gestão do Corinthians ainda não se pronunciou oficialmente sobre a denúncia, mas fontes próximas ao presidente Augusto Melo afirmam que a defesa prepara um dossiê para contestar os argumentos do MP. Melo nega qualquer participação em práticas ilícitas e diz confiar na Justiça para esclarecer os fatos.


Nos bastidores, a crise provocou um verdadeiro abalo político no Parque São Jorge. Conselheiros pressionam por uma auditoria independente e há movimentos para convocar novas eleições, caso o afastamento da diretoria se concretize.


O impacto fora dos tribunais

Muito além das páginas jurídicas, o caso VaideBet trouxe consequências diretas ao Corinthians:

  • Perda de patrocinador máster: a rescisão com a VaideBet deixou o clube sem sua principal fonte de receita comercial.

  • Mancha na reputação institucional: grandes marcas têm mostrado resistência em associar suas imagens ao time no momento.

  • Instabilidade política e interna: a gestão Augusto Melo vive seu momento mais crítico desde o início do mandato, com rachaduras internas e cobranças crescentes da torcida.


Um clube em busca de respostas

O Corinthians, um dos maiores clubes do Brasil, enfrenta uma das crises institucionais mais graves de sua história recente. Enquanto o time luta dentro de campo para escapar da zona de rebaixamento no Campeonato Brasileiro, fora dele os desafios parecem ainda maiores.


A denúncia do Ministério Público é mais um capítulo de uma novela que promete se arrastar por meses, talvez anos, na Justiça. E para o torcedor, a sensação é de indignação — misturada com a esperança de que, um dia, a bola volte a ser o centro das atenções no Parque São Jorge.


Afinal, o Corinthians é maior do que qualquer dirigente — e sua torcida merece respeito.

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