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Da redação

SOS Rio Grande do Sul

Atualizado: 3 de mai.

O Estado precisa de ajuda em meio a maior tragédia climática da história do estado e alerta para um presente de tragédias climáticas que não são mais teorias futuras. Seremos conscientes e solidários diante de tudo isto?

03 de maio de 2024. O Rio Grande do Sul, neste momento, se encontra em estado de calamidade pública em virtude das chuvas torrenciais. No momento, mais de 154 municípios foram atingidos, mais de 4 mil pessoas resgatadas, pelo menos 33 mortos e 74 desaparecidos. Uma tragédia sem precedentes. E a chuva continua, com previsão pelo menos, de seguir até o dia 6, e com episódios até o dia 15, de acordo com os meteorologistas. Meteorologistas, estes, como a Metsul, que há mais de 7 dias já alertavam para o grande volume de chuva do estado. E há um silêncio que nos assola. Da mídia que olha com descaso para um país além do sudeste, das autoridades, da população, dos influenciadores, pessoas públicas. Sim, estamos diante de algo que nos aflige, tira o chão, traumatiza. Mas, este ciclo vicioso de silêncio, fuga da realidade e negacionismo precisa ser transformado. Precisamos falar de políticas públicas, mudanças climáticas, mitigação de tragédias, novas formas de abordar a realidade e olhar para isto. No Rio Grande do Sul, o Plano de Prevenção de Desastres, elaborado em 2017, nunca saiu do papel, de acordo com a Agência Pública (agência de jornalismo investigado). Em setembro do ano passado, o estado já havia passado por uma enchente grave. Apenas investir em ações de ajuda humanitária quando as tragédias já estão acontecendo, enquanto a esfera pública destina uma verba ínfima para o planejamento frente a estes eventos é uma gigante falta de responsabilidade, gestão pública e sobretudo humanidade e empatia com a população, negligência com a nossa vida.


Em 2023, a ONU declarou que foi o ano mais quente da história do planeta. No Brasil, temos a Amazônia apresentando recordes de incêndios florestais, apesar da maior fiscalização e queda no desmatamento, a previsão de uma seca história no Pantanal, e um mês de maio com ondas de calor e temperaturas chegando a 37ºC no Rio de Janeiro. É uma realidade muito mais desastrosa do que os cálculos previam, do que os prognósticos constatavam. Precisamos ser adultos neste momento e entender que as tragédias climáticas já não são mais uma questão futura, utópica, mas presente, vide a tragédia que acontece agora no Rio Grande do Sul. Precisamos de posicionamento, cobrança por políticas públicas, quebrar os votos de silêncio e falarmos, pois, palavra é poder de ação, como nos diria a pensadora Leda Maria Martins. É tempo de sermos adultos, responsáveis pelas consequências de nossos atos, sem culpabilizações e polarizações, mas em uníssono recobrarmos a consciência de que somos uma coisa só, a humanidade, o planeta, os recursos naturais, que são finitos e já estão esgotando. A lógica de individualidade, conquistas pessoais acima de tudo, acúmulo, excesso, não cabe mais diante de uma realidade que sempre nos pediu consciência coletiva e colaboração.


No momento, o Rio Grande do Sul precisa de ajuda e qualquer ação é bem-vinda, busquemos nos informar através das redes sociais oficiais do estado e de ONGs, a fim de saber como podemos contribuir. Há a campanha SOS Rio Grande do Sul, cuja chave PIX é (CNPJ: 92.958.800/0001-38) e qualquer quantia doada se faz necessária neste momento.

Lembremos que neste ano de 2024 temos eleições, que saibamos através do voto exercitar a consciência de priorizar representações que abordem as mudanças climáticas, que falem disso, que pensem coletivamente e busquem por medidas e ações efetivas na realidade. É preciso que nos engajemos em prol das causas, abramos discussões, nas casas, nas comunidades, nas ruas. Que saiamos das teorias da conspiração, das divisões, das alienações e fugas da realidade. Precisamos agora de responsabilidade, consciência coletiva e ação efetiva para mudar. É preciso que nosso pensamento esteja ligado a terra e a todos que nela habitam e nela existem e ao universo, acolhendo a diversidade dos seres, assim nos diriam os pensamentos advindos dos povos Banto, citando Leda Maria Martins novamente. Somos um, não esqueçamos disso. Sejamos solidários e humanos, é o que nos resta em tempos de colapso dos sistemas econômicos, políticos e dos recursos naturais.



Por Mathias Bildhauer



Sobre o autor:

Mathias Bildhauer é o que é. Artista da existência, assim como todos nós. Profissionalmente é ator com DRT há 15 anos, terapeuta integrativo/ professor de autoconhecimento com mais de 20 formações, além dos inúmeros estudos no universo do teatro, roteiro, cinema, também graduado em Turismo e Hotelaria com o objetivo de produzir seus próprios projetos no setor de economia criativa. Natural de Passo Fundo–RS. Já trabalhou da Secretaria de Turismo de Gramado à Rede Globo, e hoje, através de uma visão sistêmica, integra e aplica seus múltiplos conhecimentos e experiências no seu trabalho como artista, gestor e produtor artístico. Hoje, está na “Webserie Marotos: Uma História”, mantém sua produtora cultural “Mathias Bildhauer Produções Artísticas” na cidade do Rio de Janeiro–RJ e protagonizará a série infantil, “A Liga Zei”, que vai estrear em streaming em breve. Mathias Bildhauer escreve, produz, dirige e guia jornadas de autoconhecimento.

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