Viajar para o exterior com o seu amigo de quatro patas pode ser uma experiência incrível, mas também um grande desafio se você não estiver preparado. O planejamento é essencial, e existe uma série de requisitos e documentos específicos que você precisa garantir antes de embarcar. Antes de tudo, é importante lembrar que cada país tem suas próprias regras para a entrada de animais, e muitas vezes essas normas também se aplicam aos locais de conexão aérea. Vamos descobrir tudo o que é necessário para evitar surpresas desagradáveis e garantir que suas férias com seu pet comecem da melhor forma!

Planejamento: o segredo do sucesso
Segundo o Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais Federais Agropecuários (Anffa Sindical), o ideal é começar a planejar a viagem com até seis meses de antecedência. Isso porque muitos destinos possuem exigências complexas, como microchipagem, vacinas específicas e exames laboratoriais detalhados. Além disso, é necessário obter um Certificado Veterinário Internacional (CVI), documento essencial que comprova que o animal está apto a viajar e atende todas as condições sanitárias exigidas pelo país de destino.
Para a auditora agropecuária Michaelle Stivanello, que trabalha na Vigilância Agropecuária Internacional (Vigiagro), o CVI é o ponto de partida para garantir uma viagem tranquila. "Esse documento é emitido pelos auditores fiscais após a análise das condições sanitárias e o atestado de saúde emitido por um médico veterinário. Ele respalda que o pet está apto a viajar com segurança, tanto para ele quanto para os demais passageiros", explica Michaelle.
Confira as regras do destino (e das conexões!)
Cada destino tem suas próprias exigências, que podem variar significativamente. Muitos países requerem vacinas, como a antirrábica, aplicadas dentro de prazos específicos; às vezes exigem até exames de sangue para comprovar a imunidade do animal. Em destinos como os Estados Unidos, o pet ainda pode precisar de exames clínicos logo após o desembarque, realizados em aeroportos específicos. Segundo Michaelle, é necessário agendar com antecedência essa etapa, para evitar atrasos ou outros problemas.
Na União Europeia, o processo pode ser ainda mais longo, levando cerca de seis meses devido à necessidade de cumprir diversas etapas, como a sorologia antirrábica. Além disso, países como Portugal possuem restrições adicionais, especialmente relacionadas a raças. Algumas, como Pitbull, Rottweiler e Fila Brasileiro, têm entrada proibida. Já cães de focinho curto, como Shih Tzu e Bulldog, não podem viajar no bagageiro – uma complicação para quem precisa levar esses pets.
Por isso, caso a viagem inclua conexões, é essencial verificar previamente também as exigências de trânsito nos países intermediários. "Se o voo faz escala, como na Europa ou nos Estados Unidos, o pet pode ter que passar por controles adicionais ao desembarcar", alerta a auditora.
Adaptação a mudanças de regras
Não basta conhecer as exigências ao planejar a viagem; é crucial acompanhar possíveis mudanças de regras. Os Estados Unidos costumam alterar suas normas sanitárias com frequência, e novos requisitos podem surgir mesmo para quem já está com a passagem comprada. Isso pode incluir a exigência de novos documentos ou mudanças no tempo necessário para a adaptação ao processo.
A dica é fazer check-ups regulares com o veterinário e manter um cronograma rígido para cumprir todas as obrigações legais. Ignorar essas regras pode significar a recusa do embarque ou, pior, a entrada barrada no país de destino.
Viagem tranquila: conforto e segurança dos pets

Outro aspecto vital da viagem é garantir que ela seja confortável para o animal. Além dos documentos e saúde em dia, é fundamental investir em uma caixa de transporte adequada e segura, seguindo as normas exigidas pela companhia aérea. Verifique o tamanho ideal, tenha atenção à ventilação e ao espaço para que o pet possa se movimentar minimamente.
Se o animal nunca usou uma caixa de transporte antes, inicie um processo de adaptação meses antes do embarque. Permita que ele associe a caixa a algo positivo, colocando brinquedos ou petiscos dentro. Isso ajuda a reduzir o estresse da viagem, tanto para o pet quanto para o tutor.
Por fim, nunca esqueça de incluir no planejamento os detalhes sobre alimentação e hidratação durante o voo. Viagens longas podem ser exaustivas, e manter o bem-estar do seu pet é uma prioridade absoluta.
Um passo à frente no cuidado com o seu pet
Viajar com animais pode parecer complicado, mas com planejamento adequado e atenção aos detalhes, você pode transformar o processo em algo muito mais fácil e tranquilo. Lembre-se: começar cedo e se informar sobre todas as etapas necessárias são os primeiros passos para evitar dores de cabeça e garantir que seu amigo peludo possa te acompanhar com segurança em uma nova aventura. Afinal, nossas viagens ficam ainda mais especiais quando podemos compartilhá-las com quem amamos – e isso inclui os pets!
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