Carnaval 2025: Unidos de Padre Miguel eleva o nível e faz história na Sapucaí!
- Ana Soáres
- 3 de mar.
- 3 min de leitura
A abertura do Grupo Especial nunca mais será a mesma

Se você piscou, perdeu um marco no Carnaval do Rio de Janeiro. O primeiro domingo de fevereiro de 2025 entrou para a história como o dia em que os desfiles do Grupo Especial ganharam um novo capítulo — e com ele, uma nova tradição. Pela primeira vez, a elite do samba carioca não começou sua jornada na segunda-feira de folia, mas sim no domingo, e a responsabilidade de inaugurar essa nova era coube à Unidos de Padre Miguel.

A vermelha e branca da Vila Vintém, que passou anos batendo na trave na Série Ouro, finalmente garantiu seu lugar entre as gigantes e, sem medo de cara feia, entrou na avenida com sede de título e disposta a redefinir os padrões da competição. Quem achou que a UPM chegaria acanhada, fazendo um desfile “seguro” para se manter, se enganou redondamente. O que se viu foi um espetáculo poderoso, bem-acabado e repleto de emoção, que imediatamente levantou uma questão na arquibancada: será que já temos uma candidata ao título?

Uma estreia com cara de veterana
Se existe um verbo que define o desfile da Unidos de Padre Miguel, ele é ousar. Desde a comissão de frente, que trouxe uma impressionante coreografia sobre a resistência e o legado dos povos africanos no Brasil, até as alegorias monumentais que cortaram a Sapucaí, a escola não economizou em impacto.

O enredo “Egbé Iya Nassô”, assinado por Lucas Milato e Alexandre Louzada, trouxe a história do Terreiro da Casa Branca do Engenho Velho, um dos pilares do candomblé no Brasil, com um viés histórico e espiritual arrebatador.

Na pista, o que se viu foi um desfile de alto nível técnico:
✔ Evolução impecável: componentes entrosados, alas coreografadas na medida certa e uma fluidez impressionante.
✔ Alegorias imponentes: um abre-alas arrebatador, repleto de referências religiosas e visuais impactantes.
✔ Fantasias ricas: leveza, luxo e criatividade na medida exata para contar a história com precisão.
✔ Bateria afiada: Mestre Dinho segurou o ritmo com maestria, criando um casamento perfeito com o samba.

A rainha de bateria Andressa Marinho, aliás, foi um show à parte. Com um figurino deslumbrante e uma apresentação vibrante, ela soube conduzir os ritmistas com energia e carisma, ganhando aplausos calorosos da arquibancada.
Reação do público e impacto na disputa

Os 69 minutos de desfile passaram voando, mas foram suficientes para deixar uma marca na memória dos foliões. Desde o início, a arquibancada cantou forte o samba-enredo, reagiu às alegorias e vibrou com as atuações das alas coreografadas. Ao final, a escola saiu ovacionada, deixando um sentimento de “quero mais” no ar.
A grande questão agora é: será que a UPM fez o suficiente para sonhar alto? Ou o rigor dos jurados pode frear esse embalo? O fato é que a escola não apenas subiu o sarrafo, como obrigou as concorrentes a elevarem seus próprios padrões.

Com a responsabilidade de abrir os trabalhos do Grupo Especial em um novo formato, a Unidos de Padre Miguel não apenas estreou com autoridade, como também redefiniu o que se espera de uma escola recém-chegada à elite.
Se a noite de domingo já começou assim, imagina o que ainda vem por aí? O Carnaval 2025 promete ser um dos mais disputados da década — e a Unidos de Padre Miguel já garantiu seu lugar no jogo!
Comments