Por 12 anos, o SBT praticamente manteve apenas a dona Íris Abravanel, 76 anos, como autora das novelas da casa. Tirando ‘Carinha de Anjo’, assinada por Leonor Correa, o resto foi dela. No começo, foi um sucesso absoluto. Mas o filão infantil cansou. Os episódios longos, somados à repetição do estilo, acabaram desgastando o público. Hoje, as novelas marcam uns 3 pontos no Ibope e estão longe dos tempos de glória.

Nem a Globo, que lidera a audiência há décadas e é a maior referência em novelas, mantém um único autor tocando uma faixa horária sem parar. É lógico que desgasta! O público quer variedade, outras visões, histórias frescas.
Se o SBT tivesse apostado em um rodízio de autores, com novas ideias e propostas, talvez o desgaste desse nicho não tivesse sido tão grande. O que não falta no mercado são roteiristas talentosos, com experiência e boas histórias para contar. Tem nomes incríveis, como Ângela Chaves (Pedaço de Mim), Paula Richard (O Rico e Lázaro), Paulo Halm (Bom Sucesso), Cristiane Fridman (Vidas em Jogo) e Marcílio Moraes (Vidas Opostas). Só para citar alguns.
E vamos combinar: os números de audiência estão deixando claro que o público não aguenta mais novelas infantis que se arrastam. É hora de renovar. A dramaturgia é um ponto forte no SBT, ocupa um espaço enorme na programação, mas está precisando de um gás novo. Apostar em outros autores, diretores e estilos pode trazer de volta o brilho que o canal já teve. Dona Íris merece um descanso, e a gente merece algo diferente.
Um exemplo do que dá certo? ‘Força de Mulher’, novela turca que está passando na Record, está aí para provar que o público adora um bom melodrama, com tramas mais adultas e envolventes. O brasileiro ainda é fã dos novelões, com todos os dramas e reviravoltas que só esse formato sabe entregar.
Agora, o mistério: qual será a próxima aposta do SBT? Vai continuar na linha das tramas infantis ou vai abrir espaço para histórias mais maduras? A gente fica aqui na torcida para que a emissora traga alguém com experiência e visão para comandar a dramaturgia. O público quer novidade, e, acima de tudo, quer os bons e velhos novelões de volta!
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