Morre Ozzy Osbourne, aos 76 anos: um adeus ao Príncipe das Trevas
- Emänoelly Rozas
- 22 de jul.
- 3 min de leitura
Por Manu Cárvalho

O mundo do rock amanheceu mais silencioso nesta terça-feira (22/7). Morreu, aos 76 anos, o cantor britânico Ozzy Osbourne, um dos ícones mais lendários da música mundial e eterno vocalista do Black Sabbath. A notícia foi confirmada pela família, que informou que o artista faleceu “cercado de amor”.
Figura central da criação do heavy metal e símbolo de rebeldia, ousadia e autenticidade, Ozzy deixa não apenas um legado musical gigantesco, mas também milhões de fãs de luto ao redor do mundo. Sua partida encerra um dos capítulos mais marcantes da cultura pop das últimas décadas.
Uma vida marcada pela intensidade
John Michael Osbourne nasceu em Birmingham, na Inglaterra, em 3 de dezembro de 1948. De origem humilde, o jovem Ozzy encontrou na música um caminho para fugir da pobreza e do tédio da vida operária. Em 1969, ao lado de Tony Iommi, Geezer Butler e Bill Ward, fundou o Black Sabbath — banda que mudaria para sempre a sonoridade do rock.
Com riffs pesados, letras sombrias e uma performance de palco visceral, o grupo inaugurou o heavy metal como o conhecemos hoje. Canções como "Paranoid", "Iron Man" e "War Pigs" tornaram-se hinos de uma geração. E Ozzy, com sua voz inconfundível e presença quase sobrenatural, se tornou o rosto (e a alma) desse novo estilo.
Além do palco: controvérsias e redenção
Ao longo da vida, Ozzy Osbourne também foi protagonista de muitos escândalos e polêmicas, em especial por seu abuso de álcool e drogas. Episódios marcantes — como o momento em que mordeu a cabeça de um morcego no palco — ajudaram a construir sua imagem transgressora, alimentando o mito que o acompanhou por décadas.
Mas por trás da lenda sombria, havia também um homem frágil, generoso e profundamente carismático. A relação com a esposa Sharon Osbourne, com quem esteve casado por mais de 40 anos, e com seus filhos, mostrou ao mundo o lado mais humano de Ozzy — algo que ficou ainda mais evidente no reality show The Osbournes, sucesso nos anos 2000.
Mesmo com os problemas de saúde, incluindo o diagnóstico de mal de Parkinson em 2020, o cantor jamais se afastou totalmente da música. Gravou álbuns solo, fez participações em festivais e nunca perdeu a conexão com seus fãs.
Uma despedida cercada de amor
A nota divulgada pela família não detalha a causa da morte, mas afirma que Ozzy estava em casa, “em paz, com sua família por perto, cercado de amor”. A esposa Sharon escreveu: “Hoje o mundo perdeu um dos maiores artistas que já viveu, e eu perdi o amor da minha vida. Ele partiu do mesmo jeito que viveu: com coragem, autenticidade e muito amor por todos que cruzaram seu caminho.”
Nas redes sociais, fãs e músicos de todo o mundo prestaram homenagens ao astro. Nomes como Tony Iommi, James Hetfield, Dave Grohl, Slash e Brian May compartilharam lembranças e mensagens emocionadas. Para muitos, Ozzy não foi apenas um artista, mas uma inspiração eterna.
O legado do Príncipe das Trevas
Ozzy Osbourne não foi só um cantor. Ele foi uma revolução. Sua influência ecoa em dezenas de bandas, estilos e gerações. O rock seria diferente — e certamente menos ousado — sem sua presença provocadora e visionária.
Seja nos palcos escuros do Black Sabbath, nas experimentações da carreira solo, nos vídeos caseiros da MTV ou nas entrevistas onde os palavrões dividiam espaço com sorrisos sinceros, Ozzy foi sempre autêntico. Nunca fingiu ser quem não era. E é isso que o torna imortal.
Uma estrela que nunca se apaga
Ozzy Osbourne nos deixa aos 76 anos, mas sua voz continua viva em cada solo, em cada refrão berrado pelos fãs, em cada jaqueta preta usada por quem aprendeu a amar o rock por sua causa.
Hoje, o céu ficou mais barulhento. E a Terra, um pouco mais triste.
Descanse em paz, Ozzy. E obrigado por tudo.
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