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Primeiro dia de desfiles do Grupo Especial do Rio – Carnaval 2025

Ana Soáres

A primeira noite de desfiles do Carnaval 2025 foi um verdadeiro espetáculo de cores, cultura e emoção na Marquês de Sapucaí. Com quatro escolas marcando presença na avenida, o público foi presenteado com enredos potentes, alegorias inovadoras e espetáculos inesquecíveis. Vamos mergulhar em cada apresentação e entender os pontos altos e os desafios enfrentados por cada agremiação.


Unidos de Padre Miguel – O retorno ao Grupo Especial com ancestralidade e garra


Unidos de Padre Miguel - Carnaval 2025 – Créditos: Eduardo Hollanda
Unidos de Padre Miguel - Carnaval 2025 – Créditos: Eduardo Hollanda

Após vencer a Série Ouro em 2024, a Unidos de Padre Miguel voltou ao Grupo Especial com o enredo “Egbé Iya Nassô”, assinada pelos carnavalescos Lucas Milato e Alexandre Louzada. A proposta da escola foi contar a história do Terreiro da Casa Branca do Engenho Velho, um dos mais antigos e importantes terreiros de candomblé do Brasil.


Destaques do desfile:

Alegorias e fantasias: A escola investiu em um visual exuberante, trazendo esculturas monumentais e um primor nos detalhes. A riqueza dos tecidos e os adereços em dourado e azul realçaram a grandiosidade do tema.


Comissão de frente: Um dos pontos altos, a comissão trouxe uma encenação emocionante sobre a chegada de Iya Nassô ao Brasil e sua luta para preservar a religião dos orixás.


Bateria e samba-enredo: Com um ritmo envolvente e uma letra potente, o samba da Unidos foi um dos mais cantados pelo público. O desempenho da bateria "Guerreiros" garantiu emoção do início ao fim.


Desafios enfrentados:

Apesar de um desfile visualmente deslumbrante, a escola teve um contratempo: uma ala apareceu com fantasias incompletas, o que pode prejudicar sua pontuação final. Ainda assim, a apresentação foi digna de um retorno triunfal.


Imperatriz Leopoldinense – Entre realeza e desafios técnicos


Imperatriz Leopoldinense - Carnaval 2025 – Créditos: Alexandre Vidal
Imperatriz Leopoldinense - Carnaval 2025 – Créditos: Alexandre Vidal

A Imperatriz Leopoldinense chegou à Sapucaí trazendo “Ómi Tútu Ao Olúfon – Água fresca para o senhor de Ifón”, um enredo que resgata a mitologia dos orixás e reforça a ligação da escola com temáticas afro-religiosas. A proposta era exaltar Oxalufã, uma das formas mais velhas e sábias de Oxalá.


Destaques do desfile:

Fantasias e adereços: A escola brilhou com um visual deslumbrante. Os figurinos foram meticulosamente trabalhados, utilizando tecidos leves, plumas e bordados que remetiam à pureza e à serenidade de Oxalufã.


Ala das Baianas: Apesar de problemas técnicos, a ala emocionou ao carregar grandes leques brancos, simbolizando o frescor da água de Oxalufã, elemento essencial na cultura iorubá.


Comissão de Frente: A performance encantou ao retratar o nascimento dos rios e a ligação entre os orixás e a água, utilizando efeitos visuais surpreendentes.


Desafios enfrentados:

A Imperatriz teve dificuldades com a ala das Baianas, que enfrentou problemas na movimentação. Além disso, um carro alegórico precisou ser ajustado às pressas antes de entrar na avenida. Apesar disso, a escola entregou um desfile emocionante e visualmente deslumbrante.


Unidos do Viradouro – Inovação tecnológica e força cultural



    Tarcísio Zanon, carnavalesco da Unidos do Viradouro - Carnaval 2025 – Créditos: Alexandre Vidal
Tarcísio Zanon, carnavalesco da Unidos do Viradouro - Carnaval 2025 – Créditos: Alexandre Vidal

Atual campeã, a Viradouro veio para brigar pelo bicampeonato com “Malunguinho: O Mensageiro de Três Mundos”, enredo que resgata a história do líder quilombola João Batista, conhecido como Malunguinho, figura mítica de resistência no Brasil do século XIX.


Destaques do desfile:

Alegorias e arte cinética: O grande diferencial da escola foi o uso da arte cinética, que deu a ilusão de movimento a um boneco gigante de 15 metros, representando Malunguinho. O efeito impressionou e arrancou aplausos entusiasmados.


Samba-enredo: A composição enérgica e vibrante fez com que toda a Sapucaí cantasse junto, fortalecendo a mensagem do enredo.


Performance da musa Lore Improta: A musa da Viradouro brilhou na avenida, mas sofreu um susto ao escorregar em frente à cabine dos jurados. Com profissionalismo, ela se levantou rapidamente e seguiu sua apresentação.


Desafios enfrentados:

O único problema do desfile foi a necessidade de acelerar o ritmo nos últimos minutos para terminar dentro do tempo. Isso pode impactar a avaliação dos jurados, mas não ofuscou o impacto visual e narrativo da escola.


Estação Primeira de Mangueira – Orgulho e identidade nas cores verde e rosa


Mangueira - Carnaval 2025 – Créditos: Eduardo Hollanda
Mangueira - Carnaval 2025 – Créditos: Eduardo Hollanda

Encerrando a noite com chave de ouro, a Mangueira trouxe “À Flor da Terra – No Rio da Negritude Entre Dores e Paixões”, um enredo que exaltou a negritude carioca e a força das favelas na construção cultural do Rio.


Destaques do desfile:

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Comissão de frente: A escola trouxe uma representação impactante dos “crias” da favela, que apresentaram uma coreografia de passinho em um palco giratório, simbolizando a luta e a alegria das periferias cariocas.


Alegorias: O carro das pipas foi um dos momentos mais bonitos da noite, remetendo à infância nas favelas e à liberdade.


Samba-enredo: Com versos que exaltavam o "orgulho de ser favela", o samba emocionou e trouxe um coro espontâneo do público.


Desafios enfrentados:

A Mangueira teve um desempenho forte, mas precisou lidar com algumas dificuldades logísticas. Um dos carros alegóricos teve um pequeno atraso na entrada, exigindo ajustes de última hora. No entanto, a energia da escola e a representatividade do enredo garantiram um desfile marcante.


Uma primeira noite inesquecível!


O primeiro dia de desfiles do Grupo Especial do Rio de Janeiro mostrou que o Carnaval 2025 está entre os mais emocionantes dos últimos anos. Cada escola trouxe um espetáculo grandioso, resgatando histórias essenciais para a cultura brasileira e inovando em suas apresentações.


Agora, resta esperar os próximos dias de desfiles para ver quais escolas conseguirão manter o alto nível e quem levará a tão cobiçada coroa de campeã do Carnaval do Rio de Janeiro. O que já é certo? A Sapucaí segue sendo o palco do maior espetáculo da Terra!

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