Unidos da Tijuca levanta a Sapucaí e firma seu espaço na briga pelo título
- Ana Soáres
- 4 de mar.
- 2 min de leitura
Com enredo sobre Logun-Edé e um samba com a assinatura de Anitta, a escola fez bonito na Avenida, mas enfrentou imprevistos técnicos

Quando a sirene tocou e os portões se abriram, o Morro do Borel veio com tudo! A Unidos da Tijuca abriu a segunda noite de desfiles na Sapucaí trazendo a força de Logun-Edé, o Orixá que carrega o equilíbrio entre a caça e a fartura, entre o velho e o menino, entre o passado e o presente. Com um desfile tecnicamente bem executado e um samba de respeito, a escola reafirmou que está na briga para reviver seus melhores carnavais.
Uma aposta grandiosa, com time de peso

O enredo "Logun-Edé – Santo Menino que Velho Respeita", assinado pelo carnavalesco Edson Pereira, mergulhou na mitologia e na ancestralidade afro-brasileira. A história do Orixá foi contada desde suas origens africanas até sua presença na cultura e fé do povo brasileiro, fazendo uma ponte emocionante com a juventude do Morro do Borel.

E se a expectativa já era grande, o samba-enredo elevou ainda mais a temperatura. O hino da escola veio com um time de peso na composição: Anitta, ao lado de Feyjão, Estêvão Ciavatta, Miguel Pinto Guimarães, Fred Camacho e Diego Nicolau. E olha, funcionou! O samba trouxe uma melodia forte e um refrão envolvente, bem cantado pelos componentes da escola – embora a comunicação com o público pudesse ter sido mais vibrante.
Mas nem tudo foram flores…
E aquele telão, hein?

Todo desfile de escola de samba tem aquele momento de tensão. E o da Tijuca veio logo na comissão de frente. Um telão que fazia parte da coreografia teve problemas na passagem do primeiro módulo da Avenida. Pequenos deslizes assim podem custar décimos valiosos na apuração.
Fora isso? O show foi garantido.
A bateria de Mestre Casagrande foi um espetáculo à parte. Com bossas pontuais e um ritmo impecável, a “Pura Cadência” mostrou por que é uma das mais respeitadas do carnaval carioca. O casal de mestre-sala e porta-bandeira, formado por Matheus André e Lucinha Nobre, encantou com leveza e elegância. E as alegorias? Luxuosas, bem acabadas e carregadas de simbologia. Um verdadeiro deslumbre.
Unidos da Tijuca de volta ao topo?

A Tijuca fez um desfile tecnicamente forte e muito bem estruturado. Mas será que isso basta para levar o campeonato? Apesar da recepção calorosa da arquibancada, houve um certo distanciamento entre o enredo e o público. Diferente de anos onde o carisma da escola arrebatava corações de cara, dessa vez a emoção ficou mais contida.
Ainda assim, uma coisa é certa: a Unidos da Tijuca voltou a desfilar com a imponência que já lhe rendeu quatro títulos. E se os julgadores forem generosos, o Borel pode voltar a sonhar com o topo do pódio!
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