![Look ano novo- promessas e idealizações](https://static.wixstatic.com/media/1bf624_c905c8022df245128994ed604d4211f1~mv2.png/v1/fill/w_980,h_1468,al_c,q_90,usm_0.66_1.00_0.01,enc_auto/1bf624_c905c8022df245128994ed604d4211f1~mv2.png)
A cada ano novo, quais promessas estão na sua checklist do sucesso?
Eu chutaria que pelo menos algumas delas envolve um consumo direto. Seja de uma peça que vai te ajudar a ser sua melhor versão ou até um outro produto te entrega um resultado estético. A virada do ano é marcada pela ideia de renovação. No consumo, isso se reflete em coleções brilhantes, roupas brancas para um “recomeço” e acessórios que prometem atrair boas energias.
E quanto desses nossos desejos impulsivos podemos colocar na conta da alta exposição a anúncios e comparativos de vidas no nosso feed? Somos induzidos por uma lógica que lucra com o nosso cansaço e a também com a nossa esperança.
Pode parecer contraditório, mas é intencional. Para muitas pessoas, especialmente nós classe trabalhadora, suburbana ou periferica, o recomeço é um respiro necessário. Aquilo que nos faz acreditar de novo. Roupas novas, mesmo que compradas com esforço, são parte desse ritual. Elas não carregam apenas um valor estético, mas emocional e aspiracional. Mas é também aqui que o sistema aperta. Ele sabe que essa esperança é um gatilho poderoso que movimenta muito lucro.
E por isso, todo cuidado é pouco quando nos deparamos com promessas que nos impulsionam “sermos mais”. Mais esforçados. E mais cansados também. Seguimos exaustos, alimentando um sistema que nunca se satisfaz.
A moda não vende apenas roupas, ela vende sonhos e essas novas possibilidades de pertencimento.
Mas o preço, muitas vezes é o nosso endividamento e a perpetuação de um ciclo que nos mantém reféns do novo. Já parou para pensar nisso?
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