A Baixada Fluminense, no Estado do Rio de Janeiro, é uma região historicamente destacada por aspectos negativos, de maneira principal nas páginas policiais dos folhetins circulantes da região metropolitana do Estado.
Convidamos aos leitores desta coluna a analisar a região com outro olhar. Enquanto para alguns mostrar as mazelas da Baixada deve suplantar as demais informações, de maneira tal que as diferenças sociais coloquem esses moradores em uma casta, vivendo em uma bolha identitária a fulgurar sobremaneira somente as suas dificuldades, lança-se aqui uma visão distinta a fim de se travar sinceros e sérios debates, ainda que grande parte dos moradores assim não analisem ou sequer tenham devida dimensão de seu por quê.
A Baixada Fluminense é composta por 13 municípios, com mais de 3,7 milhões de moradores, um gigantesco espaço territorial composto por grandes áreas urbanas, rurais, universidades, públicas e privadas; riquíssima social e culturalmente.
Essa região típica, cheia de contornos, com peculiaridades similares aos demais entes da Federação, poderia, facilmente, ser mais um Estado do Brasil. Quando fazemos um recorte através do Censo do IBGE, ao focarmos em quantidade de habitantes, o Estado de Roraima apresenta apenas 636.303 habitantes em seu vasto território.
Nesta imensidão territorial e populacional, muitas são as pautas coletivas de relevância e a região conta com um número considerável de deputados federais, sendo onze cadeiras no total: Áureo, Bebeto, Daniela do Waguinho, Dr. Luizinho, Gutemberg Reis, Hélio Lopes, Juninho do Pneu, Lindbergh Farias, Marcos Tavares, Max Lemos e Ricardo Abrão.
Victor Escobar, advogado eleitoral e mestrando em ciências políticas, fez algumas considerações quanto ao cenário representativo da Baixada na política nacional:
"Primeiramente, percebemos que a Baixada Fluminense possui representatividade própria e proporcional, diferente do que se observa em outras regiões do Rio de Janeiro. O Estado possui 47 cadeiras na Câmara dos Deputados. A Baixada Fluminense, cuja população representa aproximadamente 20% do total do estado, também elege 20% da Câmara. Isso mostra que os representantes com domicílio eleitoral em um dos municípios que compõem a Baixada Fluminense, além de serem bem votados em sua região, também conseguem ser figuras políticas relevantes para o cenário estadual. Quanto à importância da representatividade na Baixada nacionalmente na Câmara dos Deputados, o principal benefício é que esses deputados, conhecedores da realidade e das necessidades da região, podem usar prerrogativas do orçamento para trazer verbas aos seus municípios diretamente do Governo Federal, assim como propor projetos de lei que beneficiem a população local. Por isso é muito importante que haja boa relação entre o parlamentar e os poderes executivos municipais, estaduais e federal. É uma forma de contemplar sua base eleitoral." - Observou.
A Baixada Fluminense do Rio é um incontestável celeiro de belezas naturais, culturais e também forte economicamente, com incontáveis indústrias, gerando centenas de milhares de empregos e merece ser reconhecida por seu potencial. Existe, na figura desses onze parlamentares eleitos, uma forte responsabilidade com o Brasil, de maneira geral, e com a Baixada Fluminense, em especial. As demandas existentes na região os convida a desbravar caminhos que ampliem direitos sociais para o povo, consolidem políticas econômicas que estruturem maiores investimentos na região, inclusive atraindo novas empresas e indústrias.
Existe ainda a questão da mobilidade urbana, um passivo que tem de ser resolvido com investimento público e inteligência, pois a cada dia que passa fica bem difícil o trânsito nos municípios e também o acesso à Capital do Estado, cujo acesso se dá, principalmente, pelas vias Dutra, Washington Luiz e a Via Expressa Presidente João Goulart (Linha Vermelha), necessitando de novos modais, além dos já existentes.
No que se refere ao Turismo de Carnaval, a região possui três escolas de samba com grande destaque: A Beija-Flor de Nilópolis, a Acadêmicos do Grande Rio, em Duque de Caxias e a Inocentes de Belford Roxo. Quanto ao Turismo Verde, áreas como a Reserva Natural de Tinguá (Nova Iguaçu), o Parque Natural do Gericinó (Nilópolis/Mesquita) e o Parque Natural da Serra dos Órgãos (Guapimirim) têm grande destaque na região e estes espaços, assim como as demais áreas verdes da localidade, devem ter um olhar mais específico para o crescimento de turistas de maneira sustentável. Mais turistas, mais divisas e mais oportunidades de emprego e renda para a população local.
Questões como educação, saúde e segurança pública também denotam grande importância e a Baixada, recentemente, contou com Deputado Federal Doutor Luizinho, que é de Nova Iguaçu, à frente da pasta da Saúde a convite do Governador do Estado. De volta ao Congresso, Dr. Luizinho segue como uma das figuras políticas de grande influência do país enquanto líder do PP na Câmara de Deputados.
A região tem todas as estruturas em potencial para investimentos, seja no campo turístico, comercial ou industrial, além do aparato político de fazer inveja. Um caminho de progresso e protagonismo é o que se aguarda para que parte da população fluminense que nela habita tenha cada vez mais orgulho de dizer que mora na Baixada Fluminense.
Pedro Henrique Tavares
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