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Brincar é direito tem pré-estreia em São Paulo

  • Foto do escritor: Ranielson Cambuim
    Ranielson Cambuim
  • 29 de mai.
  • 3 min de leitura

Documentário será lançado no Dia Mundial do Brincar, 28 de maio.


Brincar é direito tem pré-estreia em São Paulo
Ranielson Cambuim

Na terça-feira, 27 de maio, aconteceu em São Paulo a pré-estreia do documentário "Brincar é Direito", que aborda a escassez de lugares públicos ao ar livre para diversão infantil, retratando o bairro de Campo Limpo na capital paulista. O documentário destaca a importância de ambientes seguros e adequados para o brincar livre das crianças. O diretor Raphael Erichssen conversou com a Revista Pàhnorama sobre o projeto e sua importância.


Revista Pàhnorama: Qual a principal mensagem e por que brincar é direito?


Raphel Ericksenn: Brincar é um direito, é um direito porque acho que é importante para todas as pessoas, tanto cuidadores, pais, mães, fazerem com que seus filhos possam ter esse direito do brincar livre e do brincar coletivo público. Acho que essa é uma grande mensagem do filme. Porque, ainda mais em São Paulo, a gente tem uma vocação de privatizar e de comercializar as coisas. Então, esse filme provoca um pouco a vontade de ter lugares públicos, o convívio público. Eu te digo que eu tenho filhas de três anos e esse filme surgiu da minha vida quando elas começaram a andar. Quando eu estava buscando muito lugares para que elas pudessem explorar e tal, a gente descobriu que São Paulo não é uma cidade feita para crianças.


RP: Por que é, ou vem sendo negado esse direito?


RE: Acho que São Paulo tem uma vocação natural pra isso, não é uma cidade voltada pra crianças e acho que a gente tem condição de mudar esse aspecto da cidade. Ou seja, uma questão cultural. Acho que é uma questão natural de São Paulo, de privilegiar o espaço privado ao espaço público. E eu acho que, mais uma vez, esse filme tem esse desejo de inspirar as pessoas a tentar mudar um pouco essa mentalidade. Que a gente tenha mais, que a gente consiga chamar a atenção da sociedade pra necessidade que esse direito seja exercido.


RP: As crianças de hoje ainda sabem brincar? Elas não estão muito presas nas telas, nas redes sociais?


RE: Eu acho que é inerente da criança saber brincar. Eu posso dizer bem, eu tenho duas filhas de três anos e elas brincam o tempo todo. O tempo todo dentro de um apartamento com pobres ofertas de lugares para levar. O parque da Peppa Pig no Shopping Bourbon. Coisas desse tipo tem milhões, agora espaços públicos para convívio social, mútuo, diferentes fases sociais convivendo junto, pais, cuidadores, mães, filhos. Isso é muito pobre na cidade. A gente fala muito no filme. O filme tem um exemplo de um lugar na periferia de São Paulo, mas eu moro no centro e também não tenho grandes ofertas. É muito ruim o que São Paulo oferece para crianças e uma cidade para crianças.


RP: Você acredita que existem graves consequências para uma criança que não brinca futuramente, quando adulta?


RE: Não sou especialista nisso, só posso dizer no lugar de pai. Acho que sim. Eu sou de uma geração, sou dos anos 70, sou de uma geração que a gente brincava na rua, né? Eu acho que isso que você falou de as crianças hoje em dia serem muito presas até elas e dispositivos desse tipo, a gente vai ver no futuro, como prejudicial. É isso, mas a vocação do brincar para criança é natural, é a coisa mais natural que tem.

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