top of page

[CRÍTICA] Lilo & Stitch (2025): uma odisseia de afeto e identidade que transcende gerações

  • Foto do escritor: Manu Cárvalho
    Manu Cárvalho
  • há 5 dias
  • 3 min de leitura

LUZ, CÂMERA, CRÍTICA! — Por Manu Cárvalho


Lilo & Stitch
Lilo & Stitch - Divulgação/Disney

Quando pensamos em histórias que tocam a alma, aquelas que permanecem guardadas no coração, Lilo & Stitch surge como um marco cultural desde sua estreia original, há mais de duas décadas. Agora, em 2025, a Disney nos presenteia com uma releitura em live-action que não só reaviva a magia da animação clássica, mas também amplia seus significados para uma nova geração. Dirigido por Dean Fleischer Camp, este novo capítulo convida o público a revisitar temas universais — pertencimento, família, aceitação — com uma sensibilidade contemporânea e uma homenagem sincera à cultura havaiana.


Ao olhar para a tela, é impossível não sentir um calor familiar e ao mesmo tempo uma pulsação fresca que traz um brilho especial à narrativa. Maia Kealoha assume o papel de Lilo, trazendo para a personagem uma autenticidade vibrante e um olhar que mistura curiosidade, tristeza e determinação. Já Sydney Elizabeth Agudong, como Nani, consegue representar a força e a vulnerabilidade da irmã mais velha que, diante das adversidades, mantém a família unida. E Chris Sanders, retornando como a voz de Stitch, dá vida ao alienígena com uma energia que é tanto travessa quanto profundamente cativante.


A história, em sua essência, permanece intacta: uma menina solitária que encontra na criatura extraterrestre um amigo improvável, formando um elo que desafia a lógica e as expectativas. Mas é no tratamento desse laço, nas nuances emocionais e nos detalhes culturais que o filme ganha dimensão e ressoa com o espectador. Não é apenas um filme para crianças — é um convite para que todos nós, independentemente da idade, nos lembremos do poder transformador do amor e da empatia.


Lilo & Stitch
Lilo & Stitch - Divulgação/Disney

A direção de Fleischer Camp é delicada e, ao mesmo tempo, assertiva. Ele não teme mergulhar nas camadas mais densas dos personagens, nem perde a leveza necessária para que momentos de humor e ternura se entrelacem de forma orgânica. A cinematografia valoriza o cenário natural do Havaí, trazendo não só a beleza das paisagens, mas também uma celebração da cultura local, com cores, sons e ritmos que compõem um ambiente imersivo. A trilha sonora, que mescla clássicos inesquecíveis e novas composições, se torna uma extensão do coração do filme, embalando as emoções de forma magistral.


É fácil se perder em comparações com a versão animada — e inevitável, para os fãs, reviver aquelas memórias afetivas. Mas aqui, o que se destaca é a coragem de dar voz e rosto reais a uma história que sempre teve um toque quase mágico, justamente por sua simplicidade e verdade. Lilo & Stitch (2025) não tenta reinventar o conto, mas o aprofunda, abraçando seus temas com uma maturidade que respeita tanto o público original quanto os que chegam agora.


Para quem conhece a jornada de Lilo, assistir a essa nova versão é como reencontrar um amigo querido que, mesmo com o passar dos anos, continua a nos entender de forma profunda. E para quem nunca viu o filme antes, é uma oportunidade de se encantar com personagens que desafiam o isolamento, que encontram força na união e que nos lembram que a verdadeira família não é apenas aquela de sangue, mas aquela que escolhemos para caminhar conosco.


Lilo & Stitch
Lilo & Stitch - Divulgação/Disney

Há também um valor inestimável na forma como o filme aborda as diferenças — sejam elas culturais, pessoais ou interespécies. Stitch, em sua essência alienígena e caótico, é o espelho do outsider que busca aceitação. Lilo, com sua inocência e resiliência, nos guia por essa jornada, mostrando que o amor é capaz de transformar até os corações mais improváveis. Essa mensagem, tão simples e profunda, é o que torna a experiência tão rica e necessária em tempos onde o entendimento do outro é mais urgente do que nunca.


Assistir a “Lilo & Stitch” é mergulhar em uma narrativa que fala diretamente ao coração, convidando o espectador a refletir sobre quem somos e quem escolhemos ser, em um mundo onde o senso de pertencimento pode ser o mais precioso dos tesouros.


Por fim, o que fica é uma sensação de esperança. Esperança de que histórias como essa, que combinam aventura, humor e emoção com uma profunda humanidade, continuem a ser contadas, revisitadas e amadas. Seja para as crianças que descobrem a magia pela primeira vez, seja para os adultos que redescobrem o poder do afeto e da aceitação.


⭐ NOTA: 4,7 de 5 estrelas




Commentaires

Noté 0 étoile sur 5.
Pas encore de note

Ajouter une note
bottom of page