Doja Cat crítica cultura dos números: "Streams não definem qualidade musical"
- Yuri Barretto
- 15 de mai.
- 3 min de leitura

Nos dias de hoje, a música parece mais uma corrida por números do que uma expressão artística.
Em meio a esse cenário, a cantora e rapper Doja Cat levantou uma questão que incomoda muitos artistas, mas que poucos têm coragem de vocalizar: o sucesso de uma música deve mesmo ser medido pela quantidade de streams?
Conhecida por hits como "Say So", "Woman" e "Paint the Town Red", Doja Cat se tornou uma figura influente não apenas pelo talento musical, mas também por sua autenticidade e disposição em falar o que pensa — mesmo que isso incomode parte da indústria.
Crítica direta à lógica dos algoritmos

Durante uma série de postagens nas redes sociais, Doja fez duras críticas à forma como a qualidade musical tem sido avaliada atualmente.
“Só porque uma música tem bilhões de reproduções não significa que ela seja boa de verdade”, escreveu.
Para ela, o valor artístico de uma obra vai muito além dos gráficos de plataformas como Spotify e Apple Music.
A artista defende que o excesso de foco em métricas pode sufocar a criatividade.
“As pessoas estão escrevendo para o algoritmo, e não para o coração. Estão produzindo para o TikTok, e não para o álbum”, disse, em tom de lamento.
A indústria versus a arte

O desabafo de Doja Cat escancara uma tensão cada vez mais presente na indústria musical: a disputa entre a autenticidade artística e a pressão por desempenho digital.
Em um ambiente onde gravadoras monitoram números em tempo real e artistas são cobrados por viralizar, há pouco espaço para experimentação ou ousadia.
Segundo ela, músicas que fogem do padrão comercial ou que apostam em propostas mais conceituais muitas vezes são ignoradas, simplesmente porque não geram os números esperados.
“A qualidade virou sinônimo de popularidade, e isso é perigoso”, alertou.
Conexão verdadeira ou consumo rápido?

A crítica vai além da indústria e também convida o público a refletir. Doja Cat incentiva seus fãs a escutarem música com mais atenção, buscando conexão emocional e artística — não apenas aquilo que está no topo das paradas.
“Nem todo hit é uma boa música. E nem toda boa música vai ser um hit”, afirmou. A fala ressoou entre outros artistas e fãs, que compartilharam a publicação como um chamado à escuta mais consciente.
Reflexo de um problema maior

O desabafo de Doja Cat não é apenas uma crítica isolada, mas o reflexo de uma mudança cultural. Em uma era em que tudo é medido por curtidas, views e engajamento, a arte corre o risco de ser reduzida a performance.
Ela levanta uma pergunta essencial: Será que estamos deixando de lado músicas incríveis simplesmente porque não apareceram no algoritmo?
Um convite à escuta intencional
Com sua sinceridade afiada e visão crítica, Doja Cat não só provocou a indústria, mas também nos lembrou de algo essencial: ouvir música é, acima de tudo, uma experiência humana. É sobre sentir, refletir, se identificar.
Talvez seja hora de desacelerar, tirar os fones do automático e perguntar: o que essa música me faz sentir? Porque, no fim das contas, a verdadeira qualidade não está nos números — está na conexão que a arte é capaz de criar.
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