Elon Musk, Trump e o gesto que sacudiu as redes: aceno ou provocação histórica
- Da redação
- 21 de jan.
- 3 min de leitura
Bilionário é acusado de fazer saudação nazista em discurso, gerando debates inflamados e repercussões globais

Poucas figuras no mundo atual conseguem concentrar tanta atenção – e polêmica – quanto Elon Musk. Desta vez, o bilionário, CEO de empresas como Tesla e SpaceX e agora aliado próximo de Donald Trump, encontra-se no centro de uma controvérsia de proporções históricas. Durante um discurso na Capital One Arena, em Washington D.C., Musk fez um gesto que muitos interpretaram como uma saudação nazista, provocando uma enxurrada de críticas e reflexões sobre os limites da liberdade de expressão e a ascensão de símbolos extremistas na sociedade contemporânea.
Elon Musk e O Gesto que Parou a Internet
O episódio ocorreu durante a celebração da posse de Donald Trump, que retornou à presidência dos Estados Unidos. Musk, no palco, agradecia à plateia: "Meu coração vai para vocês. É graças a vocês que o futuro da civilização está garantido." Enquanto falava, colocou a mão direita sobre o coração e, em seguida, estendeu o braço direito para frente, repetindo o movimento para os espectadores atrás de si.
Imediatamente, as redes sociais foram tomadas por vídeos do gesto, com usuários apontando semelhanças inquietantes com o sieg heil, a infame saudação nazista. Figuras como a historiadora Claire Aubin e Ruth Ben-Ghiat, especialista em fascismo, não hesitaram em chamar atenção para a gravidade da situação.
"Minha opinião profissional é que vocês estão certos; devem acreditar no que veem", escreveu Aubin no X (antigo Twitter). Já Ben-Ghiat afirmou: "Foi uma saudação nazista – e uma bem agressiva, inclusive."
Defesas e Acusações
Andrea Stroppa, um dos confidentes de Musk, ofereceu uma explicação diferente, alegando que o gesto foi um ato emocional, mal interpretado. "Elon é autista e expressava seus sentimentos ao dizer: 'Quero dar meu coração a vocês'. Ele não gosta de extremistas!" Stroppa, porém, enfrentou críticas por apagar um vídeo do discurso que havia compartilhado com a legenda “O Império Romano está de volta”.
A Liga Antidifamação (ADL), organização de combate ao antissemitismo, tentou amenizar a situação: “Parece que Elon Musk fez um gesto desajeitado em um momento de entusiasmo, e não uma saudação nazista.”
Entre a Liberdade de Expressão e o Simbolismo Histórico
O gesto de Musk reacende debates sobre a responsabilidade de figuras públicas no uso de gestos e palavras que remetem a momentos sombrios da história. A saudação romana, amplamente associada ao fascismo de Mussolini e ao nazismo de Hitler, é um símbolo carregado de significados violentos, especialmente em um momento de ascensão de partidos de extrema-direita em várias partes do mundo.
Musk, que já expressou apoio a movimentos de direita como o partido alemão AfD e o britânico Reform UK, enfrenta crescente escrutínio por suas posições políticas e alianças estratégicas. Seu envolvimento com o governo Trump também levanta questões sobre o impacto que ele pode ter em decisões de política pública, especialmente em áreas como imigração e direitos civis.
A Sociedade e Seus Reflexos
Este episódio é mais do que uma polêmica individual. Ele reflete um momento de tensões globais, em que discursos extremistas ganham espaço e símbolos históricos ressurgem em contextos novos – e assustadores.
Os defensores de Musk podem argumentar que o bilionário foi vítima de uma interpretação equivocada. Seus críticos, porém, veem o gesto como parte de um padrão maior, onde a banalização de símbolos fascistas se torna uma tática política.
O Futuro de Musk e da Política Global
A história de Elon Musk continua sendo escrita, agora com um capítulo que levanta mais perguntas do que respostas. Enquanto o bilionário navega entre inovação tecnológica e controvérsias políticas, o impacto de suas ações vai muito além das redes sociais.
Neste cenário, cabe a nós, como sociedade, refletir sobre o que toleramos, celebramos ou rejeitamos. Afinal, como dizia o filósofo George Santayana: "Aqueles que não conseguem lembrar o passado estão condenados a repeti-lo."
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