"Eu errei, mas não sou bandido": Oruam anuncia que vai se entregar após mandado de prisão
- Da redação
- 22 de jul.
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O rapper Oruam, nome artístico de Mauro Davi Nepomuceno dos Santos, anunciou que vai se entregar à Justiça do Rio de Janeiro nos próximos dias. O comunicado foi feito por ele mesmo nas redes sociais, pouco antes de sua conta desaparecer do Instagram, após a emissão de um mandado de prisão preventiva pela Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE), que o indiciou por sete crimes.
“Eu errei. Desculpa aí todo mundo, vou provar para vocês que não sou bandido”, declarou o artista, em um vídeo publicado pouco antes de sair do ar. A declaração emocionada veio acompanhada de um pedido de voto de confiança:
“Vou dar a volta por cima e depois vou vencer através da minha música”.
O clima, no entanto, é de tensão. Oruam está sendo investigado por tráfico de drogas, associação ao tráfico, resistência qualificada, desacato, dano ao patrimônio, ameaça e lesão corporal. A Polícia Civil afirma que a casa do cantor se tornou um ponto de apoio para foragidos da Justiça — incluindo “Menor Piu”, adolescente ligado a lideranças do Comando Vermelho, que escapou de uma operação da DRE com suposta ajuda de Oruam.
Além disso, imagens anexadas ao inquérito mostram o artista em encontros com nomes de alto escalão do crime organizado no Rio de Janeiro, como Edgar Alves de Andrade, o “Doca”, e Antônio Ilário Ferreira, o “Rabicó”, apontado como um dos chefes do CV no Complexo do Salgueiro, em São Gonçalo.
Oruam: Violência institucional ou envolvimento com o crime?

Enquanto parte da mídia já condena o rapper, Oruam afirma que foi vítima de abuso policial. “Fomos insultados, xingados e agredidos. Isso não é Justiça”, disse em uma postagem anterior.
A linha tênue entre a atuação policial e a repressão à cultura da favela volta a ser pauta quente. O caso de Oruam aprofunda o debate sobre a seletividade penal e o estigma que recai sobre artistas oriundos das periferias, especialmente do universo do funk e do rap.
Por enquanto, o artista segue foragido — mas, se cumprir o que disse, deve se entregar em breve. A pergunta que fica é: estamos diante de um criminoso ou de mais um alvo da criminalização da cultura periférica?
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