Louis Vuitton lança campanha masculina outono/inverno 2025 com Pharrell Williams e NIGO no Japão

Por Manu Cárvalho

Reprodução /Louis Vuitton - Edição Manu Cárvalho

Na última terça-feira (08), a Louis Vuitton apresentou ao mundo sua nova campanha masculina de outono/inverno 2025. Mais do que uma simples vitrine de peças luxuosas, a campanha representa um verdadeiro diálogo entre passado e presente — entre o requinte da tradição e a ousadia da cultura urbana.

A coleção é assinada por dois nomes que há tempos vêm moldando a estética da moda masculina contemporânea: Pharrell Williams, diretor criativo das linhas masculinas da Louis Vuitton, e NIGO, estilista e empresário japonês conhecido por sua influência no streetwear global.

Ambos mergulham nesta colaboração com o olhar voltado para suas origens — não apenas culturais, mas também afetivas e criativas. A palavra “amizade” guia a proposta, como um fio condutor que costura as diferentes camadas que compõem essa coleção única.

O cenário: surrealismo e contemplação no Japão

A campanha foi fotografada por Harley Weir, renomada fotógrafa de moda britânica, em um local tão intrigante quanto simbólico: o Site of Reversible Destiny, no Yoro Park, em Gifu, no Japão. O espaço, concebido pelos artistas Shusaku Arakawa e Madeline Gins, é conhecido por suas formas geométricas excêntricas e sua proposta filosófica de desafiar a percepção humana.

É nesse cenário quase onírico que as peças ganham vida. Cores terrosas, tecidos estruturados, alfaiataria reinterpretada, bordados delicados e referências diretas à estética japonesa tradicional se misturam ao visual urbano contemporâneo que consagrou Pharrell e NIGO como ícones de estilo.

O resultado? Uma fusão sofisticada entre o dandismo europeu, os uniformes clássicos japoneses, e o DNA do streetwear que definiu gerações.

Quando moda vira manifesto

Mais do que roupas, a coleção apresenta uma ideia: a de que o estilo é um espelho da memória. Ao unir elementos históricos com a liberdade criativa do presente, Pharrell e NIGO lançam um olhar profundo sobre como nossas experiências — culturais, pessoais e artísticas — moldam o modo como nos vestimos e como nos apresentamos ao mundo.

Não à toa, cada look parece contar uma história. Casacos longos com detalhes bordados fazem referência aos trajes cerimoniais japoneses. Blazers desconstruídos com lapelas assimétricas evocam o dandismo vitoriano. Camisas com estampa de lenço e calças amplas ecoam a linguagem do hip hop e da cena urbana dos anos 2000. Tudo isso permeado por tecidos nobres e cortes meticulosos, mantendo o rigor técnico que é assinatura da Louis Vuitton.

Pharrell + NIGO: uma união de gerações e territórios

Essa não é a primeira vez que Pharrell Williams e NIGO colaboram — sua relação artística remonta à virada do milênio, quando juntos fundaram a icônica marca Billionaire Boys Club. Agora, sob o guarda-chuva da Louis Vuitton, a parceria assume uma nova camada de maturidade e profundidade.

Ambos seguem fiéis às suas raízes, mas demonstram também um desejo de construir pontes — entre continentes, entre épocas, entre mundos distintos que, através da moda, encontram harmonia.

“A ideia de tempo nesta coleção é sobre continuidade, não sobre ruptura”, teria dito Pharrell em bastidores da campanha. “É sobre levar adiante o que já fomos e colocar isso em diálogo com o que somos agora.”

Reações e impacto

Como era de se esperar, a campanha já está movimentando as redes sociais e o mercado da moda. Especialistas destacam a habilidade da dupla em equilibrar o vanguardismo com o respeito à tradição, criando uma narrativa visual impactante que valoriza tanto a estética quanto o conteúdo simbólico das peças.

Os fãs, por sua vez, celebram o retorno dessa parceria — agora potencializada pelo respaldo de uma das maiores maisons do planeta. Com lançamentos previstos para lojas selecionadas da Louis Vuitton a partir de setembro, a coleção promete ser um dos grandes marcos da temporada.

Moda como elo entre arte, memória e identidade

A nova campanha da Louis Vuitton deixa claro que vestir-se pode (e deve) ser um ato de expressão profunda. Entre as lentes de Harley Weir e o olhar criativo de Pharrell e NIGO, a marca apresenta não apenas uma nova coleção, mas uma declaração: a moda pode ser memória, arte, afeto — e amizade.

Num mundo acelerado, onde as tendências mudam em questão de dias, essa coleção convida à contemplação. A caminhar com estilo — mas também com significado.

Seja nas ruas de Tóquio ou nas passarelas de Paris, o futuro da moda masculina passa por aqui.