Por Manu Cárvalho
Após a despedida como James Bond, Daniel Craig retorna às telas em Queer, dirigido por Luca Guadagnino, cineasta aclamado por obras como Me Chame Pelo Seu Nome. Inspirado no romance homônimo de William S. Burroughs, o filme mergulha nas complexidades do desejo, solidão e da incessante busca por conexão humana.
Uma jornada emocional e provocativa
Ambientado na Cidade do México nos anos 1950, Queer acompanha William Lee (Daniel Craig), um expatriado que se envolve na vibrante boemia local. Na trama, Lee se apaixona por Eugene Allerton (interpretado por Drew Starkey), embarcando com ele em uma jornada pelo interior do México que explora os limites entre amor, obsessão e redenção pessoal.
Craig entrega uma performance visceral, já considerada uma das melhores de sua carreira. Sua atuação rendeu o prêmio de Melhor Ator pelo National Board of Review e uma indicação ao Globo de Ouro 2025. Drew Starkey, por sua vez, confere profundidade e mistério ao personagem Allerton, cuja relação com Lee desafia as normas sociais da época.
A marca de Luca Guadagnino
Conhecido por sua estética apurada, Guadagnino dá ao filme uma abordagem sensual e introspectiva, explorando não apenas os conflitos internos dos personagens, mas também o contexto cultural que os envolve. A Cidade do México se transforma em um elemento vivo, moldando as interações e tensões entre os protagonistas.
Embora elogiado por sua ousadia narrativa, Queer dividiu opiniões. Parte da crítica considerou o ritmo excessivamente contemplativo, com algumas sequências descritas como desconexas. No entanto, a abordagem poética e os temas provocativos garantiram o reconhecimento da obra como uma das mais relevantes do cinema LGBTQIA+ contemporâneo.
Recepção e relevância cultural
O filme estreou no Festival de Veneza, destacando-se em uma seleção de narrativas politicamente engajadas. Desde então, recebeu diversos prêmios e indicações:
National Board of Review:
Vencedor em "Melhores Filmes do Ano".
Daniel Craig foi premiado como "Melhor Ator".
Globo de Ouro 2025:
Indicado na categoria "Melhor Ator em Filme – Drama" (Daniel Craig).
Festival de Veneza:
Indicado ao Leão de Ouro e ao Queer Lion.
No Rotten Tomatoes, o filme registra 76% de aprovação, enquanto no Metacritic alcança uma média de 72/100. Críticos como Peter Bradshaw, do The Guardian, elogiaram a atuação "generosa e vulnerável" de Craig, destacando-a como um dos pontos altos da produção.
Trilha sonora e curiosidades de produção
A trilha sonora, composta por Trent Reznor e Atticus Ross, inclui a canção "Vaster than Empires", interpretada por Reznor e Caetano Veloso. Outra faixa marcante é "Te Maldigo", performada por Omar Apollo, que também atua no longa.
Um fato curioso das filmagens foi o uso de borra de café para suavizar o solo em uma cena onde Craig e Starkey rolam sobre cascalho. Segundo o ator, a experiência resultou em uma dose extra de energia, já que a cafeína foi absorvida pela pele durante a gravação.
Disponibilidade no Brasil
Queer estreou nos cinemas brasileiros em 12 de dezembro de 2024, distribuído pela MUBI. Com uma narrativa intensa e performances marcantes, o longa promete continuar gerando debates e encantando espectadores que buscam histórias profundas e provocativas.
Por que assistir?
Para quem aprecia narrativas que exploram as complexidades do amor, solidão e identidade, Queer é um convite à reflexão. Com Daniel Craig em um dos papéis mais transformadores de sua carreira e a assinatura artística de Luca Guadagnino, o filme reafirma seu lugar como um marco nas histórias queer no cinema contemporâneo. 🎥 Assista ao trailer aqui
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