Reality em crise? “Power Couple Brasil” volta com força, mas preocupa Record com falta de patrocinadores
- Da redação
- 5 de mai.
- 2 min de leitura
Por Edno Mariano

A cena é familiar: casais famosos testando o amor em provas desafiadoras, câmeras por todos os lados e o público acompanhando cada detalhe como se fizesse parte da relação. “Power Couple Brasil”, reality da Record TV que aposta na convivência e nos conflitos do cotidiano a dois, está de volta. E a 7ª temporada já chegou causando burburinho – tanto nas redes sociais quanto nos bastidores da emissora.
Estreou, na terça-feira, 29, e surpreendeu positivamente. Bem recebida pelo público, a edição figurou entre os assuntos mais comentados da noite no X (antigo Twitter), e teve uma boa avaliação geral, sobretudo pelo carisma dos novos apresentadores: o casal Rafa Brites e Felipe Andreoli. Juntos desde 2011, os dois assumem pela primeira vez o comando de um programa. E a química funcionou: leveza, interação espontânea e um tom acolhedor marcaram a primeira noite da dupla.
Mas nem tudo são flores no jardim do amor. Internamente, a Record está com o sinal de alerta ligado. Isso porque, mesmo com a boa repercussão inicial, Power Couple só conseguiu fechar contrato com um único patrocinador até agora. Um número preocupante para um formato que depende – e muito – da presença das marcas para se manter financeiramente atrativo e competitivo.
A falta de apoio comercial escancara um desafio maior: o desgaste dos realities na TV aberta. Após o fracasso de audiência de “A Grande Conquista”, também da Record, o canal apostava no Power Couple como uma cartada para recuperar prestígio e retorno financeiro. No entanto, o atual cenário do entretenimento televisivo é desafiador – e não só para a Record.
A Globo, por exemplo, amargou um dos piores inícios de temporada da história do Big Brother Brasil. A edição de número 25, que estreou este ano, registrou média de apenas 16 pontos na Grande São Paulo durante a primeira semana – uma queda de 25% em relação à temporada anterior. O recado do público parece claro: o modelo de confinamento e competição já não é mais tão atrativo, principalmente frente à oferta massiva de conteúdos sob demanda e plataformas digitais.
Mas nem tudo está perdido. A nova edição do Power Couple Brasil promete trazer provas mais intensas, dinâmicas renovadas e uma dose maior de entretenimento estratégico, com foco em gerar identificação e engajamento. A emissora também aposta no carisma dos participantes e na conexão real entre eles como diferencial competitivo frente a tantos formatos saturados.
Enquanto o público decide se vai se envolver ou não com mais essa jornada amorosa diante das câmeras, a Record corre contra o tempo para atrair anunciantes e garantir a sustentabilidade do programa. Afinal, sem patrocinador, o show pode até continuar – mas por quanto tempo?
A pergunta que fica é: em tempos de streaming, inteligência artificial e consumo on-demand, será que ainda há espaço para realities na TV tradicional? Por ora, a resposta pode estar nos olhos do casal Rafa e Felipe – e na fidelidade de um público que, embora exigente, ainda torce por histórias de amor que enfrentam o caos juntos, ao vivo, em rede nacional.
Para quem acompanha o universo da mídia e da cultura pop, Edno Mariano é o responsável pelo podcast “EdinhoTáOn”.
Você ainda assiste realities na TV ou migrou de vez para as plataformas digitais?