Setembro Amarelo: quando o corpo e a mente pedem atenção
- Da redação
- 12 de set.
- 2 min de leitura
Setembro é o mês em que se fala sobre saúde mental e prevenção do suicídio, mas, mais do que datas, a reflexão precisa acontecer o ano todo. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o suicídio é uma das principais causas de morte entre jovens no mundo, independentemente da condição socioeconômica. Transtornos de saúde mental, como ansiedade e depressão, estão entre os problemas mais prevalentes e são considerados a segunda maior causa de incapacidade a longo prazo, comprometendo qualidade de vida e bem-estar.

E, ainda assim, falar sobre isso segue sendo tabu. Muitas vezes, negligenciamos a própria mente enquanto cuidamos do corpo, sem perceber que eles estão profundamente conectados.
“Muitos distúrbios psicológicos podem estar relacionados às condições ginecológicas. Precisamos falar sobre isso, não só em setembro, mas o ano inteiro. Não é possível pensar em saúde sem considerar a mente”, afirma Dr. Thiers Soares, especialista em miomas, adenomiose e endometriose.
Corpo e mente: uma conexão invisível
Da primeira menstruação até a menopausa, o corpo feminino passa por mudanças contínuas. E algumas delas podem afetar a mente de forma significativa. Do transtorno disfórico pré-menstrual à depressão perinatal e à depressão perimenopáusica, há períodos em que alterações hormonais e fisiológicas tornam as mulheres mais vulneráveis a sintomas depressivos e de ansiedade.
Doenças ginecológicas, como endometriose, menopausa precoce, ovário policístico e miomas, não impactam apenas o corpo. Elas interferem na vida pessoal, profissional e afetiva, muitas vezes gerando isolamento, medo e sofrimento psicológico. Para quem convive com essas condições, o impacto emocional é real, diário e profundo.
“Quando diagnosticamos uma condição ginecológica, também precisamos olhar para a saúde mental da paciente. Negligenciar essa relação pode comprometer não só o tratamento, mas a vida da mulher”, explica Soares.
Doenças ginecológicas que afetam a mente
Endometriose: condição inflamatória em que o tecido endometrial se espalha para outros órgãos. A dor crônica e a dificuldade para engravidar podem desencadear ansiedade e depressão.
Menopausa precoce: ocorre quando os ovários param de produzir óvulos antes dos 40 anos. A queda no estrogênio causa alterações de humor, falta de disposição e pode desencadear depressão.
Miomas: tumores benignos que causam sangramento intenso e cólicas. Em casos graves, é necessário realizar histerectomia, mesmo em mulheres que desejam engravidar, provocando sofrimento emocional e psicológico.
A importância do cuidado precoce
A prevenção é sempre o primeiro passo. Segundo o especialista, buscar um ginecologista capacitado é fundamental. “O medo de um diagnóstico ruim faz muitas mulheres adiarem consultas, mas o diagnóstico precoce aumenta muito as chances de sucesso no tratamento. Um profissional qualificado sabe orientar, acolher e garantir que corpo e mente caminhem juntos no cuidado.”
A saúde ginecológica e mental estão entrelaçadas. Ignorar uma pode comprometer a outra, criando um ciclo silencioso de sofrimento que poderia ser prevenido.
Refletindo o setembro amarelo...
O Setembro Amarelo nos lembra que cuidar da mente é tão essencial quanto cuidar do corpo. Não é vergonha procurar ajuda, nem sinal de fraqueza; é um ato de coragem e amor próprio. Estamos prontas para escutar nossos corpos e mentes antes que seja tarde, ou vamos continuar permitindo que dor e medo determinem nossas histórias?
No fim, a saúde não é apenas ausência de doença: é equilíbrio, acolhimento e presença plena na própria vida.
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