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Donald Trump ameaça países alinhados ao BRICS com nova tarifa de 10%

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    Emänoelly Rozas
  • 8 de jul.
  • 3 min de leitura

Por Manu Cárvalho


Donald Trump
Reprodução/Jim Watson/AFP

Em um momento delicado para a diplomacia internacional, o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, reacendeu o debate sobre protecionismo econômico ao anunciar, neste domingo (6), que pretende impor uma tarifa adicional de 10% sobre todos os países que, segundo ele, "se alinharem às políticas antiamericanas do BRICS".


O anúncio foi feito na plataforma Truth Social, rede social de Trump, e repercutiu rapidamente entre líderes mundiais, economistas e analistas políticos. Apesar do tom incisivo, o ex-presidente não especificou quais países seriam afetados, tampouco o que seriam consideradas políticas “antiamericanas”.


O que está por trás da declaração?

A fala de Trump vem logo após a mais recente cúpula do BRICS, grupo de nações emergentes formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, que hoje conta também com Egito, Irã, Etiópia e Emirados Árabes Unidos. O bloco, que representa cerca de 40% da população mundial e mais de 30% do PIB global, tem discutido alternativas ao sistema econômico dominado pelo dólar e reforçado laços de cooperação comercial e política.


Durante a cúpula mais recente, realizada no Rio de Janeiro, os líderes do grupo divulgaram uma carta conjunta em defesa do multilateralismo, criticando políticas protecionistas e defendendo a criação de mecanismos próprios de comércio e investimento — o que inclui, inclusive, debates sobre o uso de moedas locais em vez do dólar.


É nesse contexto que Trump lançou sua ameaça tarifária, sem deixar claro se a medida seria aplicada automaticamente a todos os países membros do BRICS ou apenas àqueles que, na sua visão, adotarem posturas hostis aos interesses dos Estados Unidos.


Reações iniciais e incertezas

A mensagem postada por Trump foi direta:

“Qualquer país que se alinhar às políticas antiamericanas do BRICS será alvo de uma tarifa adicional de 10%. Não haverá exceções a essa política.”

A declaração rapidamente gerou inquietação entre analistas econômicos. Especialistas apontam que essa medida, caso implementada, pode levar a uma nova onda de tensões comerciais — semelhante à guerra tarifária iniciada durante seu mandato em 2018, que impactou fortemente o comércio com a China e afetou a economia global.


Até o momento, não houve um posicionamento oficial do atual governo dos Estados Unidos sobre a ameaça de Trump. O presidente Joe Biden, em campanha pela reeleição, evita comentar diretamente as declarações do rival republicano, mas fontes da Casa Branca afirmaram que “não há qualquer plano formal nesse sentido no governo atual”.


As consequências possíveis de uma tarifa emergencial

Embora Trump não esteja no poder, seu posicionamento tem influência real sobre o cenário político americano, especialmente entre o eleitorado republicano e investidores. A simples menção a novas tarifas pode impactar mercados e afetar decisões comerciais.


Além disso, a ameaça deixa em alerta países que mantêm relações próximas com o BRICS — como Argentina, Indonésia e Arábia Saudita, que participam como observadores ou candidatos a adesão ao grupo. Para esses países, a possível sanção americana levanta uma questão delicada: até que ponto será possível manter uma política externa independente sem sofrer retaliações comerciais dos EUA?


BRICS: de alternativa a alvo

O fortalecimento do BRICS nos últimos anos tem sido visto por muitos como uma tentativa de equilibrar o poder global, especialmente diante das crises geopolíticas provocadas por guerras, disputas comerciais e mudanças no tabuleiro econômico internacional.


Para os países do bloco, as ações recentes de cooperação — como o desenvolvimento de um banco próprio e discussões sobre uma moeda alternativa — são tentativas legítimas de se libertar de uma dependência histórica do dólar e dos grandes centros financeiros ocidentais.


A reação de Trump, nesse sentido, pode ser lida como um movimento de contenção, tentando dissuadir países de seguir esse caminho de independência geopolítica e econômica.


Um sinal de campanha ou uma proposta real?

Com a proximidade das eleições presidenciais americanas de 2026, a fala de Trump pode também ser interpretada como parte de sua estratégia de campanha. O ex-presidente tem usado temas como imigração, segurança e comércio internacional para mobilizar sua base, especialmente em estados industriais.


Ainda assim, o uso de uma retórica tão dura pode ter efeitos colaterais importantes, inclusive para a imagem dos Estados Unidos em fóruns multilaterais e nas relações com aliados estratégicos.


O mundo em alerta

A possível imposição de tarifas a países alinhados ao BRICS representa mais do que uma disputa comercial. É um sinal claro de que os EUA, pelo menos na visão de Trump, estão dispostos a endurecer suas posturas em relação à crescente influência dos países emergentes.


Enquanto isso, a comunidade internacional observa com atenção os desdobramentos — na expectativa de que o bom senso e o diálogo prevaleçam sobre ameaças e sanções. Afinal, em tempos de instabilidade global, o equilíbrio entre cooperação e concorrência nunca foi tão necessário.


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