top of page

Você carrega um trauma — e nem sabe

  • Foto do escritor: Da redação
    Da redação
  • 20 de mai.
  • 3 min de leitura

Como experiências passadas podem estar sabotando sua vida hoje (e o que fazer para virar esse jogo)


Você carrega um trauma — e nem sabe

Você já sentiu um frio na barriga só de ouvir uma música? Ou ficou paralisado diante de uma situação que nem parecia tão ameaçadora assim, mas que, por algum motivo, te desmontou? Pois é. Supostamente era só mais um dia comum. Mas seu corpo, seu coração, sua história… disseram outra coisa.

E se eu te contar que isso pode ser um trauma emocional agindo nas sombras da sua mente?

Calma. Respira. Isso não quer dizer que você está “quebrado” ou que tem algo de errado com você. Significa, apenas, que algo aí dentro precisa ser olhado com mais carinho.

Afinal, o que é um trauma emocional?

Esqueça por um instante a ideia de que trauma é só aquele evento catastrófico que vemos em filmes ou manchetes. Sim, abusos, violências e perdas profundas deixam marcas. Mas traumas podem ser mais sutis — e igualmente poderosos.

A psicóloga Cristiane Pertusi, referência nacional em EMDR (Dessensibilização e Reprocessamento por Movimentos Oculares), explica que vivências como bullying, críticas constantes, abandono afetivo e até comparações na infância são capazes de gerar respostas emocionais duradouras.

“O trauma é como um arquivo que o cérebro não conseguiu organizar. Ele trava, e começa a interferir em nossas emoções e decisões de maneira inconsciente.”

Você sabia que segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), uma em cada cinco pessoas vai sofrer com transtornos mentais ao longo da vida? E pasme: a maioria dessas questões tem raízes em traumas não tratados.

Sinais de que você pode estar vivendo com um trauma sem saber:

  • Ansiedade que aparece “do nada”

  • Medo irracional de rejeição ou abandono

  • Raiva explosiva ou apatia emocional

  • Procrastinação crônica (quem nunca?)

  • Dores físicas persistentes sem diagnóstico médico

  • Sensação de estar sempre “à beira de algo ruim”

E se você se identificou com algum desses sintomas, não precisa surtar. Significa que está prestando atenção. E isso já é o primeiro passo para a cura.

O que é EMDR e por que todo mundo anda falando sobre isso?

Criado nos Estados Unidos e reconhecido por organismos internacionais, como a própria OMS, o EMDR é um tipo de terapia revolucionária. Por meio de estímulos bilaterais — como movimentos oculares guiados, toques ou sons —, a técnica ajuda o cérebro a “atualizar” memórias traumáticas. Sim, como se você pudesse reescrever os arquivos que ficaram corrompidos pelo medo.

“O EMDR não apaga o que aconteceu. Mas permite que a pessoa reprocessse aquela lembrança com os recursos que tem hoje. E isso muda tudo: a emoção ligada ao trauma se dissolve, e a vida começa a fluir”, explica a Dra. Cristiane.

O método tem sido eficaz em casos de:

  • Traumas de infância

  • Violência

  • Ansiedade generalizada

  • Fobias

  • Luto

  • Bloqueios emocionais

Muitos pacientes relatam melhora significativa logo nas primeiras sessões.

5 passos para começar a cuidar do que (ainda) dói

  1. Observe seus gatilhos:Situações que provocam reações exageradas ou desproporcionais geralmente estão ligadas a feridas antigas.

  2. Valide sua história:Não importa se alguém disse que “foi bobagem”. Se doeu em você, então merece atenção.

  3. Procure ajuda especializada:A terapia é o espaço seguro onde as feridas se transformam em sabedoria. O EMDR pode ser uma ferramenta valiosa.

  4. Conecte-se com quem te acolhe:O trauma tende a nos isolar. Mas a cura começa no vínculo. Esteja com quem te vê de verdade.

  5. Pratique autocompaixão:Curar-se não é uma corrida. É uma dança com o tempo, o afeto e a coragem de não desistir de si mesmo.

Uma nova narrativa é possível

Você não precisa continuar vivendo sob a sombra de experiências que te feriram. E não precisa “dar conta” sozinho(a). Falar sobre traumas com leveza, informação e acolhimento é um ato de resistência e amor — e é por isso que escrevi este artigo como quem escreve uma carta.

Porque, supostamente, você só estava vivendo sua rotina…Mas, agora, talvez esteja prestes a entender por que algumas partes de você ainda não se sentem inteiras.E mais do que isso: como pode começar a se reconstruir com mais consciência, mais coragem e mais liberdade.

Pàhnorama Saúde é esse espaço: de escuta, de descobertas e de reconstrução.Porque a dor não precisa ser eterna. E a sua história ainda está sendo escrita.

*Se você precisa de apoio emocional, procure um psicólogo, um centro de saúde ou ligue para o CVV — 188 (Centro de Valorização da Vida)

E se quiser saber mais sobre EMDR, técnicas de regulação emocional ou cuidados com a mente, continue com a gente aqui na Revista Pàhnorama.

Comments

Rated 0 out of 5 stars.
No ratings yet

Add a rating
bottom of page