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[CRÍTICA] SUPERMAN (2025): UM VOO EMOCIONANTE QUE RENOVA A ESPERANÇA DO HERÓI

  • Foto do escritor: Emänoelly Rozas
    Emänoelly Rozas
  • 8 de jul.
  • 4 min de leitura

Atualizado: 9 de jul.

LUZ, CÂMERA, CRÍTICA! — Por Manu Cárvalho


SUPERMAN
Reprodução / Warner Bros. Pictures

Superman (2025), dirigido por James Gunn, representa um sopro de otimismo em um gênero saturado por heróis atormentados e tons sombrios. Sem recorrer a origens cansadas ou pretensões excessivas, o filme decide caminhar pela rota da simplicidade com propósito.


A escolha de David Corenswet para o papel-título se revela acertada desde sua primeira aparição em cena. Ele constrói um Superman ingênuo, bondoso, quase antiquado — e é exatamente essa inocência que dá ao personagem uma força renovada. Há algo de Clark Kent na própria estrutura do filme: gentil, idealista, com um coração grande demais para o mundo ao redor. Essa abordagem, apesar de parecer um risco, funciona porque Gunn nunca duvida da proposta. Ele não tenta modernizar o herói em excesso, apenas o apresenta com o frescor necessário para que possamos reencontrar nele aquilo que se perdeu ao longo de outras tentativas mais pesadas.


Rachel Brosnahan, como Lois Lane, é outro acerto fundamental. Sua presença traz equilíbrio e acidez à doçura de Clark. Brosnahan sabe ser firme sem perder o charme, e sua química com Corenswet é sutil, construída em olhares e trocas ágeis. A personagem não é reduzida a um interesse amoroso; ela é, de fato, uma força condutora da narrativa. Já Nicholas Hoult, como Lex Luthor, entrega um vilão mais frio e econômico. Sua versão do bilionário careca flerta com o apático em alguns momentos, mas sua composição ganha força nas entrelinhas — nas ameaças veladas, no controle calculado das palavras, e nos silêncios. Ainda assim, falta ao roteiro uma cena decisiva que o consagre como antagonista icônico. É como se o filme, ao optar por suavizar tanto seus tons, perdesse a chance de explorar contrastes mais nítidos entre herói e vilão.


SUPERMAN
Reprodução / Warner Bros. Pictures

O roteiro, aliás, é onde o longa vacila mais. Gunn evita o caminho da exposição cansativa, mas erra a mão ao tentar introduzir geopolítica e alegorias internacionais de forma rápida e superficial. A trama paralela envolvendo nações fictícias e interesses militares parece destoar do espírito leve do restante da produção, criando uma ruptura no ritmo. Além disso, a tentativa de dar ao filme um discurso sobre fronteiras e segurança global se dilui em diálogos explicativos que subestimam a inteligência do público. Felizmente, o longa se recupera ao focar no que faz melhor: cenas de ação bem coreografadas, efeitos visuais vibrantes e uma trilha sonora que acompanha cada batida emocional sem exagero. O design de produção aposta em cores vivas e ambientes ensolarados que contrastam com a paleta desbotada de tantas outras adaptações recentes.


É impossível não sentir o DNA de James Gunn pulsando por trás de cada escolha narrativa.


O humor, mesmo pontual, nunca soa deslocado. Há uma doçura quase infantil em certas situações — como o uso do cão Krypto em momentos decisivos — que resgata a essência dos quadrinhos sem cair no ridículo. O filme entende que Superman não precisa ser sarcástico ou torturado para ser relevante. Ele só precisa ser bom. E esse compromisso com a bondade é o que torna este capítulo tão especial. O elenco de apoio, embora apareça de forma breve, cumpre bem sua função. Jimmy Olsen tem seus momentos, Skyler Gisondo entrega carisma e os heróis secundários que surgem discretamente preparam terreno para o que virá. A DC parece ter aprendido que construir um universo leva tempo — e Superman respeita esse tempo.


Talvez o elemento mais bem resolvido do filme seja sua honestidade emocional. Não há cinismo. Gunn aposta que ainda existe um público disposto a acreditar que um homem pode voar, e o faz com ternura e entusiasmo. A cena final, com Superman observando o horizonte, sem precisar salvar o mundo ou encarar um apocalipse iminente, é simbólica: às vezes, o mais heroico que alguém pode fazer é simplesmente estar presente. Ainda há lacunas — principalmente no desenvolvimento do antagonismo e na articulação das subtramas políticas — mas o saldo final é notavelmente positivo. Superman não quer reinventar o gênero, apenas lembrar por que ele começou. E ao fazer isso com brilho, coração e confiança, o longa não apenas acerta em sua missão, como estabelece um terreno fértil para o renascimento do universo DC nos cinemas.


Tópico especial Um dos elementos mais encantadores de Superman (2025) é, sem dúvida, a presença de Krypto, o Supercão. Introduzido com naturalidade e carisma, o personagem não é apenas um alívio cômico ou mascote conveniente: ele é um reflexo do próprio herói. Krypto surge como companheiro fiel de Clark, mas sua participação vai além da fofura ou do espetáculo visual. Ele participa de cenas de ação com desenvoltura, demonstrando habilidades que ampliam o escopo fantástico do filme sem perder o tom emocional. Há uma sensibilidade genuína em como Gunn constrói a relação entre os dois — em um universo onde Superman vive dividido entre sua humanidade e sua origem kryptoniana, Krypto representa um elo afetivo, quase familiar. É no olhar atento do cão, na cumplicidade silenciosa, que o espectador percebe que até os seres mais poderosos precisam de alguém que os compreenda. E Krypto entende Clark de um jeito que talvez nem Lois entenda — porque, como todo bom cachorro, ele não exige palavras, apenas presença.


Nota final: ⭐⭐⭐⭐½ Nota de rodapé: Eu adorei o filme! Indico assistir e fiquei muito feliz com o que o Gunn entregou. Acertou em cheio! É nunca esqueça: OLHE PARA CIMA!

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