Etnias Mundi transformando o mundo através da moda e sustentabilidade
- Rafaela Grande
- 16 de mai.
- 3 min de leitura
Artesãos são reconhecidos pela sua arte feita à mão e com amor
Por: Rafaela Grande
Mariana Oliveira é fundadora da Etnias Mundi, uma curadora apaixonada por artesanato, culturas tradicionais e histórias que conectam pessoas, e é formada em Administração de Empresas pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) Em 2009, durante uma experiência na Índia, que sua sensibilidade para o artesanal se transformou. Ao se deparar com a riqueza, diversidade e beleza do artesanato indiano — e, perceber que os artesãos eram extremamente mal remunerados — Mariana se inquietou. A partir desse momento, conheceu o conceito de comércio justo e começou a entender como poderia unir propósito, impacto social e valorização cultural. Mas a ideia só saiu do papel em 2019. Desde então, Mariana tem dedicado sua energia a construir uma ponte entre quem cria com as mãos e quem deseja consumir com consciência.
"A Etnias é a forma que de contribuir para o mundo, tanto fortalecendo o trabalho de centenas de famílias quanto ajudando a manter vivo o artesanato como patrimônio cultural”, comenta Mariana.
O projeto foi criado em 2019. Hoje, a Etnias Mundi é uma pequena empresa com uma equipe de seis pessoas, mas com um impacto que alcança comunidades em diversas partes do mundo. A Etnias nasceu de uma inquietação e de uma percepção de urgência. O contato com o artesanato na Índia mostrou uma necessidade urgente de reconhecimento e valorização desses saberes ancestrais. Foi criada para promover o comércio justo, preservar tradições culturais e garantir que os artesãos sejam remunerados de forma justa e respeitosa. Mais do que vender produtos, o projeto nasceu para contar histórias, gerar impacto positivo e manter vivo um patrimônio que pertence a todos nós.
“A Etnias Mundi nasceu com o propósito de valorizar o fazer manual e dar visibilidade a artistas e artesãos de diferentes culturas, sempre com foco no comércio justo e no impacto positivo. Acreditamos que cada peça carrega uma história e uma identidade que merece ser contada, e é isso que nos move”, afirma Mariana
A Etnias Mundi é construída a muitas mãos. Contam com parcerias de artesãos, negócios sociais e organizações que compartilham dos valores de comércio justo, impacto social e sustentabilidade. Os produtos são vendidos através do nosso e-commerce, na Casa Brasileira (Shopping Pátio Higienópolis, em São Paulo) e em feiras e eventos. O projeto faz parte do Eu Reciclo, uma iniciativa de logística reversa que contribui para a economia circular e a redução do impacto ambiental. A Etinias Mundi é uma empresa certificada pelo Sistema B, uma rede global que reconhece empresas comprometidas com práticas éticas, sociais e ambientais. Existe um processo de candidatura para se tornarem membros da Organização Mundial do Comércio Justo, reforçando o compromisso com a valorização do trabalho artesanal e com a construção de relações comerciais mais equilibradas e humanas.
Cada membro tem um papel fundamental na curadoria, na logística, na comunicação e na construção de relações próximas com os artesãos e os clientes. Hoje trabalhamos com cerca de 90 grupos de artesãos espalhados por 22 países, incluindo Brasil, Índia, Gana, Peru, México, Vietnã, Marrocos, entre outros. Para 2025, estamos desenvolvendo projetos corporativos, atendendo empresas que buscam presentear seus colaboradores e clientes com produtos que tenham propósito e impacto positivo. Temos crescido na área de lembrancinhas sustentáveis para casamentos e eventos. Outra frente é o projeto de internacionalização do artesanato brasileiro. Planejamos incluir peças de cinco novos países até o final do ano, ampliando ainda mais a diversidade cultural presente na Etnias.
A Etnias Mundi é um projeto de conexão, respeito e transformação. O nosso diferencial está em ir além do produto: cada peça carrega uma história, uma identidade, um impacto real. Nosso trabalho é buscar peças que, sejam bonitas, mas que carreguem um propósito. Valorizamos a origem, o processo, as mãos que criaram e o que aquilo representa para a cultura de um povo.

Ser uma empresa B significa integrar uma comunidade global de negócios que usam o lucro como ferramenta para gerar impacto positivo. Para receber essa certificação, a empresa precisa atender a critérios rigorosos de desempenho social, ambiental, transparência e governança. A Etnias Mundi passou por uma avaliação completa, e hoje faz parte de uma rede de empresas que estão comprometidas em construir uma economia mais inclusiva, equitativa e regenerativa. Ser uma empresa B é um selo de responsabilidade — e, ao mesmo tempo, um norte que nos guia nas decisões do dia a dia.
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